Em encontro com mulheres, Bolsonaro volta a criticar restrições para conter pandemia

Em encontro com mulheres, Bolsonaro volta a criticar restrições para conter pandemia

Em almoço com executivas e empresárias em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro foi aplaudido quando disse que nunca fecharia o comércio para controlar a pandemia. Ele afirmou que muitos governadores “se embebedaram” com o poder e fecharam coisas desnecessárias, como a praia.

“Andando agora por São Paulo, eu vim de carro do aeroporto para cá, eu vi muita porta cerrada com o anúncio de ‘passo o ponto’ ou ‘vendo’. É um efeito nefasto do que está acontecendo pela falta de sensibilidade de alguns governadores”, disse o presidente, que voltou a afirmar que o desemprego mata mais que o vírus.

Bolsonaro disse, mais uma vez, que não teme a CPI da Pandemia, que corre no Senado, por acreditar que “fez sua parte” na condução da crise. O presidente voltou a repetir sua visão de que o STF o impediu de agir e deu o poder apenas aos governadores e prefeitos no enfrentamento da pandemia.

O presidente afirmou que se dependesse só dele a política de enfrentamento à pandemia seria o isolamento vertical — onde apenas pessoas dos então chamados grupos de risco ficariam em casa — e que, assim, a economia não teria sofrido tanto. Neste cenário, afirmou, o auxílio emergencial poderia ter sido maior que os R$ 600 mensais.

Ele disse ainda que gastou mais com auxílio no ano passado que nos dez anos anteriores de Bolsa Família e que, infelizmente, isso veio de dívida, o que gerou inflação. “A política do ‘fique em casa’ gerou inflação”, insistiu. Bolsonaro ainda afirmou que está preocupado com a inflação, sobretudo nos alimentos, e afirmou que tem pedido à ministra da Agricultura, Teresa Cristina, medidas para evitar altas nos preços.

Anteriormente confirmadas no evento, a primeira-dama Michele Bolsonaro e as ministras Tereza Cristina e Damares Alves (Direitos Humanos) não participaram do encontro. Por outro lado Paulo Skaf, presidente da Fiesp, participou do almoço.

Para as organizadoras, o almoço foi um sucesso. “Acreditamos que só com encontros como este, incluindo mulheres no centro do poder, que conseguiremos avançar em pautas estruturantes, somar experiências, trocar ideias para a tomada consciente de decisão. Não queremos privilégios, pelo contrário, queremos igualdade, em todos os sentidos”, afirmou Karin Miskulin, presidente do Grupo Voto, na abertura do evento. A empresária Dulce Pugliesi, uma das fundadoras da Amil, que falou em nome das presentes, pediu um “olhar social” do governo: “Para além das reformas estruturantes e do custo Brasil, que todos sabemos da importância, o que todos nós queremos é um olhar atento para a causa do desenvolvimento e da inclusão. Pedimos um olhar atento para as diferenças de oportunidade e isso tudo é o que eu vejo aqui hoje dentro dessa sala.”

O clima no almoço foi muito agradável, de acordo com as participantes. Disposto, o presidente posou para diversas fotos com as executivas presentes ao evento. Bolsonaro e os ministros chegaram ao local usando máscaras, assim como a maioria das convidadas. Para as fotos, tiravam as máscaras e, quando os pronunciamentos começaram, o presidente sacou sua máscara e ficou sem a proteção até sair do hotel. Já a maior parte das executivas voltou a usar máscaras após comer.

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