Rede gaúcha de eletrodomésticos entra em recuperação judicial

Rede gaúcha de eletrodomésticos entra em recuperação judicial

Mais uma varejista entrou em recuperação judicial (RJ), mas desta vez é uma bandeira nativa do Rio Grande do Sul. A rede CR Diementz, que nasceu em Portão, no Vale do Sinos, em 2000, teve deferido o pedido de processamento de RJ em fevereiro pela Vara Regional Empresarial de Novo Hamburgo, após admitir dívida de R$ 35,5 milhões com credores, entre trabalhistas, fornecedores – parte importante com aluguéis -, e bancos, classes passíveis de entrar em um processo de recuperação.

Além disso, a CR Diementz soma cerca de R$ 64 milhões em passivo tributário, sendo R$ 60 milhões com o fisco estadual e R$ 4 milhões com a União.

A rede informou, em 1º de fevereiro quando ingressou com o pedido na Justiça, que tinha 42 filiais e 305 empregados. O tamanho da bandeira foi reduzido a menos da metade, com fechamento nos anos recentes de unidades deficitárias, segundo dados que a empresa elencou na petição da RJ na Justiça.

A varejista citou que chegou a ter mais de 800 funcionários e 85 lojas situadas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Hoje as unidades estão apenas em localidades gaúchas. Seguindo rito da RJ, a rede tem até fim de abril para apresentar à Justiça plano de recuperação, deixando claro como pretende saldar o passivo. Esta etapa, caso tenha depois aval de credores, define os passos seguintes para execução dos compromissos.

A rede alegou dificuldades que se intensificaram na pandemia, quando houve fechamento de pontos físicos e também mais restrições. Além disso, o canal digital ganhou mais importância na briga por mercado. O administrador judicial nomeado pela Vara Empresarial e sócio do escritório Becker & Santos, Davi Válter dos Santos, cita que a falta de canal de e-commerce limitou a operação da rede.

Além disso, a varejista alegou razões como redução do tamanho da operação, compra de produtos de distribuidores com valor maior que o praticado por fabricantes – que hoje vendem diretamente apenas para grandes bandeiras -, baixos estoques e inadimplência de clientes, listou Santos.

Em um relatório de perícia que subsidiou a instauração da RJ, o advogado relata que os donos disseram ter contratado “uma consultoria para auxiliar na gestão financeira, marketing e reposicionamento de mercado”. Outra medida que a rede projetou foi a intenção de “alterar o endereço de quatro lojas para uma localização melhor e que terão um aumento no aluguel.  

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