O Tesouro Nacional informou nesta quinta-feira (28) que a dívida pública federal registrou queda de 2,89% em março deste ano e ficou em R$ 5,56 trilhões.
O valor inclui os débitos do governo no Brasil e no exterior. Em fevereiro, a dívida estava em R$ 5,73 trilhões.
Os títulos da dívida pública são emitidos pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Isso significa que o governo gasta mais do que arrecada com impostos e tributos e faz empréstimos para pagar despesas que ficam acima da arrecadação.
Apesar da queda registrada em março, a expectativa do governo é que a dívida pública continue a crescer nos próximos meses e termine 2022 entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.
Em 2021, a dívida pública federal subiu 12% em relação a 2020 e atingiu R$ 5,61 trilhões.
Números de março
Segundo o Tesouro, a queda dívida em março se deve aos resgates dos títulos da dívida superiores às emissões de novos papéis.
A diferença foi de R$ 204,66 bilhões. No mês passado, as emissões somaram R$ 66,98, enquanto os resgates totalizaram R$ 271,64 bilhões.
“O estoque da DPF [dívida pública federal] apresentou redução de R$ 165,4 bilhões em relação ao mês anterior [fevereiro] , refletindo o resgate líquido de R$ 204,7 bilhões e a apropriação positiva de juros de R$ 39,3 bilhões”, diz o Tesouro em nota.
O custo médio das emissões da dívida pública federal também caiu em março, passando de 8,68% ao ano para 8,59% ao ano. A percepção do fim do ciclo de alta de juros no Brasil, promovido pelo Banco Central, ajuda a explicar a redução do custo médio.
“Em março, a curva de juros locais perdeu inclinação diante da leitura do mercado sobre duração do ciclo de alta de juros”, diz o Tesouro.
Em relação ao perfil dos detentores da dívida, as instituições financeiras seguem na liderança, com 29,5% de participação nos títulos da dívida interna. Depois, aparecem fundos de investimento (23,3%) e previdência (22,9%).
Grande parte dos títulos da dívida pública federal é interna. O estoque de títulos externos é pequeno.