Haddad diz que Lula ficou ‘surpreso’ com notícia de que carga tributária caiu no Brasil em 2023

Haddad diz que Lula ficou ‘surpreso’ com notícia de que carga tributária caiu no Brasil em 2023

O ministro da Fazenda citou a experiência do Rio Grande do Sul de revisão de cadastros como forma de abrir espaço para outras despesas. E acrescentou que o presidente Lula ‘se apropriou dos números’ e abriu um espaço importante de discussão sobre o orçamento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou “surpreso” com a informação de que a carga tributária do país recuou em 2023, informou nesta segunda-feira (17) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) no Palácio do Planalto.
Segundo números do Tesouro Nacional, a carga tributária – ou seja, a proporção entre os impostos pagos e a riqueza total do país – somou 32,44% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.
No último ano, a arrecadação da União, dos estados e dos municípios somou R$ 3,52 trilhões, enquanto o PIB em valores correntes totalizou R$ 10,85 trilhões.
De acordo com o órgão, a carga tributária teve uma queda de 0,64 ponto percentual do PIB em relação ao valor registrado em 2022 – que foi de de 33,07% do PIB.
“[O presidente] ficou até surpreso com a notícia de que a carga tributária no Brasil ano passado caiu, porque as pessoas às vezes reclamam, grupos de interesse reclamam e não veem a confirmação do todo, da evolução da carga tributária. Nós apresentamos várias séries históricas também para ele, desde o governo Fernando Henrique, até hoje”, disse Haddad a jornalistas.
Após reação negativa do mercado financeiro, e piora de indicadores, como a disparada do dólar nas últimas semanas, a equipe econômica informou que vai intensificar a agenda de trabalho em relação aos gastos públicos, ou seja, que deve focar os trabalhos na revisão de despesas.
“Eu senti o presidente bastante mais senhor dos números, se apropriou dos números com muita atenção, abriu um espaço importante de discussão dessas questões”, declarou Haddad.
Revisão de cadastros
Nesta segunda, o ministro da Fazenda afirmou que a revisão de cadastros, ou seja, de bancos de dados de benefícios previdenciários e assistenciais, pode abrir espaço no orçamento para outras despesas. A lógica é excluir as pessoas que não têm direito aos benefícios.
“Tomamos até a experiência do Rio Grande do Sul recente, em virtude das chuvas lá. O trabalho que foi feito de saneamento dos cadastros, o que isso pode implicar em termos orçamentários do ponto de vista de liberar espaço orçamentário para acomodar outras despesas e garantir que as despesas discricionárias continuem no patamar adequado para os próximos anos”, afirmou o ministro.
No ano passado, o governo iniciou um processo de revisão do cadastro do Bolsa Família. Na ocasião, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que isso pode gerar uma redução de despesas de até R$ 7 bilhões por ano.
Ao mesmo tempo, o governo também trabalha em uma força tarefa, neste ano, para excluir do cadastro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pessoas que estejam recebendo indevidamente os benefícios. A estimativa que consta no orçamento deste ano é de uma economia de R$ 9 bilhões com esse processo.
Questionado se o governo pretende fazer uma revisão da base de dados do Benefício de Prestação Continuada (BPC), o ministro da Fazenda disse apenas que a Casa Civil e o Ministério do Planejamento prepararam “vários gráficos” para o presidente Lula compreender melhor a evolução das despesas.

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