Credit Suisse vê safra 21/22 como melhor momento da história do agro brasileiro e eleva projeções para ações do setor

Credit Suisse vê safra 21/22 como melhor momento da história do agro brasileiro e eleva projeções para ações do setor

Produção de soja, commodities, agricultura (fotokostic/GettyImages)

SÃO PAULO – Animados com um aumento no valor da terra no Brasil e em meio à disparada dos preços da soja, os analistas Victor Saragiotto e Felipe Vieira, do Credit Suisse, acreditam que a safra de 2021/2022 será a melhor da história para o agronegócio do país.

Em relatório, a equipe de análise manteve recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) tanto para as ações da Brasil Agro (AGRO3) quanto para os papéis da SLC Agrícola (SLCE3).

De acordo com Saragiotto e Vieira, nunca se viu tanto otimismo entre os fazendeiros do Mato Grosso do Sul e do Pará. “Desde o início de 2018, quando a dinâmica das indústrias no Brasil começou a ser positivamente afetada pela guerra comercial entre EUA e China, os preços do grão de soja aumentaram em 2,5 vezes. Milho e algodão também tiveram um sólido desempenho, com os preços triplicando e dobrando, respectivamente, no mesmo período”, explica.

Eles ressaltam que mesmo os preços do gado, que historicamente são menos voláteis, apreciaram-se em 60% ao longo de 2020.

“Consequentemente, nós acreditamos que a safra de 2021/22 vai ser o melhor momento para o agronegócio em sua história. E isso deve durar por algum tempo ainda.”

Além disso, segundo o Credit Suisse, o solo arável, que é negociado em função de sacas de soja por hectare, mais do que dobrou de preço desde o início de 2018. Assim, conforme a lucratividade melhora, os analistas dizem que será possível ver fazendeiros pagando mais pela terra.

“Pelo menos provavelmente haverá uma aceleração no ritmo de valorização de terras não maduras. Como a lucratividade agora é recorde, ela estimula a expansão da área plantada e oferece suporte a uma melhor dinâmica de preço para a terra”, destacam.

Em termos de oferta e demanda de soja, o banco projeta que na colheita de 2020/21 haverá um déficit de 6,4 milhões de toneladas globalmente, menos que as 18 milhões de toneladas registradas na safra passada. No entanto, a relação entre estoque e uso deve atingir seu menor nível em sete safras, algo que beneficia os preços.

Para o milho, por sua vez, o déficit entre oferta e demanda deve chegar a 11,9 milhões de toneladas, em linha com os 11,7 milhões da última colheita.

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Já para o algodão é esperado um leve superávit de 200 mil toneladas de algodão, também em linha com o que ocorreu na última safra.

Brasil Agro

A Brasil Agro continua sendo a preferida do banco em termos de exposição à valorização das terras no Brasil. Escrevem os analistas que a maior parte do VPL (Valor Patrimonial Líquido) da empresa vem do valor de suas propriedades e o aumento nos preços das fazendas deve ter como consequência um crescimento neste VPL.

“Em um cenário conservador enxergamos o novo VPL da companhia em R$ 47,80 por ação, o que implica em um atrativo desconto de 27% nos papéis AGRO3.”

Diante disso, o Credit Suisse manteve recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os papéis da Brasil Agro, elevando o preço-alvo de R$ 22 por ação para R$ 50 por ação. Considerando o valor de R$ 33,33 com que fecharam as AGRO3 na terça-feira (12) isso significa um upside (valorização) de 50,02%.

Segundo dados compilados pela Refinitiv, as ações da Brasil Agro acumulam quatro recomendações de compra, nenhuma neutra e nenhuma de venda. O preço-alvo médio estimado por analistas para os papéis AGRO3 é de R$ 37,00, o que corresponde a uma valorização de 11,01% sobre o patamar de fechamento das ações na véspera.

SLC Agrícola

No caso específico da SLC, os analistas enxergam uma “rara combinação” de crescimento da produção na esteira do aumento de 40% na área plantada com fortes preços futuros para todas as commodities vendidas pela empresa.

“Apesar dos 90% de valorização no preço dos papéis este ano ainda vemos espaço para maior apreciação no valor das SLCE3”, afirma o banco suíço.

Saragiotto e Vieira projetam um Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) atingindo R$ 2,3 bilhões no ano de 2022, contra R$ 960 milhões em 2020. Nesse caso, a ação operaria a um múltiplo de 4,8 vezes o valor de mercado da companhia dividido pelo Ebitda, o que está abaixo das 8 vezes que são a média histórica do ativo.

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Como consequência, os analistas elevaram o preço-alvo das ações da SLC Agrícola de R$ 27,50 a R$ 70, o que corresponde a uma valorização de 23,92% ante o fechamento do pregão anterior.

As ações da SLC possuem oito recomendações de compra, uma neutra e nenhuma de venda. O preço-alvo médio das SLCE3 é de R$ 51,00, patamar 9,72% abaixo do valor de fechamento dos papéis na última terça.

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