Empresas da Bolsa superam projeções na pandemia, avalia Safra

Empresas da Bolsa superam projeções na pandemia, avalia Safra


Segundo balanços corporativos, companhias apresentaram recuos, mas 60% delas atingiram ou superaram expectativas dos analistas No segmento de Siderurgia e Mineração, as mineradoras surpreenderam positivamente no balanço do segundo trimestre
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A maior parte das companhias listadas na Bolsa teve um desempenho acima das expectativas no segundo trimestre deste ano, considerando um cenário que tinha projeções muito mais negativas do que o apresentado, no período mais crítico da pandemia. A conclusão é de especialistas da Safra Corretora, que realizaram um estudo a partir dos balanços corporativos do segundo trimestre das principais empresas do mercado. Foram analisados os balanços de 70 empresas de capital aberto. Os especialistas verificaram que 42,5% das companhias tiveram resultados acima das projeções anteriores da Safra Corretora.
Outras 17,8% das empresas apresentaram números dentro do esperado, aponta o Safra. Por outro lado, 39,7% das companhias divulgaram dados mostrando um cenário pior do que as previsões dos analistas do Banco. Os resultados dos setores de Utilidades Básicas, Siderurgia e Mineração e Varejo foram os que mais surpreenderam positivamente os analistas. Impacto real
O relatório da Safra Corretora frisa que abril, maio e junho não compuseram um trimestre de números fortes. Todas as principais linhas dos balanços mostraram queda, na comparação com trimestres anteriores, em razão do período de maior rigidez nas regras de isolamento social, com boa parte das empresas, comércio, indústria e serviços fechados por todo o Brasil.
De acordo com o estudo, as receitas das empresas cobertas pelos especialistas ficaram 1% acima das projeções, enquanto o lucro líquido ficou 1,7% acima do esperado pelo time da Safra Corretora. O Ebitda, que, de forma simples, indica a geração de caixa das empresas, mostrou um resultado 6,9% melhor do que os analistas haviam projetado para o período. Por outro lado, na comparação ano contra ano, a receita das companhias caiu 11,8% em relação a 2019, o Ebitda recuou 5,4% e o lucro líquido apresentou queda de 31,4%.
Setores
Segundo o estudo do time do Banco Safra, o setor de Utilidades Básicas teve destaque pelo crescimento do Ebitda das empresas de geração de energia. O lucro líquido total do setor foi 25,2% maior, na comparação do segundo trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado. As companhias de transmissão de energia foram menos afetadas pela pandemia, em razão do caráter defensivo de seu negócio, na avaliação dos especialistas. Distribuidoras de energia tiveram queda no Ebitda, porém em um patamar próximo do esperado. No segmento de Siderurgia e Mineração, as mineradoras surpreenderam positivamente, em razão do preço de minério de ferro mais elevado e do câmbio depreciado. Algumas siderúrgicas, como Gerdau e CSN, apresentaram números mostrando que conseguiram aproveitar oportunidades de exportação. No Varejo, os especialistas foram surpreendidos positivamente por conta da boa performance de supermercados e do forte crescimento no e-commerce em geral. O lucro líquido total das companhias do setor foi 611% maior entre abril e junho, na comparação com os mesmos meses de 2019. Por outro lado, o setor de Concessões, principalmente a CCR, e de Transportes, de modo geral, tiveram números mais negativos no segundo trimestre. Os analistas não incluíram empresas de aviação, em razão do impacto direto da pandemia no setor, e também Petrobras e Eletrobras, que sofreram influência relevante de itens não-recorrentes.
Veja a relação completa das expectativas dos analistas do Safra e o resultado que foi apresentado por cada setor.

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