Dólar fecha em forte alta diante de virada do humor no exterior

Dólar fecha em forte alta diante de virada do humor no exterior


As incertezas relacionadas ao segundo turno das eleições para o Senado na Geórgia e o aumento no número de casos de covid-19 em países avançados, especialmente no Reino Unido, impactaram o mercado Depois de iniciar o dia em queda firme, o dólar inverteu o sinal e passou a subir com força ante o real, em um movimento atrelado ao ambiente externo. As incertezas relacionadas ao segundo turno das eleições para o Senado na Geórgia e o aumento no número de casos de covid-19 em países avançados, especialmente no Reino Unido, deram apoio à valorização da moeda americana e fizeram o dólar fechar em alta de 1,57% no mercado à vista, negociado a R$ 5,2687.
Na mínima do dia, atingida na primeira metade do pregão desta segunda-feira, o dólar chegou a R$ 5,1198, embalado pela queda da moeda americana no exterior, diante do progresso em torno de programas de vacinação ao redor do globo. No entanto, entre o fim da manhã e o início da tarde, outros fatores passaram a falar mais alto e fizeram com que o dólar invertesse o movimento de queda ante o real e exibisse valorização, como ocorreu em outros mercados emergentes. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,2812.
No fim da tarde, o dólar subia 0,98% ante o peso mexicano, avançava 0,97% contra o peso colombiano, tinha alta de 0,45% na comparação com o rand sul-africano e exibia alta de 0,74% em relação ao rublo russo. Já o índice DXY, que antes da abertura do mercado sustentava forte queda, passou a operar perto da estabilidade e voltou a se aproximar da marca psicologicamente importante de 90 pontos.
Um dos principais motivos para a piora do humor tanto no exterior quanto aqui veio da mudança na leitura do mercado sobre as eleições na Geórgia. Pesquisas mais recentes têm apontado para uma vitória apertada, dentro da margem de erro, dos dois candidatos democratas. Caso isso se confirme, o mercado pode interpretar o movimento como uma “light blue wave”, já que os democratas ficariam com 50 cadeiras e o voto de minerva em questões importantes caberia à vice-presidente, Kamala Harris, que também ocupa a função de presidente do Senado.
Embora uma maioria democrata no Legislativo seja interpretada pelo mercado como chance maior de aprovação de medidas fiscais ainda mais amplas para estimular a economia americana, a possibilidade de regulações mais duras às empresas e de aumento no imposto corporativo também volta à mesa.
“Nas últimas horas, as casas de aposta dão favorecimento a um estreitamento da diferença entre republicanos e democratas. Estamos, agora, com um aumento da probabilidade de os democratas levarem também o Senado. O mercado tem um pouco de medo da ‘blue wave’ dado que os democratas têm essa plataforma voltada a aumento de impostos”, diz Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG. Para ele, se os dois candidatos democratas ao Senado da Geórgia se sagrarem vitoriosos, “é uma mudança substancial de cenário” e que pode resultar em movimentos mais bruscos nos próximos dias.
Além disso, Kawa cita a piora da evolução da pandemia em países europeus, o que também pesou nos ativos de risco neste início de semana. O otimismo de mais cedo era sustentado, principalmente, pelo progresso em torno de vacinas para o combate ao novo coronavírus. No entanto, o aumento no número de casos de covid-19 na Europa e novas medidas restritivas que foram anunciadas ao longo do dia na Escócia, na Áustria e na Inglaterra ajudaram a impor um tom mais cauteloso aos negócios. “A vacinação não está conseguindo ficar no mesmo ritmo da distribuição das vacinas e isso também atrasa o processo de recuperação econômica”, afirma o executivo da TAG.
Com a dissipação de preocupações com o “overhedge”, que resultaram em um estresse no mercado na semana passada, o câmbio se volta, agora, para o exterior, enquanto questões locais continuam pendentes. “O mercado entende que o desfecho necessário do estoque de overhedge pelos bancos locais foi concluído. Isso elimina uma fonte de incerteza que paira sobre o mercado de câmbio desde o início do quarto trimestre. Ao mesmo tempo, as manchetes de Brasília são escassas. Juntos, esses fatores indicam que o real pode não ser tão prejudicado pelas notícias locais e ser negociado mais em linha com os fatores globais na primeira semana do ano”, dizem os estrategistas do Citi. Daniel Acker/Bloomberg

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