Brasil não terá no ano que vem crise energética como a que atravessou em 2021, diz ministro

Brasil não terá no ano que vem crise energética como a que atravessou em 2021, diz ministro

Alexandre Silveira (Minas e Energia) afirmou que falta de planejamento quase levou país a um colapso energético em 2021. Brasil enfrenta a maior seca da história, segundo o Cemaden. Alexandre Silveira em sessão na Câmara.
Reprodução/ TV Câmara
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou nesta terça-feira (3) a ocorrência de uma crise energética em 2025 aos moldes do que aconteceu em 2021, quando o período seco esvaziou os reservatórios das usinas hidrelétricas.
Silveira deu a declaração em meio a uma seca histórica que atinge o país. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do governo federal, a estiagem deste ano é a mais extensa e mais severa já vista no Brasil, superando a de 2015.
“As medidas de planejamento são fundamentais. Por isso, estamos tendo esse cuidado de nos adiantar aos problemas, e com isso eu tenho a absoluta convicção de que nós não atravessaremos em 2025 o que aconteceu em 2021, que, por falta de planejamento, estivemos à beira de um colapso energético no Brasil”, declarou.
Por causa da falta de chuva, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na última semana que a bandeira tarifária para o mês de setembro será vermelha patamar 2.
Isso significa que, a cada 100 quilowatts (kV) de energia, os consumidores vão pagar uma tarifa adicional de R$ 7,88. O consumo médio em uma casa brasileira na zona urbana é de aproximadamente 150 kWh a 200 kWh (sem ar-condicionado).
Em nota, a Aneel explicou que a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada por causa da previsão de chuvas abaixo da média para setembro. Isso reduziu a expectativa de água nos reservatórios para cerca de 50% abaixo da média.
“Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao mês com temperaturas superiores à média histórica em todo o país, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais”, explicou a agência.
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O despacho de termelétricas contratadas, que aumentam a bandeira tarifária, não é a única forma de compensar a falta de energia hidrelétrica.
O governo também pode, em último caso, conectar ao sistema usinas termelétricas ainda mais caras, o chamado “despacho fora da ordem de mérito”. Nesse caso, o custo também é repassado ao consumidor.
Nesta terça, Silveira disse que não há “nenhum indicativo de que nós, a curto prazo, precisemos fazer [o despacho fora da ordem de mérito]”.
“Em um primeiro momento, [estamos trabalhando] para manter um máximo de modicidade tarifária. Nós estamos com bandeira vermelha 2, mas à medida que você faz um despacho fora da ordem de mérito você gasta recursos, exatamente recursos esses que estão sendo contraídos para poder manter o equilíbrio da tarifa”, declarou.
O ministro disse esperar que o planejamento feito pelo governo “tenha surtido efeito” e que os níveis dos reservatórios voltem aos registrados no ano passado.
“A manhã toda nós nos reunimos com o Operador Nacional do Sistema [Elétrico, ONS] e a expectativa […] é que as chuvas cheguem, os níveis pluviométricos sejam razoáveis para que voltemos a ter os reservatórios nos níveis que tivemos no ano passado”, afirmou.
A bandeira “escassez hídrica” foi criada pelo governo em 2021, por causa da piora da crise hídrica, que exigiu medidas adicionais do setor elétrico para não faltar energia.
Silveira se reuniu nesta terça com representantes do ONS para tratar da segurança do sistema elétrico. À tarde, vai participar de reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

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