Pesquisadores do ES desenvolvem variedade de alho que promete ser mais resistente a pragas e mais produtiva

Pesquisadores do ES desenvolvem variedade de alho que promete ser mais resistente a pragas e mais produtiva

Pesquisa está em fase de testes e pelo menos 50 agricultores já estão plantando os novos tipos de alho. A ideia é que essa variação do vegetal ajudem a diminuir os prejuízos na colheita. Pesquisa aposta em melhoramento genético do alho para tornar planta produtiva
Uma pesquisa do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está focada no melhoramento genético do alho para fazer com que a planta seja mais resistente ao ataque de pragas e mais produtiva. As amostras foram distribuídas para alguns agricultores que já estão fazendo os primeiros plantios.
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A preparação do plantio do alho começa com o garimpo das sementes, que são os próprios dentes da planta.
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Produção familiar
A plantação de alho do produtor Deuclides Brandemgurg, fica em Santa Maria de Jetibá, próximo ao distrito Garrafão. Por lá, a agricultura é familiar e todo o trabalho é feito de forma manual.
Processo de separação dos dentes de alho em plantação de Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Segundo o agricultor, o processo de seleção tem um segredo que faz toda a diferença.
“O segredo é o ‘olhômetro’. Você vai olhando os dentes, os que estiveram estragados você já joga fora, os dentes menores você também separa que ou você planta separado ou usa para outra coisa. É uma técnica que tem a ver com a experiência, e com o tempo você sempre vai aprimorando”, comentou o produtor.
Sem máquinas, todas as etapas passam pelo jovem agricultor: desde o processo de arar a terra, preparar os dentes de alho para serem as sementes da próxima colheita até a negociação e venda da produção.
Deuclides contou que trabalha com a plantação desde pequeno, e sabe de cor todo o processo de plantio do vegetal, que passa por pelo menos cinco etapas.
Produção de alho tem várias etapas e é feita de forma familiar no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Neste ano, o produtor e a família já semearam 500 quilos de dentes de alho.
“A gente começa preparando a terra, jogando esterco de galinha, que é um fertilizante natural que tem na nossa região. Aí a gente ara a terra bem e vai começando a fazer os canteiros, onde a gente vai colocando a semente do alho. Depois a gente joga um adubo químico para dar um fortalecimento e depois a gente fecha e joga essa palha por cima”, explicou.
O capim colocado por cima é uma estratégia para proteger o plantio, ajudando a reter a umidade da terra e controlando as plantas invasoras.
Melhorias na qualidade
Incaper realiza estudo sobre variedades de alho serem mais resistentes e produtores começam a ser testados no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
O plantio foi feito no fim de março e será colhido daqui a três meses, em agosto. Para a próxima semeadura, um projeto do Incaper promete dar mais qualidade da produção.
“Apesar de não ser uma cabeça muito grande, mas esse algo apresenta uns dentes bem graúdos, que é uma característica da variedade. Como eu falei que é livre de vírus, ele tem uma tendência do próximo ciclo produzir ainda maior”, comentou o representante do Incaper, Protaze Magesvki.
Os alhos entregues pelo instituto passaram por um processo de limpeza em laboratório, além da introdução de nutrientes e hormônios.
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A ideia é proporcionar para os agricultores uma lavoura livre de vírus e microorganismos que acabam provocando perdas na produção que podem chegar até 50% de prejuízos na colheita.
“A gente está introduzindo 16 variedades de alho seminobre e 5 variedades de alho nobre. Todos eles são livres de vírus. O plantio dele é um pouco diferenciado, a forma de manejo dos alhos seminobres, porque os alhos nobres precisam de ter uma vernalização para essa região, precisa ter um período que vai suspender a irrigação”, pontuou a especialista em melhoramento genético vegetal, Andrea Ferreira.
Capim é utilizado a produção de alho no Espírito Santo para fazer com que ela seja mais resistente
Reprodução/TV Gazeta
Na região, pelo menos 50 agricultores entre Venda Nova do Imigrante, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins já receberam esses alhos que ainda estão sendo testados.
“A gente precisa de pelo menos 3 anos para estar avaliando para ter uma informação adequada. Nó estamos no segundo ano, então a partir do ano que vem, a gente já pode estar recomendando novas variedades de alho seminobre e nobre”, contou a especialista.
O Deuclides já está testando os alhos, e ainda não viu resultados na lavoura, mas vai tentar novamente, já que o melhoramento do vegetal precisa de adaptar ao solo. E para a próxima colheita, está com boas expectativas.
“As expectativas estão sendo boas, tô esperando ter uma boa produção, uma boa colheita. Agora resta saber se o preço ali na hora da colheita também vai favorecer pra gente”, finalizou o produtor.
O projeto ainda é experimental e o estudo continua sendo observador por pesquisadores do Incaper.
A ideia é que com os alhos mais resistentes, produtores tenham menos perdas na hora da colheita no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
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