Governo vai pedir contrapartidas do Paraguai para negociar tarifa de Itaipu, mas não admite aumento

Governo vai pedir contrapartidas do Paraguai para negociar tarifa de Itaipu, mas não admite aumento

Ministro de Minas e Energia disse que uma das contrapartidas pode ser antecipação da negociação de regras de venda da energia e previsibilidade nas tarifas de serviços. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quarta-feira (24) que vai pedir contrapartidas do Paraguai no processo de negociação da tarifa de serviços da usina hidrelétrica de Itaipu.
Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira.
TON MOLINA/ESTADÃO CONTEÚDO
“Se tiver qualquer concessão do Brasil, tem que ter contrapartida delas”, afirmou em conversa com jornalistas.
Brasil e Paraguai estão em impasse sobre o valor a ser cobrado pela energia de Itaipu. Os paraguaios querem um preço em torno de US$ 22 por megawatt-hora (MWh), enquanto o Brasil pretende manter a tarifa em US$ 16,71 por MWh.
Para os brasileiros, uma tarifa alta significa maior custo de energia. Já os paraguaios têm na venda da energia de Itaipu uma fonte de recursos importante para a realização de investimentos.
“Tem outras questões que atendem ao interesse do Brasil de curto e médio prazo e essas questões eu vou levar ao Paraguai semana que vem”, declarou Silveira.
Hidrelétrica de Itaipu produz a maior quantidade de energia dos últimos 5 anos
Sem aumento
O ministro disse que um dos pontos seria colocar um prazo para a negociação do Anexo C do Tratado de Itaipu – que define as regras de comercialização da energia da usina.
Contudo, Silveira disse que não admite aumento na tarifa cobrada pelas distribuidoras que compram energia de Itaipu. A tarifa de serviços de Itaipu é um dos componentes da tarifa cobrada pelas distribuidoras, definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“Temos que manter a portaria que foi aprovada pela Aneel, quando no princípio da nossa gestão a gente reduziu a tarifa. A verdade é essa, na época era de US$ 20,90 para US$ 16,71. Então essa premissa para a gente é inexorável”, disse Silveira.
Em dezembro, por falta de consenso entre os dois países, a Aneel definiu uma tarifa provisória de US$ 17,66 por quilowatt-hora (Kwh) – considerada nos reajustes das tarifas das distribuidoras do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que compram energia de Itaipu.
O ministro disse que voltou “mais otimista” de viagem ao Paraguai, na última semana. “Eu não acredito que passará das próximas duas ou três semanas o desfecho desse acordo”, declarou.
Entenda a tarifa
A tarifa de serviços de Itaipu é chamada de Custo Unitário de Serviços de Eletricidade (Cuse). É um encargo pago por brasileiros e paraguaios para cobrir os custos de Itaipu com:
administração, operação e manutenção da usina;
repasses em royalties e participações governamentais pelo uso da água;
dívida de construção da usina.

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