Ibovespa sobe mais que 1% com melhora de Petrobras e do IPCA-15; dólar cai e encosta em R$ 5,10

Ibovespa sobe mais que 1% com melhora de Petrobras e do IPCA-15; dólar cai e encosta em R$ 5,10

Na véspera, moeda norte-americana avançou 0,28%, cotada a R$ 5,1620. Já o principal índice acionário da bolsa de valores encerrou com queda de 0,08%, aos 124.646 pontos.
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O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, opera em alta nesta sexta-feira (26), com dados benignos do IPCA-15 e a melhora das ações da Petrobras. O dólar opera em queda.
A prévia da inflação brasileira registrou uma alta de 0,21% nos preços em abril, e acumulou 3,77% na janela de 12 meses. Os números vieram abaixo das expectativas do mercado financeiro. As projeções eram de alta de 0,29% para abril, chegando a 3,85% em 12 meses.
O Conselho de Administração da Petrobras decidiu ontem aprovar a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal. Com a medida, a União, que tem a maioria das ações da empresa, deve receber cerca de R$ 6 bilhões. E o governo já concordou com a distribuição do restante dos dividendos gerados em 2023. (veja mais abaixo)
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 11h35, o dólar caía 0,83%, cotado a R$ 5,1197. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,28%, cotado a R$ 5,1620.
Com o resultado, acumula:
queda de 0,72% na semana;
alta de 2,93% no mês;
ganho de 6,38% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa opera em alta de 1,38%, aos 126.364 pontos.
Na véspera, o índice teve queda de 0,08%, aos 124.646 pontos.
Com o resultado, acumula quedas de:
0,38% na semana;
2,70% no mês;
7,11% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
Os mercados têm grande alívio nesta sexta-feira, após dados favoráveis de inflação no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — veio abaixo das expectativas.
Os investidores aguardavam o resultado com ansiedade desde a mudança da meta fiscal pelo governo federal. Como mostrou o g1, especialistas já esperavam uma revisão, mas a alternativa proposta não foi bem recebida. Analistas já trabalhavam com a possibilidade de o ciclo de queda dos juros terminar antes do previsto.
O alerta, por sinal, foi feito tanto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, como pelo próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mas o resultado benigno da inflação traz um respiro de que pode não ser necessário mudar os rumos tão rapidamente.
“O resultado de hoje parece ter sido favorável, com os serviços subjacentes registrando uma leitura abaixo da mediana histórica e recuando ligeiramente em relação ao IPCA-15 de março”, diz Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez, em relatório.
“As inflações de praticamente todos os núcleos gerais acompanhados pelo Banco Central recuaram e ficaram em patamares bastante baixos para os padrões do período. Temos apenas que tomar cuidado para não extrapolar o otimismo que pode ser gerado devido à boa leitura divulgação.”
No exterior, não houve novas histórias: investidores seguiram atrás de pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos. As taxas estão entre 5,25% e 5,50% ao ano, e há uma grande expectativa por quando o Fed iniciará um ciclo de corte nessas taxas.
O principal dado foi o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre de 2024, que veio mais fraco do que o previsto pelo mercado. A taxa anualizada foi de 1,6%, bem menor que os 3,4% no quarto trimestre de 2023. Contra o trimestre anterior, a economia cresceu apenas 0,4% nos primeiros três meses do ano.
Os analistas esperavam um crescimento de 2,2% de janeiro a março, de acordo com o consenso do Market Watch.
Essa foi a primeira estimativa do Departamento do Comércio, publicada na quinta-feira (25). Os EUA publicam o seu crescimento a uma taxa anualizada, que compara o PIB com o do trimestre anterior e depois projeta a variação para todo o ano ao ritmo desses três meses.
Antes, o mercado esperava que os juros começassem a cair ainda no primeiro semestre deste ano. Porém, com dados ainda fortes da economia americano – e, com destaque, ainda, para a inflação que não volta à meta de 2% do Fed -, investidores já acreditam que o ciclo de baixas pode demorar mais tempo para ter início.
