Alimentação é o item que mais impacta orçamento dos paulistanos, diz pesquisa

Alimentação é o item que mais impacta orçamento dos paulistanos, diz pesquisa


Levantamento realizado pela Rede Nossa São Paulo também aponta desigualdade de oportunidades entre as regiões da capital. Consumidores escolhem frutas em supermercado de SP Fábio Tito/G1 A alimentação é o item que mais impacta o orçamento doméstico dos paulistanos, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (19) pela Rede Nossa São Paulo e Ibope Inteligência. Dentre os entrevistados, 43% afirmaram que o item é o que mais compromete o salário. Pessoas mais velhas, menos escolarizadas, pretas e pardas e da classe C são as que mais sentem o impacto.
“O dado mostra que isso pode demandar políticas específicas em relação a determinados grupos de alimentos. Nós podemos trabalhar desigualdade direta ou indiretamente. Uma menor carga tributária para determinados alimentos, que são os que a população mais vulnerável consome, pode ajudar a distribuir a renda, mesmo que indiretamente”, afirma o coordenador da Rede Nossa São Paulo Jorge Abrahão. Em segundo lugar, com 23%, estão os que gastam mais com aluguel ou moradia. O gasto é mais sentido entre os jovens e adultos moradores do Centro da cidade. Já para 15% dos paulistanos, a saúde é o que mais compromete o orçamento. Pesquisa mostra itens que mais comprometem renda do paulistano
Rede Nossa São Paulo/Divulgação
Em comparação ao resultado de 2017, aumentou o percentual de paulistanos que afirmam que a renda familiar se manteve estável nos últimos 12 meses: 52% contra 47%. Também caiu a percepção de que a renda diminuiu. Em 2018, 31% afirmaram que o orçamento ficou menor. Já em 2017, foram 37%. “O que mais chama atenção é houve uma certa estabilização da renda. 31% ainda é um número elevado para quem teve diminuição da renda, mas depois de muito tempo piorando esse processo, agora entendemos que pode haver uma estabilização nessa curva. Se nos anos passados a gente percebia uma piora, essa estabilização pode ser vista como uma tendência positiva”, diz Abrahão.
Ainda de acordo com a pesquisa, 40% das pessoas não possuem ocupação. Entre elas estão desempregados, aposentados, donas de casa e estudantes. O percentual de paulistanos que se declararam desempregados foi de 15%. Cerca de um terço dos desempregados estão desocupados há mais de 2 anos. Para o coordenador, apesar da queda no número de desempregados (dentro da margem de erro da pesquisa), os dados entre os jovens ainda preocupam. “Os jovens aparecem com 28% de desemprego, o que é quase o dobro da taxa geral que a gente viu. Isso é uma questão grave que faz com medidas tenham que ser tomadas”, afirma.
Desigualdade de oportunidades
Quase metade dos paulistanos (48%) afirmou que não há nenhuma oportunidade de emprego na região onde mora. As regiões que mais sentem a desigualdade na oferta de trabalho são a Leste (51%) e a Norte (49%).
Na média geral da cidade, os entrevistados empregados gastam 1h43 no trajeto em que fazem entre casa e trabalho. Já na Zona Leste, o tempo aumenta para 1h50; e na Zona Norte, para 1h47. “A oferta de emprego é muito baixa nos locais mais distantes da região central. Quando a gente faz uma pesquisa dessa, a gente pretende revelar dados que possam ser geradores de políticas que transformem. Quando vemos essas disparidades, a Prefeitura pode ser uma indutora de geração de oportunidades. O próprio tempo de deslocamento das pessoas mostra que essa geração de empregos mais próximos é uma necessidade de melhoria para a qualidade de vida”, diz Abrahão. Tempo médio gasto pelos paulistanos no trajeto entre casa e trabalho
Rede Nossa São Paulo/Divulgação
A percepção de que as mulheres têm menos oportunidades no mercado de trabalho também é sentida por 47% dos entrevistados. Quando se analisam os dados somente dos homens, no entanto, apenas 33% dos entrevistados reconhecem essa diferença. Desigualdade na oferta de emprego entre homens e mulheres na capital Rede Nossa São Paulo/Divulgação
Perfil do entrevistado
Na pesquisa “Trabalho e renda. Viver em São Paulo” foram entrevistadas 800 pessoas acima de 16 anos entre os dias 4 e 21 de dezembro de 2018. Entre os consultados, 53% são mulheres e 47% homens. A renda vai até dois salários mínimos para 36% dos entrevistados, de dois a cinco salários para 30% e mais de cinco para 24%. Do total, 51% se declararam brancos, 46% pardos ou pretos e 3% outros. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

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