Índice de ADRs Brazil Titans 20 cai mais de 6%, com Fed, coronavírus e queda de preços do petróleo

Índice de ADRs Brazil Titans 20 cai mais de 6%, com Fed, coronavírus e queda de preços do petróleo

bolsa ações mercados crash baixa down circuit breaker (Getty Images)

SÃO PAULO – O feriado de Corpus Christi começa com forte queda para os papéis de companhias brasileiras negociados nas bolsas dos Estados Unidos, em dia sem sessão na B3.

Às 10h41 (horário de Brasília) desta quinta-feira (11), o índice de ADRs (sigla para American Depositary Receipts) Brazil Titans 20, que reúne os principais ativos brasileiros negociados em Wall Street, operava em baixa de 6,11%, a 14.794 pontos.

Já o ETF EWZ iShares MSCI Brazil Capped, que replica o Ibovespa em dólar, recua 4,39%, a US$ 30,38.

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O movimento é mais acentuado do que o de outros índices do mercado acionário internacional. Pesam sobre o mau humor dos investidores o tom cauteloso do Federal Reserve com a economia norte-americana e preocupações com os riscos de uma possível segunda onda do novo coronavírus no país.

Os ADRs brasileiros também acompanham a forte queda dos preços do petróleo, em meio aos crescentes estoques da commodity nos EUA, que foram de 5,7 milhões de barris na semana de 5 de junho para atuais 538,1 milhões de barris – um recorde, segundo dados da Energy Information Administration (EIA).

Entre as maiores quedas estão os papéis de companhias do setor aéreo. Os ADRs de Gol e Azul apresentavam respectivos recuos de 12,39% e 15,84%. Movimento similar aos ativos da Embraer: -12,73%. Também caem forte os ADRs da CSN: 10,22%.

Os papéis com maior peso no índice Brazil Titans 20 caíam mais de 4%. Vale (-4,08%), Itaú Unibanco (-5,22%), Bradesco (-5,20%) e Petrobras (-5,60%) respondem por pouco mais de 40% da carteira teórica.

Indicadores econômicos

Os Estados Unidos registraram 1,542 milhão de novos pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada em 6 de junho, informou o Departamento de Trabaho do país nesta quinta-feira (11).

Os números representam um recuo em relação à marca da semana anterior (1,877 milhão) e vêm levemente abaixo das estimativas dos economistas (1,6 milhão de novos pedidos) consultados pelo Dow Jones.

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A explosão nas requisições do benefício começou depois que o país passou a adotar medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus.

São quase 113 mil mortes causadas pela Covid-19 nos EUA, número maior que o de qualquer outro país no mundo. O número de casos confirmados chegou a 2 milhões.

Noticiário político

O Supremo Tribunal Federal iniciou, na última quarta-feira (10), julgamento de uma ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) que questionava a constitucionalidade do inquérito das fake news, aberto há um ano e sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Relator do pedido de arquivamento das investigações, o ministro Edson Fachin votou a favor da validade do inquérito e das decisões tomadas até o momento pelo relator, mas defendeu que sejam estabelecidos limites para as ações.

Em uma apresentação longa, o magistrado ponderou que o inquérito deve ser acompanhado pelo Ministério Público Federal, que os advogados das partes envolvidas tenham acesso aos autos, que seja delimitado o objeto das apurações e se observe a garantia das liberdades de expressão e de imprensa.

Fachin também aproveitou para dar recados a manifestações antidemocráticas que pedem o fechamento do STF e do Congresso Nacional e a volta do AI-5. “Não há liberdade de expressão que ampare a defesa desses atos. Quem quer que os pratique precisa saber que enfrentará a justiça constitucional de seu país, que esse STF não os tolerará”, afirmou.

E ainda deu um recado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que chegou a pregar a insubordinação a decisões judiciais após a deflagração de operação pela Polícia Federal contra aliados seus, no âmbito do inquérito. “Não há ordem democrática sem respeito a decisões judiciais”, disse Fachin.

