Governo dos EUA congela ativos de empresa estatal de petróleo da Venezuela

Governo dos EUA congela ativos de empresa estatal de petróleo da Venezuela


Chefia da estatal anunciou apoio a Nicolás Maduro em meio à disputa pela presidência do país com Juan Guaidó, apoiado pelos EUA; medida deve pressionar ainda mais a economia da Venezuela. Posto da PDVSA em Caracas
Andres Martinez Casares/Reuters
A petrolífera da Venezuela, a PDVSA, não pode mais movimentar o dinheiro e os bens que tem investidos nos Estados Unidos. Isso porque o governo norte-americano emitiu decisão nesta segunda-feira (28) que bloqueia os ativos da empresa estatal venezuelana no país. As sanções foram anunciadas pelo secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, e também proíbe que norte-americanos façam negócios com a PDVSA.
A decisão é mais uma medida de pressão dos EUA a Nicolás Maduro, que enfrenta uma crise política em seu país depois que o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se declarou presidente interino. Os EUA, assim como diversos países, reconheceram Guaidó como presidente da Venezuela. Mas a chefia da PDVSA, controlada pelo governo da Venezuela, havia reiterado apoio a Maduro.
Venezuela é rica em reservas de petróleo sub-exploradas “Os EUA vão continuar utilizando todas as ferramentas diplomáticas e econômicas para apoiar o presidente interino Juan Guaidó, a Assembleia Nacional, e os esforços do povo venezuelano para restaurar a democracia”, disse Mnuchin.
A medida tende a pressionar mais ainda a economia da Venezuela, que depende fortemente das exportações de petróleo. Há ainda expectativas dos efeitos dessa decisão sobre o preço do barril nos EUA, já que a Venezuela está entre os quatro maiores exportadores da commodity aos EUA. De todo o petróleo cru que os norte-americanos compram, 6% vem da Venezuela. Em pronunciamento na noite desta segunda-feira, Maduro acusou o governo Trump de “roubar da Venezuela a Citgo” – uma subsidiária da PDVSA nos EUA. O chavista também afirmou que a estatal vai entrar com ações legais contra o governo norte-americano para “proteger a estatal”.
Guaidó ignora Maduro e quer nomeações
Nicolás Maduro e Juan Guaidó disputam a legitimidade do poder na Venezuela
Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Juan Guaidó, declarado presidente interino da Venezuela na quarta-feira (23), disse em comunicado que ordenou a Assembleia Nacional a nomear novos diretores para a PDVSA e para a Citgo.
A decisão de Guaidó ignora a posição do presidente da PDVSA, Manuel Quevedo – que é militar e também comanda o Ministério do Petróleo do governo chavista. Na quarta-feira passada, logo após o oposicionista se declarar presidente, Quevedo reiterou o apoio a Nicolás Maduro.
Casa Branca volta a pedir apoio de militares venezuelanos
Militares permanecem na sede da Guarda Nacional Bolivariana de Cotiza, na Venezuela, nesta segunda-feira (21) Yuri Cortez / AFP
A Casa Branca pediu nesta segunda-feira para que as forças armadas e de segurança da Venezuela apoiem Juan Guaidó como presidente interino do país e informou que já houve “contatos significativos” entre generais venezuelanos e representantes da Assembleia Nacional (Parlamento). “Pedimos para que os militares e forças de segurança venezuelanas aceitem a transição de poder pacífica, democrática e constitucional”, disse John Bolton, assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump. “A nossa análise, nos baseando em vários contatos, é que os militares venezuelanos de menor patente são profundamente conscientes das desesperadas condições econômicas no país e estão buscando formas de apoiar o governo da Assembleia Nacional”, explicou Bolton.
O assessor de Trump opinou que esse sentimento é compartilhado pelos “oficiais de categoria média” e garantiu que a Casa Branca está “a par de contatos significativos entre oficiais e simpatizantes da Assembleia Nacional”. “Portanto, quando o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, fez na semana passada essa declaração (de apoio ao presidente Nicolás Maduro), rodeado por muitos generais uniformizados, não sabiam quantos deles já estavam falando com a Assembleia Nacional”, ressaltou.

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