Aprenda a liderar em um mundo incompreensível

Aprenda a liderar em um mundo incompreensível


Num cenário em que as ferramentas de gestão do passado se mostram cada vez mais limitadas, os executivos precisam aprender a pilotar através do caos e da complexidade Existem no mundo real problemas simples, complicados, complexos e caóticos. Uma chave de carro é simples, seu funcionamento é fácil de entender. O motor é complicado, mas, com alguma dedicação, pode ser compreendido. O trânsito de São Paulo, por sua vez, é um problema complexo, com variáveis que mudam a cada segundo. Quando um problema complexo sai de controle, ele se torna caótico – como a cidade de Nova York, que como qualquer grande metrópole tem uma existência complexa, mas em um triste 11.9, onde era impossível saber todos os desdobramentos, variáveis, impactos e acontecimentos que viriam a seguir, se tornou caótica. O mundo corporativo reflete o que acontece na vida. Aumentar receita, por exemplo, é um problema relativamente simples. Aumentar receita diminuindo custos é complicado – mas ainda existem regras bem estabelecidas para alcançar esse objetivo. Mas o que fazer quando surge uma startup que transforma todo o setor onde a empresa está inserida? Este já é um problema complexo, para o qual as ferramentas tradicionais não funcionam. Quando uma corporação tradicional não consegue lidar com a complexidade, há a probabilidade de que o problema comece a ficar ainda mais fora de controle e se torne caótico. Mas, independentemente de complexos ou caóticos, esses problemas ameaçam sua própria existência.
Nas últimas décadas, alguns fatores como novos modelos de negócios, tecnologias emergentes, mudanças climáticas, desigualdades sociais, mudanças culturais e hábitos de consumo fizeram com que o mundo se tornasse progressivamente complexo e caótico. A mentalidade e as ferramentas que funcionavam para resolver problemas simples e complicados se aplicam cada vez em menos situações. “Crescemos em um mundo paternalista, em que o líder apontava a direção e todos seguiam”, explica Christer Windelov-Lidzélius, reitor da escola de lideranças dinamarquesa Kaospilot. “Mas o mundo não era tão complexo como hoje. Para mudar enquanto continuamos em movimento, precisamos entender que o próprio negócio se torna mudança. Quem acredita nos modelos do passado vai ficar de fora muito rapidamente”. Novo mindset De fato, o mundo mudou muito, e muito rápido. Setores inteiros da economia são reconfigurados todos os dias, a comunicação e os hábitos de consumo se transformam e o mercado de trabalho se vê cercado por oportunidades e ameaças. Como os líderes vão conseguir lidar com a complexidade de um mundo que está mudando? “Os executivos crescem na carreira solucionando problemas simples ou complicados. Fazem isso muito bem, por isso são reconhecidos”, explica Adriano Mussa, diretor acadêmico e de inteligência artificial, reitor e sócio da Saint Paul Escola de Negócios. “Mas, a partir do momento em que chega a uma gerência média, ele deveria se afastar do que já domina e buscar compreender profundamente como se relacionar com problemas complexos e caóticos”.
Os problemas complexos não se resolvem de forma linear e definitiva, lembra Mussa. “Você não os elimina; dança com eles”. Não é fácil fazer essa mudança de mentalidade e postura. Mas, sem aprender as ferramentas necessárias para lidar com a complexidade, o líder tende a estagnar na carreira.
Para lidar com problemas complexos, design e inovação se tornam essenciais, uma vez que para ter uma verdadeira compreensão é preciso aprender a desenhar o problema do zero e seus possíveis desdobramentos de rotas – o que, como lembra Mussa, “já faz parte da solução”. No momento em que um líder aprende a trabalhar segundo esse novo mindset, diz Christer Windelov-Lidzélius, “ele transforma a forma de trabalhar, de gerenciar, de liderar”. E tudo isso independentemente da tecnologia inovadora do momento: ela pode, e vai, mudar ao longo do tempo, mas a complexidade e o caos vieram para ficar.
Riding Through Chaos
A fim de formar lideranças capazes de caminhar num cenário de complexidade, a escola de negócios Saint Paul traz para o Brasil dois cursos realizados em parceria com a Kaospilot (literalmente “Piloto do Caos”).
Surgida em 1991 em Aarhus, na Dinamarca, esta é uma revolucionária organização educacional dinamarquesa que se auto-descreve como um híbrido entre escola de negócios e design, multilateral na educação de liderança e empreendedorismo. Os programas da KaosPilot não são desenvolvidos apenas para moldar alunos para que se enquadrem no futuro, mas para ajudá-los a criá-lo.
O primeiro dos cursos disponível no Brasil, o Innovation Imperative, terá 16 horas de duração e será realizado entre os dias 26 e 27 de janeiro. Com um formato ao vivo e digital, ele colocará os alunos em contato com os mestres da inovação Christer Windelov-Lidzélius e Anders Drejer, professor da Universidade de Aalborg. Os dois vão esclarecer o falso dualismo da gestão moderna e abordar a natureza paradoxal da inovação e da gestão estratégica nas organizações de hoje.
Já em março, tem início o Riding Through Chaos, com 276 horas de duração, distribuídas em aulas realizadas uma sexta-feira por mês. “Vamos abordar estratégias para que os executivos pilotem em cenários caóticos e complexos”, explica o reitor da KaosPilot e professor do curso, também realizado ao lado de Anders Drejer.
Os dois cursos fazem parte dos High Impact Programs (HIPs) da Saint Paul, desenhados para criar legados de impactos positivos nas corporações e na sociedade. Acesse: https://saintpaul.com.br/curso/high-impact-programs/

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