A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta quinta-feira (28) que as contas do governo federal registraram déficit primário de R$ 6,3 bilhões em março.
O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Nesse caso, não são considerados os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit primário.
O resultado de março deste ano é o sétimo pior para um mês de março na série histórica do Tesouro Nacional, iniciada em 1998.
Apesar de deficitário, é melhor que o resultado de fevereiro, quando o rombo nas contas de fevereiro foi de R$ 20,6 bilhões.
Porém, o resultado perde para março de 2021, quando as contas do governo registraram superávit de R$ 2,3 bilhões, em valores atualização pela inflação.
Mais cedo, o governo informou ter arrecadado R$ 164,1 bilhões em março, melhor resultado para o mês em 28 anos. Veja abaixo:
Arrecadação de impostos e outras receitas federais no Brasil foi de mais de R$ 164 bi no mês passado
Segundo o Tesouro Nacional, a receita total do governo em março apresentou elevação real (descontada a inflação) de R$ 11,4 bilhões (7,2%) em relação a março de 2021. As despesas públicas, no entanto, subiram 13,5% na mesma comparação.
Os principais aumentos foram com despesas com abono e seguro-desemprego (+R$ 11,6 bi) e com despesas sujeitas à programação financeira (+R$ 7,4 bi).
Os valores foram arredondados.
Parcial do ano e meta fiscal
Ainda segundo o Tesouro Nacional, no primeiro trimestre deste ano, as contas do governo registraram superávit primário de R$ 49,6 bilhões. O superávit é influenciado pelo resultado de janeiro, quando as contas do governo fecharam no azul em R$ 76,5 bi.
Para o ano de 2022, o governo está autorizado a registrar déficit primário de até R$ 170,5 bilhões, conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Porém, a última estimativa do Ministério da Economia, divulgada em março, é de que o déficit primário em 2022 será bem menor: de R$ 66,9 bilhões.
Ainda assim, se confirmado o déficit, 2022 será o nono ano consecutivo com rombo nas contas do governo, que vêm registrando resultados negativos desde 2014.