Processo foi protocolado no mesmo dia em que o Ministério da Justiça do Canadá autorizou o início dos processos de extradição da executiva para os Estados Unidos Meng Wanzhou comparece a audiência em tribunal do Canadá nesta terça (29)
Darryl Dyck/The Canadian Press via AP
A diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, processou as autoridades canadenses na sexta-feira (1º) por ter sido detida no país no dia 1º de dezembro do ano passado.
O processo foi apresentado por Meng no mesmo dia que o Ministério de Justiça do Canadá aprovou a tramitação do seu processo de extradição aos Estados Unidos, segundo informa a imprensa canadense nesta segunda-feira (4).
Executiva da Huawei presa enfrenta acusações por fraude para violar sanções ao Irã
A Huawei, duas empresas filiadas e Meng Wanzhou são acusados nos Estados Unidos de 13 de acusações de fraude e conspiração para driblarem as sanções impostas ao Irã.
Meng, que é filha do fundador da Huawei, alega em seu processo que a Agência de Serviços de Fronteira do Canadá, a Polícia Montada e o governo canadense violaram os seus direitos constitucionais quando foi detida e interrogada em Vancouver em 1º de dezembro. A detenção aconteceu quando ela fazia escala a caminho do México.
Os advogados de Meng afirmam que a cliente sofreu “angústia mental, ansiedade e perda de liberdade” ao ficar retida no aeroporto de Vancouver durante três horas sem nenhuma explicação nem acesso a auxílio jurídico.
O processo explica que Meng foi retida de forma proposital com a desculpa de uma comprovação rotineira “com o propósito expresso de obter informação que a Polícia Montada, ou o Departamento de Justiça dos EUA, não acreditavam que seria obtida se a litigante fosse detida de forma imediata”.
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A polícia canadense se apropriou de dois telefones celulares, um iPad e um computador de Meng e solicitou as senhas, que usaram para acessaram o conteúdo dos aparelhos.
Na sexta-feira, o Ministério da Justiça do Canadá autorizou o início dos processos de extradição de Meng para os Estados Unidos. Ela responde em liberdade após pagar uma fiança, está proibida de deixar a sua mansão em Vancouver e deve comparecer no dia 6 de março ao Tribunal Supremo da província de Colúmbia Britânica para iniciar o processo de extradição.
A detenção de Meng causou uma grave crise nas relações entre Canadá e China. Após a detenção no Canadá, a China prendeu em 10 de dezembro de 2018 dois canadenses, o diplomata Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor, sob a acusação de colocarem em perigo a segurança nacional chinesa.
A agência oficial de notícias da China, Xinhua, afirmou nesta segunda-feira que as autoridades chinesas consideram que Kovrig roubou segredos estatais com a ajuda de Spavor.