Cooperativa de leite investe na silagem do milho para alimentar gado durante a seca no ES

Cooperativa de leite investe na silagem do milho para alimentar gado durante a seca no ES

Expectativa é colher mais de 4 mil toneladas do grão, que serão transformadas em silagem para alimentar gados. Cerca de 600 pecuaristas são beneficiados. Cooperativa investe na produção de silagem e vende produto a preço de custo a pecuaristas
Uma cooperativa de leite do Norte do Espírito Santo passou a cultivar milho e investir em silagem com o objetivo de manter a alimentação do gado leiteiro mesmo em períodos de seca. Ao todo, a colheita deste ano deve ultrapassar 4 mil toneladas do grão, que, após transformado, vai ser vendido a preço de custo para cerca de 600 produtores abastecerem seus animais.
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Dados da Secretaria Estadual de Agricultura (Seag) apontam que atualmente são produzidos 991,2 mil litros de leite por dia no estado, e a produtividade de litros por vaca ordenhada é de 1.453/ano. O valor bruto da produção do leite em 2021 foi de R$ 727 milhões.
Produção de carne e leite depende da alimentação dos animais
Getty Images via BBC
Apesar dos números positivos, no período de seca, o cenário muda e os produtores enfrentam dificuldades para manter os animais. Por isso, a iniciativa da cooperativa é justamente garantir a produção leiteira com pouca oscilação durante o ano.
Do milho para a silagem
A silagem é o produto final de um processo que envolve a colheita da planta forrageira, seguida da trituração, compactação, vedação e fermentação, até o armazenamento e uso final. Através da fermentação dessa planta – no caso, o milho -, ocorre a transformação dos açúcares em ácido lático, o que preserva suas propriedades nutricionais.
Com isso, é possível obter uma reserva estratégica de alimento para o gado, que pode ser utilizado durante períodos de escassez de pastagens, como a seca.
Cooperativa de leite investe na silagem do milho para alimentar gado durante a seca no Espírito Santo
TV Gazeta
Este é o segundo ano que a cooperativa investe na silagem do milho para a auxiliar a produção leiteira. No ano passado, cada produtor que adquiriu a silagem teve um aumento de 23% na produção, o que representa 11 mil litros de leite a mais por produtor.
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Em 2024, as máquinas começaram a trabalhar na colheita do milho para silagem no começo de junho e já estão na fase final desta etapa.
Cooperativa de leite investe na silagem do milho para alimentar gado durante a seca no Espírito Santo
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Com a silagem feita, cada produtor retira a quantidade que precisa para passar o período de estiagem. O material é porcionado em partes de 900kg para ser vendido.
“A silagem que está sendo envasada é recoberta com uma fita de plástico, faz o processo de vedação, para proteger, impedir que entre água. Dessa forma, ela dura até três anos”, comentou a coordenadora da cooperativa, Juliana Piassi.
Gado bem alimentado, mais leite produzido e preço equilibrado
Produção leiteira.
Shutterstock
Um dos produtores que já garantiu a silagem com a cooperativa é o Evaldo Tavares Renes, que tem uma propriedade em de Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo. Ele até produz silagem também, mas a quantidade não é suficiente para atender a demanda. Por isso, complementa com a compra na cooperativa.
“O setor leiteiro está passando por dificuldade por questão de preço. Às vezes, o produtor quer se preparar mas não tem condições. Então, a cooperativa dá esse suporte e o pagamento pode ser feito em até nove vezes. Assim, dá para o produtor utilizar a silagem, produzir o leite e pagar a silagem que comprou”, comentou Evaldo.
Cooperativa de leite do Norte do Espírito Santo investe na produção de milho
Reprodução/TV Gazeta
Para a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a iniciativa do Norte do estado é bem-vinda, uma alternativa que favorece a economia, com o preço do leite equilibrado durante todo o ano.
“Quando o produtor tem muito leite, o preço tá baixo; quando tem pouco leite, o preço tá alto. Ou seja, esse programa ajuda a equilibrar a sazonalidade e consegue manter uma produção igual durante todo o ano, o que é um desafio”, explicou a analista de desenvolvimento da OCB, Caroline Zanetti.
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