Dólares deixam o país pelo 2º mês seguido em abril, diz Banco Central

Dólares deixam o país pelo 2º mês seguido em abril, diz Banco Central

Retirada de dólares superou ingresso de recursos em US$ 1,62 bilhão no mês passado, informou o Banco Central. Na parcial do ano, o saldo é positivo em US$ 3,69 bilhões. A saída de dólares do Brasil superou a entrada em US$ 1,625 bilhão em abril, segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta quarta-feira (8).
A entrada de dólares se dá quando investidores enviam dinheiro ao Brasil para pagar por compra de produtos brasileiros ou para realizar aplicações financeiras e investimentos em empresas, por exemplo.
O dólar sai quando esses investidores retiram recursos do Brasil para, normalmente, aplicar em outros países, ou para pagar pelas importações realizadas. Essas operações ocorrem por meio de remessas feitas por bancos contratados por esses investidores.
No acumulado deste ano, até a última sexta-feira (3), houve mais entrada do que retirada de dólares no país. No período, US$ 3,69 bilhões ingressaram na economia brasileira. Impacto na cotação da moeda
A saída de dólares favorece, em tese, a alta da moeda norte-americana em relação ao real. Isso porque, com menos dólares no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a subir.
No mês passado, o dólar registrou leve alta de 0,16%, sendo cotado a R$ 3,921. Nesta quarta-feira (8), por volta das 13h20, o dólar operava em queda, ao redor de R$ 3,93.
Acompanhe aqui a cotação do dólar
Segundo analistas de mercado, além do fluxo de dólares, outros fatores influenciam a cotação da moeda, como os cenários político e econômico interno e externo.
Nesta quarta-feira, o mercado espera a primeira audiência na comissão da reforma da Previdência, que ouvirá o ministro da Economia, Paulo Guedes, para debater a proposta.
Há ainda as preocupações dos investidores em relação à disputa comercial entre Estados Unidos e China. “O mercado está na expectativa com a participação de Guedes. A expectativa é boa, mas desde que a articulação política seja a ideal. Pessoal já tomou muita pancada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), esperamos que o governo tenha aprendido algo com isso e possa blindá-lo”, afirmou à Reuters o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
Cenário externo
No exterior, o dólar perdia força frente a outras moedas à medida que as crescentes preocupações sobre a escalada nas tensões entre China e Estados Unidos levavam investidores a aumentar apostas de um corte de juros nos EUA ainda neste ano.
Diferentemente de outras ocasiões em que a escalada nas tensões comerciais impulsionava o dólar, o mais recente revés na disputa entre Washington e Pequim levou estrategistas de mercado a focarem no impacto corrosivo que isso pode ter sobre os EUA, segundo a Reuters.
A percepção de que um corte de juros pelo Fed (BC dos EUA) pode vir antes do esperado, movimento que beneficiaria o real, está presente nas mesas brasileiras de câmbio neste pregão, avaliou Faganello.
Após o fechamento do mercado, também haverá o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o nível da taxa básica de juros. A expectativa do mercado é de nova manutenção da taxa no atual patamar de 6,5% ao ano – no piso histórico.

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