Após o voto do relator da ação, o julgamento foi suspenso e será retomado na próxima quarta-feira (17).

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Também movimenta o noticiário político a recriação do Ministério das Comunicações pelo presidente Jair Bolsonaro. A pasta, cobiçada por partidos do centrão, foi entregue ao deputado federal Fábio Faria (PSD-RJ), genro de Sílvio Santos, que é dono da rede de televisão SBT.

Além de um gesto ao empresário, que tem mostrado proximidade com o atual governo, o movimento dá continuidade às investidas de Bolsonaro em direção ao centrão e em busca de construir uma base aliada no Congresso Nacional.

Radar corporativo

A BR Distribuidora encerrou o primeiro trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 234 milhões, o que corresponde a uma queda de 51% na comparação com o mesmo período do ano passado. No balanço, a companhia citou a desaceleração da economia e crescentes restrições à circulação de pessoas.

Já a Vale informou que fechou acordo na Justiça de Nova York para encerrar a ação coletiva dos detentores de ADRs no processo relacionado ao rompimento da barragem do Fundão da Samarco, ocorrido em 2015. Em fato relevante, a mineradora afirmou que pagará U$ 25 milhões. A companhia também anunciou que, a partir de segunda-feira (15), o atual diretor de suprimentos da companhia, Paulo Souto, assume a diretoria de carvão no lugar de Juarez Saliba.

E a Via Varejo, controladora das redes Casas Bahia e Ponto Frio, informou que terá reaberto cerca de 600 lojas de suas 1.073 unidades em operação até esta quinta-feira.

O jornal Valor Econômico informa que fontes não citadas dizem que a Latache Capital (gestora de fundos que investem em ativos em dificuldades) deverá assumir 100% do controle da Rodovias Tietê, com uma esperada decisão do grupo AB Concessões de comunicar hoje que exercerá direito de vender sua participação de 50% na empresa em recuperação judicial.

Bolsas mundiais

O dia é de queda acentuada para os principais índices acionários do mercado internacional, com os investidores digerindo manifestações vindas do Federal Reserve no dia anterior. O tom cauteloso do presidente do Fed, Jerome Powell, trouxe cautela aos mercados.

O chairman da autoridade monetária americana afirmou ser possível que milhões de pessoas precisem de mais apoio econômico e revelou temores de uma possível segunda onda do coronavírus, que “afetaria indústrias que já devem ter uma recuperação lenta”.

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Powell disse ainda que o Fed está em estágio final para lançar programa de empréstimos à Main Street e que é possível haver uma parcela significativa de pessoas desempregadas mesmo quando a retomada econômica estiver em curso.

Com tal percepção sobre a economia, o chairman ressaltou que o Fed “não está nem pensando sobre aumento de juros”.

Os índices futuros norte-americanos registravam uma queda nas primeiras movimentações do dia, em meio às preocupações com riscos de uma segunda onda do novo coronavírus após serem constatados aumentos nos registros de casos em estados que adotam uma reabertura gradual.

Na Europa, o índice Stoxx 600 recuava mais de 2%, com um novo mergulho de empresas do setor aéreo e recuos de diversos setores econômicos. Movimento similar é observado na Ásia e no mercado de commodities.

Veja o desempenho dos mercados, às 11h02 (horário de Brasília):

Nova York
*S&P 500 (EUA), -2,54%
*Nasdaq (EUA), -1,94%
*Dow Jones (EUA), -3,08%

Europa
*Dax (Alemanha), -2,72%
*FTSE 100 (Reino Unido), -2,54%
*CAC 40 (França), -3,07%
*FTSE MIB (Itália), -3,95%

Ásia
*Nikkei 225 (Japão), -2,82% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -2,27% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,78% (fechado)

*Petróleo WTI, -8,01%, a US$ 36,43 o barril
*Petróleo Brent, -6,52%, a US$ 39,01 o barril

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