Grupo com 87 empresas europeias cobra redução no desmatamento para manter negócios com Brasil

Grupo com 87 empresas europeias cobra redução no desmatamento para manter negócios com Brasil

Castanheiras "soltas" em plantação de soja na BR-163 no Pará — Foto: Marcelo Brandt/G1Castanheiras "soltas" em plantação de soja na BR-163 no Pará — Foto: Marcelo Brandt/G1

Castanheiras “soltas” em plantação de soja na BR-163 no Pará — Foto: Marcelo Brandt/G1

Um grupo com 87 empresas europeias pediu, em carta aberta, que o Brasil mantenha políticas de combate ao desmatamento ilegal para que elas mantenham as relações comerciais com produtores brasileiros. O documento – publicado em 3 de dezembro – mostra a preocupação das companhias com o futuro da Moratória da Soja, que proíbe a compra do grão em áreas desmatadas da Amazônia após 2008.

Entre os signatários do pedido que reforça a importância da política de proteção estão a rede francesa Carrefour, a Associação Belga de Alimentos (BFA) e o Consórcio Britânico de Varejo (BRC).

A consultora de políticas de sustentabilidade do BRC, Leah Riley Brown, disse nesta quinta-feira (12) ao G1 que o aumento do desmatamento é uma preocupação tanto para empresários como para clientes do Reino Unido.

“Nossa intenção com a carta foi mostrar ao governo brasileiro que nós nos preocupamos com o desmatamento e acreditamos que a política aplicada pela Moratória da Soja tem sido efetiva há anos e deve continuar.” – Leah Riley Brown, consultora do BRC

Carta ao embaixador

O G1 teve acesso a outra correspondência, esta assinada exclusivamente pelo BRC e endereçada diretamente ao embaixador brasileiro em Londres, Fred Arruda, que pede explicações sobre as recentes movimentações para o fim da Moratória da Soja.

“Queremos continuar a comprar soja do Brasil, mas se a Moratória da Soja não for mantida, nossos negócios com o país podem estar em risco”, disse a carta assinada por uma representante do BRC. “Nós queremos garantias de que o governo brasileiro vai manter a moratória da soja.”

O grupo de empresas britânicas disse reconhecer os avanços no combate ao desmatamento que o Brasil teve nos últimos dez anos, mas se mostrou preocupado com o aumento recente nas taxas de desmatamento.

“Nossos membros estão comprometidos a eliminar o desmatamento das prateleiras e é isso que nossos clientes esperam de nós”, disseram.

Em resposta, o ministério de Relações Exteriores disse que há um “comprometimento” do governo e da sociedade brasileira em “eliminar o desmatamento ilegal e promover uma rede de abastecimento sustentável.”

A chancelaria brasileira citou o recente acordo da União Europeia com o Mercosul como uma “expressão clara do compromisso com uma produção responsável” e defendeu o Código Florestal como um mecanismo de proteção da Amazônia.

Moratória da Soja

No mês passado, produtores de soja do Brasil iniciaram um movimento que busca acabar com a Moratória da Soja na Amazônia, um acordo entre negociadores e indústrias que proíbe a compra do grão de áreas desmatadas na região após 2008.

Um grupo de agricultores defende que a Moratória da Soja desrespeita o direito do proprietário de terra de utilizar para a produção de alimentos 20% da área dentro da Amazônia. Por outro lado, empresas exportadoras dizem que a medida pode trazer riscos para as exportações

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, já apresentou críticas sobre a Moratória da Soja, mas disse que essa discussão tem que ser feita pelo mercado.

VÍDEOS SOBRE MORATÓRIA DA SOJA

Veja abaixo vídeos sobre o tema:

ARQUIVO 2014: Moratória da soja é renovada

ARQUIVO 2014: Moratória da soja é renovada

Levantamento sobre a moratória da soja mostra aumento de lavouras na Amazônia

Levantamento sobre a moratória da soja mostra aumento de lavouras na Amazônia

Tereza Cristina afirma que países podem ajudar, mas não interferir na soberania do Brasil

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