Justiça encerra recuperação judicial da OSX (OSXB3), de Eike Batista; ação salta até 100%

Justiça encerra recuperação judicial da OSX (OSXB3), de Eike Batista; ação salta até 100%

SÃO PAULO – A OSX (OSXB3), empresa de construção naval cujo principal acionista é Eike Batista, informou ao mercado que foi encerrado na última terça-feira (24) o seu processo de recuperação judicial, assim como de suas subsidiárias OSX Construção Naval e OSX Serviços Operacionais.

Com isso, as ações OSXB3 registram uma sessão de disparada nesta quarta-feira. Às 14h26 (horário de Brasília), os papéis subiam 94,29%, a R$ 20,42. Na máxima do dia, a alta chegou a ser de 99,71%, a R$ 20,99. No acumulado de novembro até o pregão do dia 24, o papel havia caído 13,14%, mas ainda com alta acumulada em 2020 de 221,41%.

De acordo com a empresa, foi proferida a sentença nos autos do processo, em que se declara o cumprimento das obrigações do Plano de Recuperação Judicial, vencidas no prazo de dois anos após a concessão.

“A companhia manterá o mercado e os seus acionistas informados a respeito dos temas abordados no
presente Fato Relevante e sobre quaisquer outros atos ou fatos relacionados que possam de alguma
forma influir nas decisões de investimento de seus acionistas e do mercado em geral”, informou no comunicado.

Segundo Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, a notícia mostra que a empresa cumpriu o plano e há perspectiva de melhora.

Contudo, não necessariamente a OSX será uma empresa rentável. Ela ainda conta com problemas adicionais como o risco de imagem, uma vez que o seu acionista majoritário é Eike, que enfrenta problemas na Justiça.

O empresário já foi condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa por suposta propina de US$ 16,5 milhões paga a Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro. Além disso, ele  também foi condenado por crimes cometidos contra o mercado de capitais entre 2010 e 2013, uma vez que teria divulgado informações falsas relacionadas à petrolífera do grupo, a OGX, e utilizado informações privilegiadas (o chamado insider trading) na venda de ações da OSX.

Além disso, a empresa não deu maiores detalhes no fato relevante em que falou sobre a saída da recuperação judicial sobre os plano daqui em diante.

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Vale ressaltar que, em outubro, os papéis da companhia registraram forte volatilidade (veja mais clicando aqui), com os analistas já destacando o caráter altamente especulativos dos papéis.

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Eike tentou trocar administração da empresa no período, depois do acordo de delação premiada com Supremo Tribunal Federal (STF) para voltar ao controle indiretamente, mas credores e acionistas barraram os seus planos.

No mês passado, uma convocação de Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que tinha na pauta a destituição do Conselho de Administração e a deliberação sobre uma lista com três novos candidatos para integrá-lo, foi suspensa por decisão da Justiça, atendendo a pedido do acionista Rogério Alves de Freitas.

No pedido, o acionista afirmou que Eike Batista queria “interferir diretamente na administração da companhia quando está inabilitado para exercer o comando em razão de pena imposta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”, o que poderia causar nulidade da AGE.

A OSX fez seu IPO em 2010, levantando R$ 2,8 bilhões, mas passou por uma crise anos depois. O processo de recuperação já durava mais de seis anos na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

MMX também em forte alta

Na esteira da alta da ação da OSX, também está a alta da ação da MMX (MMXM3), com ganhos de cerca de 47% na sessão desta quarta.

No mês passado, as ações também ficaram bastante voláteis. No acumulado do ano, a alta dos papéis MMXM3 é de cerca de 370%. O grande catalisador para o movimento das ações foi a informação da mineradora em 30 de setembro de 2020, em fato relevante, de que protocolizou petição junto ao juízo de sua recuperação judicial, buscando recuperar o ativo Mina Emma, localizado em Corumbá e que foi oferecido aos credores na recuperação judicial. Segundo a companhia destacou no documento, a exploração “pode ser de grande relevância econômica”.

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“A auditoria de recursos e reservas contratada apurou que o Projeto Corumbá, especialmente considerando a exploração da Mina Emma e o beneficiamento do minério na Mina Lais, é avaliado em US$ 300 milhões e possui capacidade aproximada de produzir 2 milhões de toneladas de minérios de ferro por ano com uma expectativa de operação estimada em cerca de 70 anos”, apontou a companhia.

Em nota em meados de outubro, a Vetorial Energia, por sua vez, apontou que detém legalmente a posse direta e exclusiva de toda a lavra da Mina Lais e da Mina Emma, afirmando que não há razões para especulações como as feitas pela MMX.

Cabe destacar que a ação da MMX, que estreou na Bolsa em 2006, chegou a valer mais de R$ 2 mil em 2008, no auge da euforia do mercado com os papéis da companhia, em meio a grandes projeções   de produção de minério de ferro e aço. Contudo, a companhia deixou de cumprir contratos, trazendo à tona problemas de capacidade operacional do projeto.

Os problemas se acumularam com as investigações envolvendo Eike Batista, que culminaram com a prisão do empresário em 2019. A mineradora está em recuperação judicial desde 2016.

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