Ibovespa vira para queda pressionado por Petrobras e bancos antes de fala de Trump

Ibovespa vira para queda pressionado por Petrobras e bancos antes de fala de Trump

SÃO PAULO – O Ibovespa vira para queda nesta quarta-feira (8) puxado pelas ações de Petrobras e bancos, que após um início em alta, sofreram uma forte pressão vendedora. No cenário macro, os investidores esperam pelo discurso do presidente americano Donald Trump que, segundo a Casa Branca, ocorrerá às 11h no horário local (13h no horário de Brasília).

Ontem, Trump se comprometeu a falar nesta manhã para contar ao mundo quais serão os próximos passos dos Estados Unidos após o Irã bombardear duas bases iraquianas que contavam com a presença de militares americanos.

Há expectativas por um apaziguamento nas tensões, uma vez que o ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, disse que o país concluiu as “medidas proporcionais” para vingar a morte do general da Guarda Revolucionária, Qassem Soleimani.

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Às 11h29 o Ibovespa tinha queda de 0,44% a 116.143 pontos. Já o dólar comercial registra leve variação negativa de 0,06% a R$ 4,0617 na compra e a R$ 4,0624 na venda. O dólar futuro com vencimento em fevereiro cai 0,15% a R$ 4,0675.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai dois pontos-base a 5,20%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de um ponto-base a 5,75% e o DI para janeiro de 2025 fica estável a 6,43%.

Na véspera, logo após o ataque, o petróleo chegou a disparar 4% e os futuros das bolsas americanas desabaram, mas o pânico foi momentaneamente dissipado depois de Trump afirmar pelo Twitter que “está tudo bem”.

Já Teerã disse que não busca uma guerra, de modo que a avaliação predominante é de que os ataques do Irã parecem ter sido cuidadosamente calibrados para apaziguar a crescente raiva interna, enquanto dão a Trump a chance de evitar uma guerra que poderia devastar a região.

Não existem ainda informações sobre vítimas nos ataques, que duraram horas na chamada “Operação mártir Soleimani”.

O Irã também é destaque no noticiário após um Boeing 737 com destino à Ucrânia cair com 176 pessoas a bordo, sem que restassem sobreviventes. O chefe da Organização de Mitigação e Gerenciamento de Desastres de Teerã, Mansour Darajati, disse que as avaliações iniciais sugerem que o acidente foi causado por um problema técnico, informou a agência iraniana Irna.

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Fora as tensões no Oriente Médio, a guerra comercial volta a aparecer como preocupação. A China confirmou que vai enviar uma delegação aos EUA este mês, mas não há mais certeza de que o acordo comercial será assinado no dia 15 como estava previsto no cronograma oficial. O vice-ministro da Agricultura da China, Han Jun, disse que Pequim não aumentará sua cota anual de importação de grãos dos EUA, algo que fazia parte dos requisitos para a assinatura do acordo.

Entre os indicadores, o relatório ADP de emprego no setor privado americano mostrou a criação de 202 mil vagas de trabalho em dezembro, ante estimativa de criação de 160 mil vagas, segundo compilação da Bloomberg.

Por aqui, os investidores acompanham quais medidas o governo vai tomar para compensar o aumento dos combustíveis que a Petrobras terá que fazer por conta da alta nas cotações do petróleo. Apesar do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, ter descartado qualquer interferência política, o mercado segue receoso pelo histórico do Brasil neste sentido.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o Planalto já estuda há dois meses as alternativas para permitir que a Petrobras mantenha sua política de preços sem causar a ira dos caminhoneiros.

Noticiário corporativo

O Banco do Brasil fechou onze contratos de fianças bancárias com a Petrobras, no valor de R$ 698,6 milhões. Os contratos são para a petrolífera comprar capacidade de transporte de gás natural na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) em 2020 e 2021. Já a Cemig negou que queira vender, por enquanto, o restante da sua participação na sua subsidiária Taesa.

O Bradesco BBI elevou a recomendação para JBS de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado), elevando o preço-alvo de R$ 35 para R$ 37, ao avaliar que o valuation é atrativo e que há oportunidade de compra uma vez que os desafios se dissipam, com a evolução nas negociações entre EUA-China ainda não precificada no setor de proteínas.

A Gol reportou prévia para o quarto trimestre, projetando receita unitária por passageiro com um crescimento saudável de 11% na base de comparação anual, enquanto (ii) os custos unitários deverão ser reduzidos em cerca de 10% na mesma base de comparação (excluindo despesas não recorrentes). Com isso, as margens esperadas no trimestre deverão ser fortes, com margem EBITDA esperada entre 37 e 39% e EBIT (operacional) entre 26% e 27%;

A Gol também reportou seus dados operacionais de dezembro, com um aumento de 1,1% na comparação anual da demanda consolidada e de 3,1% na oferta, culminando em uma queda de 1,6 ponto percentual na Taxa de Ocupação. Quando comparados os resultados trimestrais, houve um aumento de 6,1% na oferta consolidada, enquanto a demanda cresceu 5,5%, gerando uma queda na Taxa de Ocupação de 0,4 p.p. “Os números ficaram levemente abaixo das nossas estimativas, mas ainda assim representam um crescimento robusto”, aponta a XP.

Ainda em destaque, o governo de São Paulo realiza leilão do lote de rodovias estaduais Piracicaba-Panorama (Pipa) na B3, às 9h. O certame, primeiro da administração do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), será um termômetro importante para medir o apetite dos investidores pelas estradas paulistas. No total, a concessão tem previsão de investimentos da ordem de R$ 14 bilhões em 30 anos.

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