Mudanças no sistema financeiro e pandemia adiaram open banking, diz representante do BC

Mudanças no sistema financeiro e pandemia adiaram open banking, diz representante do BC

O consultor do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, Mardison Queiroz, ao participar da live sobre open banking do Valor e Quanto nesta quinta-feira, negou que o adiamento da primeira fase do open banking tenha sido feita por pressão de grandes instituições financeiras.

“O ajuste foi pontual e técnico e motivado pelo cenário de pandemia que estamos vivendo, que exacerbou o problema que a Agenda BC+ colocou ao mercado. São muitas ações colocadas ao mesmo tempo, como a implementação do Pix. Dado o cenário de 2020, essas medidas, já fortes, se avolumaram. Não tem razão por causa de um atraso da instituição A, B ou C”, disse Queiroz.

Conforme divulgado pelo Valor, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr, chegou a dizer que gostaria que a primeira fase do open banking fosse adiada para outubro do ano que vem. Para o represente do BC, a decisão do regulador “não tem nada a ver com isso” e que os bancos estão aptos a se adaptar dentro do novo prazo.

A data do início da implementação (fase I) passou de 30 de novembro de 2020 para 1º de fevereiro de 2021 e a segunda fase foi de 31 de maio para 15 de julho de 2021. A terceira fase não teve alteração e deve ser implantada até 30 de agosto. A quarta e última fase saiu de 25 de outubro para até 15 de dezembro de 2021.

O fundador e CEO da Quanto, Ricardo Taveira, afirmou, ao participar também da live, que ao mesmo tempo que o mercado discute esses novos prazos, já há um movimento forte dos pequenos bancos e fintechs em saber como aproveitar o open banking. Avaliação esta endossada pelo vice-presidente do Mercado Pago, Tulio Oliveira. “Vemos boa vontade da maior parte das instituições para o open banking funcionar”, disse Oliveira.

Porém, Taveira comentou que o grande desafio é conscientizar a população dos benefícios com a maior competitividade que o open banking pode trazer. “É assustador ver que ainda 80% a 90% daqueles que têm conta em fintechs ainda mantêm outra conta em bancos tradicionais”, exemplificou.

Outra questão apontada por Queiroz é a dificuldade de acesso à tecnologia, inclusive a internet, para a disseminação das mudanças do sistema financeiro, como o open banking. Segundo ele, cabe ao governo resolver a questão desse maior acesso. “Infraestrutura de comunicação virou uma necessidade básica e isso depende de políticas públicas”, disse. “Se a comunidade tiver um sistema simples, como o 2G, o open banking já pode ser operado”, acrescenta.

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