Após reunião, Tebet diz que Lula ficou ‘mal impressionado’ com aumento de subsídios no país

Após reunião, Tebet diz que Lula ficou ‘mal impressionado’ com aumento de subsídios no país

Ministra do Planejamento participou de encontro com Lula e Haddad nesta segunda no Planalto. Segundo ela, subsídios bateram quase 6% do PIB do Brasil. De acordo com Haddad, presidente pediu ‘empenho’ na regulamentação da reforma tributária. Os ministros Fernando Haddad e Simone Tebet durante coletiva de imprensa em Brasília
REUTERS/Adriano Machado
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta segunda-feira (17) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou “mal impressionado” com o aumento de subsídios – renúncias e benefícios fiscais – no país.
Tebet deu as declarações depois de participar de uma reunião com Lula e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto.
No encontro, segundo os ministros, foram apresentados a Lula dados sobre gastos tributários do governo federal em 2023 e também foi discutida a elaboração do Orçamento do governo para o ano de 2025.
“O que chamou atenção do presidente, na fala do próprio ministro Haddad, foi a questão do aumento da renúncia, que também consta no relatório [do Tribunal de Contas da União]. São duas grandes preocupações: houve um crescimento dos gastos da Previdência e o crescimento dos gastos tributários da renúncia”, afirmou Tebet.
“Esses números foram apresentados para o presidente. Ele ficou extremamente impressionado, mal impressionado, com o aumento dos subsídios, que está batendo quase 6% do PIB do Brasil”, completou a ministra.
Segundo Tebet, os subsídios correspondem a renúncias fiscais e benefícios financeiros e creditícios concedidos pelo governo federal. “Quando colocamos os três na ponta, a gente tem que somar os R$ 519 bilhões que o Haddad falou, dá um total de R$ 646 bilhões”, declarou.
A ministra do Planejamento afirmou ainda que Lula deu à equipe econômica um prazo para que apresente alternativas ao aumento dos subsídios. A apresentação das medidas deve ocorrer em um novo encontro de Lula com os ministros, com data ainda indefinida.
Haddad relatou que a reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) discutiu renúncias fiscais, no patamar de R$ 519 bilhões, a queda da carga tributária em mais de 0,6% do PIB em 2023 e a “evolução das despesas”. Os dados foram extraídos do relatório do TCU com as contas do governo no ano passado e complementados pelo Ministério do Planejamento.
“Demos um quadro bastante fiel para ele”, declarou o ministro.
Haddad explicou que o encontro serviu para que Lula tenha “total familiaridade” com a execução do orçamento de 2024 e com as discussões para o envio ao Congresso de uma proposta de orçamento de 2025 “que garanta direitos das pessoas e o espaço discricionário para investimento”.
Reforma tributária
Os ministros Simone Tebet e Fernando Haddad durante fala à imprensa no Palácio do Planalto
Guilherme Mazui/g1
Haddad participou de duas reuniões com Lula na manhã desta segunda-feira. No primeiro encontro, que teve a equipe de articulação política presente, um dos temas foi a regulamentação da reforma tributária.
Haddad disse que há uma “preocupação especial” de Lula com a tramitação dos projetos no Congresso. O presidente pediu aos ministros para que as duas propostas enviadas à Câmara sejam aprovadas até julho, antes do recesso parlamentar, para que o Senado possa analisar votar os textos no segundo semestre.
O governo aprovou no ano passado o texto principal da reforma tributária, contudo, precisa aprovar regramentos que definirão detalhes de como as novas regras de impostos serão aplicadas no país.

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