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A produção de motos manteve em agosto o ritmo de retomada gradual após a paralisação quase total das fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus entre abril e maio, mas ainda distante do desempenho em 2019. Segundo dados da Abraciclo, entidade que reúne os fabricantes instalados no polo, em agosto foram montadas 98,4 mil motos, alta de 0,4% sobre julho e queda de 14,3% sobre o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o setor registra retração de 20,9%, com a produção de 588,5 mil unidades, contra 743,5 mil em 2019.
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, informou em nota que existe uma limitação dos fabricantes em ampliar a produção por conta das medidas adotadas para evitar o contágio do novo coronavírus dentro das empresas. O período de paralisação acabou criando uma demanda reprimida que neste momento tem até provocado falta de produtos. “Há desequilíbrio entre a oferta e a demanda. Ainda estamos atendendo às entregas atrasadas dos consórcios, por exemplo, que respondem por cerca de 25% das vendas no Brasil.”
— Foto: Alberto Cesar Araújo/Valor
Isso explica em parte os números de vendas. Em agosto foram emplacadas pouco menos de 97 mil motos, crescimento tanto na comparação mensal quando na anual. Sobre julho, a alta foi de 12,7%. Já sobre o mesmo mês do ano passado, a expansão foi de 8,3%. No acumulado do ano, o setor emplacou 531,2 mil motos, queda de 25% sobre as 708,7 mil unidades nos oito meses de 2019. Fermanian destaca a média diária de emplacamentos, que atingiu 4.570 motos em agosto, também com alta nas duas comparações: 23,4% sobre julho e 13,4% sobre agosto do ano passado.
As exportações foram uma boa surpresa no mês passado. Com o embarque de 5.167 motos, o setor fechou o mês com alta de 16,6% sobre julho e de 44,9% na comparação anual. Apesar do volume expressivo no último mês, no acumulado do ano a queda dos embarques é de 25,1%. Nos oito meses do ano passado foram exportadas 26.746 motos, contra pouco mais de 20 mil neste ano.
