Secretário da Fazenda diz que juros altos impactam crédito no Brasil, mas evita avaliar Banco Central

Secretário da Fazenda diz que juros altos impactam crédito no Brasil, mas evita avaliar Banco Central

O secretário evitou, porém, criticar diretamente a política de juros do Banco Central.

Descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses, de 5,75%, os juros reais ficaram em 7,38% em fevereiro – suficientes para manter o país no topo da lista, acima de México, Chile, Colômbia e Hong Kong.

As declarações do secretário do Ministério da Fazenda foram dadas a quatro dias da reunião do Copom do Banco Central, que define o nível da taxa básica de juros no Brasil. Autônoma, a instituição é comandada por Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele tem mandato fixo até o fim de 2024.

Mello afirmou, também, que o Brasil apresenta inflação mais baixa que outros países do mundo, menor desvio em relação à meta central de inflação do que outras nações e indicadores das contas públicas, como endividamento, “não tão diferentes” do resto do mundo.

“E estamos descolados na taxa de juros real. São dados”, declarou ele, em entrevista coletiva a jornalistas.

Em seguida, ele afirmou que não quer dizer se o BC estão certou ou errado.

“Toda nossa análise não foi sobre o mérito da política monetária [definição dos juros pelo BC para conter a inflação]. Em nenhum momento falamos que está certa ou errada, não nos cabe julgar como SPE [Secretaria de Política Econômica]’, declarou Guilherme Mello, do Ministério da Fazenda.

Entenda a definição dos juros

Para definir o nível dos juros, o Banco Central se baseia no sistema de metas de inflação. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.

Neste momento, o BC já está ajustando a taxa Selic para tentar atingir a meta de inflação do próximo ano, uma vez que as decisões sobre juros demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia.

  • Para 2023, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
  • A meta de inflação do ano que vem é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

O Copom tem informado em documentos oficiais que se manterá “vigilante”, indicando que deve manter os juros elevados por um “período suficientemente prolongado” de tempo para conter a inflação. E não afastou a possibilidade de voltar a subir a taxa Selic.

Consequências de juros altos

De acordo com especialistas, juros elevados têm vários reflexos na economia, entre os quais:

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