Subir ou não subir? Fed enfrenta dilema em meio a temores de crise bancária

Subir ou não subir? Fed enfrenta dilema em meio a temores de crise bancária

1 de 1
Presidente do FED Jerome Powell — Foto: Evelyn Rockstein/Reuters

Presidente do FED Jerome Powell — Foto: Evelyn Rockstein/Reuters

Faltando apenas seis dias para as autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) se reunirem em Washington, a decisão que tomarão sobre os juros agora e nos próximos meses é uma dúvida, enquanto investidores e economistas de Wall Street tentam adivinhar o que o BC fará.

Ao longo do ano passado, a liderança do Fed fez de tudo para sinalizar suas intenções de elevar os juros com o objetivo de conter a inflação alta, contando com um fluxo constante de divulgações de dados econômicos para orientar suas ações.

Mas agora o chair do Fed, Jerome Powell, e seus colegas precisam responder em tempo real à turbulência no sistema bancário após o colapso de dois grandes bancos regionais dos Estados Unidos e reguladores suíços tendo que prometer assistência ao Credit Suisse, desenvolvimentos que estão remodelando as condições financeiras domésticas e internacionais diariamente.

E tudo está se desenrolando durante o período de silêncio das autoridades antes da reunião do Fed, que impede os membros de oferecer clareza de forma pública sobre sua avaliação da situação e seu efeito nas decisões de política monetária.

Fechamento de 2 bancos em 3 dias nos EUA coloca mercado financeiro internacional em alerta

Fechamento de 2 bancos em 3 dias nos EUA coloca mercado financeiro internacional em alerta

Os analistas também procuraram entender os eventos repentinos, incluindo a falência do Silicon Bank Valley na sexta-feira, a criação no fim de semana de uma proteção emergencial do Fed para o setor bancário, novos dados mostrando progresso lento na luta contra a inflação e uma queda nas ações de bancos na quarta-feira.

“Acho que eles realmente aumentam 25 pontos-base na próxima semana”, disse Thomas Simmons, da Jefferies. “Eles precisam continuar lutando contra a inflação para manter a credibilidade, e uma pausa aqui nesses níveis não vai estancar o sangramento nos mercados.”

Ações do Credit Suisse disparam com promessa de ajuda

Ações do Credit Suisse disparam com promessa de ajuda

O ex-presidente do Fed de Boston Eric Rosengren tem uma opinião diferente.

“Crises financeiras criam destruição de demanda”, disse Rosengren no Twitter. “Os bancos reduzem a disponibilidade de crédito, os consumidores adiam grandes compras, as empresas adiam gastos. Os juros devem parar até que o grau de destruição da demanda possa ser avaliado.”

No fundo, a incerteza sobre o próximo movimento do Fed se resume à dificuldade de saber com que rapidez e profundidade a atual turbulência no setor bancário se espalhará pela economia real.

Afinal, os aumentos de juros do Fed são projetados para desacelerar a economia, e por meses algumas autoridades expressaram perplexidade sobre porque, após um aperto monetário tão agressivo, havia tão pouco disso para ver além do setor imobiliário fortemente atingido.

Na próxima semana, o Fed publicará novas projeções para a trajetória futura da taxa de referência dos EUA. Em dezembro, as autoridades previram que chegaria a 5,1% e, na semana passada, os operadores esperavam que subisse acima de 5,5%.

Agora, espera-se uma alta adicional ou nenhum aumento pelo Fed, e em seguida uma série de cortes que deixaria a taxa abaixo de 4% ao final do ano.

bratings01

Os comentários estão fechados.

Proudly powered by WordPress | Theme: Content by SpiceThemes