Membros do Copom questionam se ainda seria adequado manter grau de estímulo

Membros do Copom questionam se ainda seria adequado manter grau de estímulo

Apesar da observação de alguns integrantes, colegiado considerou que benefícios de se aguardar próximas divulgações de dados se sobrepõem aos custos O Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que alguns de seus membros sugeriram que o colegiado “deveria considerar” a redução do grau atual de estímulos monetários. No entanto, o comitê decidiu que os “benefícios de se aguardar” as próximas divulgações para decidir os passos seguintes da política monetária “se sobrepõem aos custos”. “Em particular, alguns membros questionaram se ainda seria adequado manter o grau de estímulo extraordinariamente elevado, frente à normalização do funcionamento da economia observada nos últimos meses”, disse o colegiado nesta terça-feira, na ata referente à reunião da semana passada. No último encontro, o Copom manteve a taxa básica de juros em 2% ao ano, mas retirou o “forward guidance” – a intenção declarada pelo Banco Central (BC) de não elevar a Selic no curto prazo. Esse questionamento se deu em função de fatores como: “inversão do choque desinflacionário ocorrido nos primeiros meses do ano, a reversão da trajetória de queda das expectativas de inflação e a redução da ociosidade econômica, aproximando a projeção do cenário básico da meta de inflação no horizonte relevante”. “Por conseguinte, esses membros julgam que o Copom deveria considerar o início de um processo de normalização parcial, reduzindo o grau ‘extraordinário’ dos estímulos monetários”, disse a ata. No entanto, o comitê acabou concluindo que, “apesar de alguma normalização no funcionamento da economia, o ambiente de incerteza quanto à dinâmica prospectiva das principais variáveis econômicas permanece acima do usual”. “As próximas divulgações serão muito informativas sobre a evolução da pandemia, da atividade econômica e da política fiscal”, disse. “Sendo assim, os benefícios de se aguardar essas divulgações para decidir os próximos passos da política monetária se sobrepõem aos custos. Por isso, o Copom julgou apropriado manter, neste momento, o grau extraordinariamente elevado de estímulo monetário.” Segundo a ata, o comitê analisou não somente o cenário básico para inflação, mas também o balanço de riscos. O cenário básico mostra as projeções de inflação “ao redor da meta” no horizonte relevante para a política monetária. “O Comitê ponderou ainda que os riscos fiscais geram um viés de alta nessas projeções, potencialmente justificando trajetória com elevação dos juros anterior à assumida sob esse cenário”, disse.
Estímulo em países desenvolvidos e cenário para emergentes
Os membros do Copom avaliaram nas suas discussões sobre o cenário internacional, na reunião na semana passada, que “o surgimento de novas variantes do vírus e a recente discussão sobre ‘reflação’ nos Estados Unidos são, respectivamente, novas fontes de risco para a atividade econômica e para os preços de ativos de países emergentes”.
O colegiado avaliou, por outro lado, que “atuam em direção oposta a implementação de amplos programas de imunização contra a Covid-19, os novos estímulos fiscais em alguns países desenvolvidos e a comunicação dos bancos centrais das principais economias desenvolvidas de que os estímulos monetários terão longa duração”.
A conclusão do colegiado é que, por ora, a resultante desse conjunto de fatores é um ambiente favorável às economias emergentes.

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