Desastre de Brumadinho terá efeito profundo na Vale, mas impacto econômico será limitado, diz Moody’s

Desastre de Brumadinho terá efeito profundo na Vale, mas impacto econômico será limitado, diz Moody’s


Segundo agência, acidente deve aumentar o risco reputacional da mineradora; Moody’s colocou nota da empresa em revisão para rebaixamento. Mesmo sem saber a extensão dos danos causados pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), o desastre terá um efeito profundo na Vale, avaliou a agência de risco Moody’s em relatório nesta quinta-feira (31).
Vale recuperou valor de mercado após tragédia de Mariana
A agência colocou a nota de crédito da mineradora em revisão para possível rebaixamento, após a Fitch cortar o rating da empresa após o acidente. Hoje, a Moody’s classifica o rating da Vale em Baa3.
Bombeiro faz pausa em trabalho de buscas nesta quarta (30) em Brumadinho, Minas Gerais.
Lincon Zarbietti/O Tempo/Estadão Conteúdo
Segundo o relatório, o efeito econômico direto do desastre será limitado, uma vez que a mina do Córrego de Feijão responde por menos de 2% da produção anual total de minério de ferro da Vale, de 390 milhões de toneladas.
Contudo, a Moody’s acrescenta que o rompimento da barragem deve aumentar as responsabilidades ambientais, administrativas, criminais e civis, além do sério risco reputacional para a maior produtora global de minério de ferro”, diz a agência.
Dano ambiental e social
Embora o dano ambiental do acidente em Brumadinho seja muito menor que o da barragem em Mariana (MG), ocorrido há três anos, o dano social do desastre que ocorreu na semana passada é muito mais grave, com um número de mortes bem superior, avalia a agência de risco.
A Vale estima que a quebra ambiental na mina de Córrego do Feijão será menor do que na Samarco, porque o volume de rejeitos vazou muito menor. “As penalidades financeiras relacionadas ao colapso da barragem podem ser ainda maiores do que as da Samarco, com base no número de mortes e no recente colapso da barragem da Samarco”, afirma o relatório. Enquanto a Samarco também era da BHP Billiton, a Vale terá responsabilidade exclusiva no novo acidente, aponta a agência de risco. Membro do exército de Israel auxilia em buscas em Brumadinho após rompimento de barragem da Vale
REUTERS/Adriano Machado
A Justiça do Trabalho determinou o bloqueio de mais R$ 800 milhões nas contas da Vale S.A. para assegurar pagamentos e indenizações trabalhistas a vítimas do rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho. Ao todo, a Vale já teve cinco bloqueios de recursos, totalizando R$ 12,6 bilhões.
Agora, escritórios nos EUA entraram com ações coletivas contra a mineradora por danos aos seus acionistas.
A empresa também suspendeu o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio (remuneração aos acionistas) e de remuneração variável (bônus) aos executivos da empresa.
A Vale é a maior produtora e exportadora global de minério de ferro. Fundada em 1942 e privatizada em 1997, ela começou como uma empresa pública denominada “Companhia Vale do Rio Doce”, em Minas Gerais.
Em 2017, a empresa registrou produção recorde de 366,5 milhões de toneladas de minério de ferro, a maioria exportada para a China. A Vale também explora níquel, cobre e outros metais.
Com 76,5 mil funcionários, a companhia atua em 30 países e diversificou seus atividades ao longo dos anos, com usinas hidrelétricas e ferrovias e portos para escovar sua produção.

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