Ex-presidente da Braskem é preso nos EUA por acusações de corrupção

Ex-presidente da Braskem é preso nos EUA por acusações de corrupção


José Carlos Grubisich foi acusado ainda de lavagem de dinheiro. José Carlos Grubisich em foto de 2015, quando era presidente da Eldorado Brasil
Mariane Rossi/G1
O ex-presidente da Braskem José Carlos Grubisich foi preso nesta quarta-feira (20) em Nova York por acusações de ter participado de um esquema para pagar milhões de dólares em subornos para garantir contratos governamentais.
Grubisich foi acusado pelo tribunal federal do Brooklyn de conspiração para violar uma lei de corrupção estrangeira dos EUA e por conspiração para lavagem de dinheiro.
O advogado de Grubisich, Daniel Stein, da empresa Mayer Brown, não pôde ser encontrado imediatamente para comentar.
O G1 procurou a assessoria da Braskem para questionar se a empresa iria comentar o caso, e aguarda retorno. O executivo foi preso no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, e deve comparecer ao tribunal no fim do dia, segundo John Marzulli, porta-voz do gabinete do procurador dos EUA, Richard Donoghue.
Grubisich liderou a Braskem entre 2002 e 2008 e ocupou vários cargos na construtora Odebrecht, principal acionista da companhia. Mais tarde, ele se tornou presidente-executivo da fabricante de celulose Eldorado Brasil, de onde ele saiu em 2017.
Na acusação, os promotores disseram que Grubisich e outros funcionários da Braskem e da Odebrecht participaram de uma conspiração para desviar cerca de US$ 250 milhões para um fundo secreto, que foi usado em parte para subornar funcionários. O esquema teria ocorrido entre 2002 e 2014, de acordo com o indiciamento.
Como presidente da Braskem, Grubisich teria ajudado a encobrir o esquema, falsificando os livros da empresa e assinando certificações falsas à reguladora do mercado de capitais nos EUA, a SEC, disseram os promotores.
Os promotores disseram ainda, no processo judicial, que Grubisich não deveria ser libertado sob fiança porque ele apresenta alto risco de fugir dos EUA.
Braskem e Odebrecht concordaram em 2016 em pagar um total combinado de US$ 3,5 bilhões em um acordo com autoridades dos EUA, Brasil e Suíça para resolverem as acusações de suborno.
O Departamento de Justiça dos EUA disse na época que cerca de US$ 2,6 bilhões viriam da Odebrecht e US$ 957 milhões da Braskem, e que a maior parte do dinheiro seria destinado ao Brasil.
Tanto a Braskem quanto a Odebrecht se declararam culpadas de acusações criminais norte-americanas como parte do acordo, que emergiu da operação Lava Jato.

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