Juros mais altos na maior economia do mundo acabam levando investimentos para dentro do país, o que retira dinheiro de outros mercados, principalmente os emergentes, caso do Brasil. Neste contexto, o dólar ganha vantagem frente o real.
Quando os números saíram pela manhã, os yields dos Treasuries despencaram em um primeiro momento, com a informação de que o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 1,6% no primeiro trimestre — abaixo dos 2,4% de crescimento projetados por economistas consultados pela Reuters.
Isso fez com que, no Brasil, o dólar à vista também despencasse, marcando às 9h30 a mínima de 5,1123 reais (-0,72%). No minuto seguinte, no entanto, os yields saltaram para o território positivo e passaram a renovar máximas na sessão, o que fez o dólar também ganhar força ante várias divisas, incluindo o real.
Por trás da virada estavam os números ruins de inflação: o núcleo do PCE subiu 3,7% no primeiro trimestre, acima da expectativa de alta de 3,4%.
“A inflação veio muito ruim, então o dólar deu uma reagida e chegou aos 5,19 reais”, comentou à Reuters Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, lembrando que os dados reforçaram a percepção de que o Federal Reserve tende a promover menos cortes de juros em 2024 — o que, em tese, favorece a moeda norte-americana.
Durante a tarde, porém, os yields perderam força nos EUA, assim como a moeda norte-americana ante boa parte das demais divisas, o que também colocou o dólar em patamares mais baixos no Brasil. Investidores aguardam agora a divulgação do índice PCE mensal na sexta-feira, dado de preferência do Fed para suas decisões de política monetária.
No cenário interno, o destaque foi para a entrega do primeiro projeto de lei para regulamentar a reforma tributária sobre o consumo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levou o projeto pessoalmente a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. A reforma foi aprovada via proposta de emenda à Constituição (PEC) no ano passado.
Esse texto, de 2023, trouxe apenas as linhas gerais da reforma tributária. Agora, é preciso aprovar a regulamentação, que será feita via projetos de lei.
Entre os pontos a ser regulamentados estão a unificação de tributos, os produtos que vão compor a cesta básica e o chamado “imposto do pecado”, criado para desestimular artigos nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Destaque também para a decisão do Conselho de Administração da Petrobras de aprovar a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal. Com a medida, a União, que tem a maioria das ações da empresa, deve receber cerca de R$ 6 bilhões.
Ao todo, serão liberados cerca de R$ 21,95 bilhões em dividendos extraordinários, de um total de R$ 43,5 bilhões. Os pagamentos serão feitos em duas parcelas: em maio e em junho deste ano.
Em comunicado ao mercado, a Petrobras informou que a remuneração total aos acionistas referente a 2023 será de R$ 94,3 bilhões. Esse valor inclui as antecipações aprovadas ao longo do ano passado e pagas até março de 2024 (R$ 58,2 bilhões) mais a proposta de dividendos complementares.
Os dividendos são uma parcela do lucro da companhia que é repartida entre os acionistas. Já o dividendos extraordinários (ou complementares) são aqueles pagos além do mínimo obrigatório. Ou seja, a empresa não tem que pagá-los necessariamente.
Após a decisão desta quinta, o blog da Julia Duailibi apurou que o Palácio do Planalto também deu aval para o pagamento dos outros 50% dos dividendos extraordinários restantes no segundo semestre deste ano.
A nova perspectiva fez as ações preferenciais da Petrobras (sem direito a voto) subirem mais de 2% no Ibovespa nesta quinta-feira. O resultado significou um ganho de R$ 12,7 bilhões em valor de mercado para a empresa, cujo valor total chegou a R$ 561,4 bilhões.
De acordo com levantamento de Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, a cifra fica apenas R$ 5,5 bilhões abaixo de seu recorde histórico, registrado no último dia 19 de fevereiro, quando a Petrobras atingiu R$ 566,9 bilhões em valor de mercado.

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