PIB dos EUA tem retração de 1,4% no 1º trimestre

PIB dos EUA tem retração de 1,4% no 1º trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu inesperadamente 1,4% no primeiro trimestre, em dados anualizados, informou o escritório oficial de estatísticas (BEA) do Departamento de Comércio do país nesta quinta-feira (28), com o ressurgimento nos casos de Covid-19 afetando a atividade dos primeiros meses da maior economia do mundo.

Este foi o primeiro declínio desde a recessão do início da pandemia há quase dois anos. Veja gráfico abaixo:

Economistas pesquisados pela Reuters haviam previsto que a economia cresceria a uma taxa de 1,1%. As estimativas variavam de uma contração de 1,4% a crescimento de 2,6%.

A queda na produção refletiu um déficit comercial e um ritmo moderado de acúmulo de estoques. Embora o número possa levar a temores de estagflação e recessão em alguns trimestres, não é um retrato verdadeiro da economia, destacam analistas, uma vez que os gastos dos consumidores foram sólidos e o investimento empresarial em equipamentos acelerou acentuadamente.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo, projeta uma alta de 3,7% do PIB dos EUA em 2022, acima da média global (3,6%).

Queda de 0,35% em relação ao trimestre anterior

Os EUA utilizam uma metodologia diferente da feita pela maioria dos países para a divulgação do PIB trimestral. No Brasil, por exemplo, o IBGE divulga o crescimento trimestral em relação ao trimestre imediatamente anterior e em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a taxa anualizada significa a variação do PIB se esse percentual de crescimento ou queda fosse mantida por um ano inteiro.

“São taxas dessazonalizadas e anualizadas (SAAR), ou seja, dizer que caiu 1,4% no trimestre contra o trimestre anterior implica dizer uma queda de 0,35%. Nos EUA, eles simplesmente pegam a variação trimestral e multiplicam por 4, ou seja 1,4% dividido por 4 é 0,35%”, explica o economista da Necton, André Perfeito.

Expectativa de alta mais agressiva nos juros

O Federal Reserve deverá aumentar a taxa de juros em 50 pontos-base na próxima quarta-feira, e em breve começará a cortar sua carteira de ativos. O banco central dos EUA aumentou sua taxa de juros em 25 pontos em março, o primeiro aumento em mais de três anos, conforme combate a inflação. Os preços anuais ao consumidor aumentaram em março em seu ritmo mais rápido em 40 anos.

Mesmo com o aumento dos preços dos alimentos e da gasolina, ainda não há sinal de que os consumidores estejam recuando o consumo. Fortes ganhos salariais em meio a um mercado de trabalho apertado e pelo menos 2 trilhões de dólares em poupança em excesso acumulados durante a pandemia estão proporcionando um alívio contra a inflação.

Pedidos de auxílio-desemprego caem

O fortalecimento das condições do mercado de trabalho foi reforçado por um relatório separado do Departamento do Trabalho, nesta quinta-feira, mostrando que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 5.000, para 180.000 na semana encerrada em 23 de abril

Economistas projetavam 180.000 pedidos para a última semana. De acordo com os dados do Bank of America Securities, os consumidores de baixa renda, que tendem a ser desproporcionalmente afetados pela inflação, estavam mostrando maior resiliência.

Ainda assim, permanece o receio de que o Fed possa apertar agressivamente a política monetária e levar a economia à recessão ao longo dos próximos 18 meses.

* Com informações da Reuters

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