Polícia investiga fraude em concurso no DF

Polícia investiga fraude em concurso no DF


Exames da tarde foram suspensos. Pela manhã, candidatos usaram celular e exibiram provas pela janela; veja vídeos. Candidatos a concurso da Sedestmidh, no DF, saem das salas e usam celular enquanto provas são aplicadas
Arquivo pessoal
Candidatos inscritos no concurso público da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh) do Distrito Federal registraram boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul, em Brasília. Eles pedem a anulação do certame.
Durante a manhã deste domingo (24), vários candidatos abandonaram as salas depois que provas foram exibidas nas janelas e circularam entre grupos de alunos que chegavam a conversar sobre as questões (veja vídeo abaixo).
Candidatos debatem questões da prova durante concurso no DF
De acordo com a delegacia, o caso será encaminhado para investigação da Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Administração Pública para apuração de possíveis fraudes.
Mais de 50 mil inscritos
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, 53.748 pessoas se inscreveram no concurso. Foram 27.297 para os cargos de ensino médio e 26.451 para nível superior.
As provas que deveriam ser feitas durante a tarde foram suspensas pelo Instituto Brasil de Educação (Ibrae), responsável pela banca. Segundo o Ibrae, “em razão do atraso ocorrido na distribuição da prova na Universidade Paulista (UNIP) e do consequente tumulto causado por alguns candidatos, a direção do IBRAE decidiu suspender a prova que seria aplicada na tarde de hoje, de 14h30min às 19h.”
Até a publicação desta reportagem, o Instituto não havia se manifestado sobre o que seria feito em relação aos problemas mostrados pelos candidatos durante a manhã. Já a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) – que no atual governo substituiu a Sedestmidh – informou que “a responsabilidade da execução das etapas do exame é totalmente do Instituto Brasil Educação (IBRAE), contratado para a aplicação do certame”.
De acordo com a pasta, “havendo falhas na execução que coloquem o concurso em risco ou quanto à sua legalidade na realização, as medidas administrativas e judiciais serão tomadas pela secretaria”.
Confusão, uso de celular e ‘sumiço’ de malote
Candidato a concurso no DF exibe prova pela janela
Arquivo pessoal
As provas estavam marcadas para as 8h deste domingo (24). Na UNIP, na 913 Sul, o tumulto começou por volta de 9h porque muitas pessoas ainda não tinham recebido o exame. Rayane da Conceição disse que só recebeu o documento uma hora e meia depois do horário previsto. Segundo ela, os fiscais disseram que, por um erro, as provas daquela sala tinham ido para um outro bloco. Luciana de Paula Carvalho Nascimento contou que havia algumas salas com provas e outras sem. “A informação é de que não havia chegado um dos malotes e não tinha prova para todo mundo.”
Quem recebeu a prova reclamou da falta de organização. Os candidatos denunciam que as pessoas usavam o celular, enviavam vídeos e conversavam, mesmo estando com o material.
Candidatos a concurso no DF deixam salas e pedem anulação de certame
Em algumas salas, os concurseiros chegaram a responder as questões, mas foram avisados de que não havia gabarito para preencher. Nazaré Coelho deixou o local porque não tinha o caderno de respostas. “Os gabaritos nem chegaram, você faz a prova e não tem gabarito. Teve gente que saiu da prova antes do horário com o caderno de provas e ficou trocando informações pelo corredor.” Candidatos a concurso no DF fazem fila. Portões deveriam abrir às 7h, mas até 9h permaneciam fechados em local de prova na região de Taguatinga
Arquivo pessoal
Em Taguatinga, os candidatos fizeram fila no local da prova. Segundo eles, o portão do prédio não abriu às 7h, conforme o previsto “A fila está dando a volta no quarteirão. Ninguém dá uma justificativa para nós”, disse um dos candidatos.
Prejuízo para quem viajou
Candidatos que vieram de outros estados estavam inconformados. A jornalista Mirian Gomes veio do Piauí para fazer a prova, mas na sala em que estava o exame não foi entregue. “Foram 22 horas de viagem em vão, muita confusão, muita bagunça e infelizmente a gente sai com essa sensação de tristeza ao ver que uma prova tão importante foi realizada de uma forma tão desorganizada.”
O publicitário Quenani Leal viajou do Rio Grande do Sul para fazer o concurso em Brasília. Ele terá que voltar para casa sem fazer a prova. “As pessoas vêm de longe, se preparam e fui impedido de fazer a prova.” O concurso
O concurso da Sedestmih prevê 1.884 vagas no total, sendo 314 para contratação imediata e 1.570 para cadastro de reserva. São 11 áreas para especialistas em assistência social (nível superior) e três para técnicos em assistência social (nível médio).
O cargo de técnico tem exigência de nível médio e oferece vagas para área administrativo, agente social e cuidador social. O vencimento inicial é R$ 2,6 mil.
Para o caso de especialista, as áreas são educador social; direito e legislação; pedagogia; psicologia; serviço social; administração; ciências contábeis; comunicação social; economia; estatística e nutrição – todas de nível superior. A carreira oferece salário inicial de R$ 3.599,70 para jornada de trabalho de 30 horas.
Leia mais notícias sobre a região no G1 DF.

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