Dólar inverte sinal e opera em queda, com números fracos de emprego nos EUA

Dólar inverte sinal e opera em queda, com números fracos de emprego nos EUA

No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,31%, cotada a R$ 5,7813. Já o principal índice de ações da bolsa de valores encerrou em queda de 0,71%, aos 129.713 pontos. Dólar
Foto de Karolina Kaboompics
O dólar inverteu o sinal e opera em baixa nesta sexta-feira (1°), com investidores reagindo aos novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que gerou um número de vagas bem menor que o esperado em outubro.
O relatório de empregos payroll, o mais importante do país, indicou a criação de 12 mil vagas de trabalho no último mês, contra uma expectativa de 106 mil e muito abaixo das 223 mil criadas em setembro.
Um mercado de trabalho mais fraco pode ajudar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a reduzir mais as suas taxas de juros, hoje entre 4,75% e 5,00% ao ano, após a instituição cortá-las em 0,5 ponto percentual em sua reunião, em setembro.
Já no Brasil, destaque para a produção industrial, que cresceu 1,1% em setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma forte aceleração em relação ao 0,2% de alta do mês anterior, além de vir acima das expectativas do mercado, de 0,9%.
Números que mostram uma economia aquecida reforçam a expectativa de uma inflação maior nos próximos meses, o que pode contribuir para novas altas da Selic, taxa básica de juros, hoje em 10,75% ao ano.
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Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 09h40, o dólar caía 0,18%, cotado a R$ 5,7711. No entanto, na máxima do dia, chegou a R$ 5,8041. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda avançou 0,31%, cotada a R$ 5,7813 e renovou o maior patamar em mais de três anos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,34% na semana;
avanço de 6,14% no mês;
ganho de 19,14% no ano.

O
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice encerrou em baixa de 0,71%, aos 129.713 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,14% na semana;
perdas de 1,59% no mês;
recuo de 3,33% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
No noticiário internacional, o mercado analisa os novos dados de empregos norte-americanos que vieram muito abaixo do esperado.
Os números fracos, no entanto, são uma consequência das greves ocorridas no último mês no país, que goram registradas como desemprego. Inclusive, a taxa de desemprego nos Estados Unidos permaneceu em 4,1%, como no mês anterior.
“Sem considerar essas greves e as demissões de trabalhadores temporários, o número teria se aproximado da projeção de 100 mil. A greve da Boeing, por exemplo, foi amplamente divulgada, mas fora isso, os demais dados ficaram dentro do esperado”, explica Gustavo Cruz estrategista-chefe da RB Investimentos.
“Para as próximas reuniões do Banco Central dos EUA, acredito que isso não terá grande impacto – é provável que mantenham a alta de 0,25% na próxima semana e em dezembro. O que de fato poderá influenciar as decisões do Banco Central em 2024 será a eleição”, comenta.
Além disso, investidores continuam repercutindo os novos dados da inflação norte-americana, divulgados na quinta. O PCE, índice de preços preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), subiu 0,2% em setembro, em linha com o esperado.
O dado, no entanto, representa uma aceleração em relação ao mês anterior (0,1%) e reforça a perspectiva de que o Fed deve reduzir a magnitude dos cortes de juros em sua próxima reunião de política monetária, também prevista para a semana que vem.
“Os contratos de juros apontam para uma redução de 0,25 ponto percentual na reunião da semana que vem, mas já emerge uma divisão clara nas apostas para o movimento em dezembro, com um pouco mais de probabilidade para uma pausa nas reduções”, explica Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
A visão é reforçada, ainda, pelo resultado da primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do terceiro trimestre. O indicador, divulgado na véspera, mostrou uma continuidade do crescimento da atividade econômica no país.
“Independentemente dos ajustes mais táticos, o cenário vem confirmando o pouso suave e afastando as preocupações mais alarmantes sobre o enfraquecimento da atividade”, destaca Igliori.
Além do crescimento mensal, a alta anual da indústria brasileira em setembro também veio acima do esperado, subindo 3,4%, contra uma expectativa de 2,8%. Em agosto, o acumulado anual da indústria era de 2,3%.
Os dados da produção industrial indicando uma atividade aquecida fazem coro aos bons números do mercado de trabalho divulgados ontem, com uma forte redução da taxa de desemprego, que caiu a 6,4% no terceiro trimestre e voltaram a surpreender o mercado.
“ Essa é uma taxa baixa para os padrões históricos brasileiros, confirmando a robustez do mercado de trabalho”, diz Claudia Moreno, economista do C6 Bank .
Apesar disso, a economista explica que a queda do desemprego “desafia o controle da inflação de serviços”, o que pode gerar uma taxa de juros ainda maior para o Brasil.
“ Se por um lado isso significa que existem mais pessoas ocupadas, o que é bom para a atividade, por outro, torna mais desafiador o controle da inflação, já que há maior pressão sobre os preços dos serviços”, comenta Moreno.
Com isso, aumentam as expectativas pela próxima reunião do Copom, prevista para a semana que vem. A maior parte do mercado prevê um novo aumento da taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, com o Banco Central indicando que deve continuar a perseguir suas metas.

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