(Divulgação)
SÃO PAULO – A companhia argentina de varejo digital Mercado Livre, anunciou na manhã desta segunda-feira (10) que encerrou o segundo trimestre com um lucro líquido de US$ 55,9 milhões, o que representa uma alta de 245% sobre o mesmo período de 2019.
Enquanto isso, a receita líquida avançou 61,1% em dólar na mesma base de comparação, chegando a US$ 878,37 milhões entre abril e junho. No Brasil, principal mercado da empresa, a receita subiu 36,5%, para US$ 465,29 milhões – em reais a alta da receita foi de 87%.
Os usuários únicos ativos no Mercado Livre cresceram 45%, atingindo 51,5 milhões, enquanto o volume bruto de mercadorias atingiu US$ 5 bilhões, um aumento de 48,5% em dólar. No segundo trimestre, a empresa disse que foram vendidos 178,5 milhões de itens, 101,4% a mais que um ano antes.
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A reação inicial do mercado ao balanço foi positiva, com as ações chegando a saltar 6% no pré-market da Nasdaq, nos Estados Unidos. Porém, após a abertura, o movimento foi oposto, com os papéis chegando a desabar mais de 7% durante a tarde. No fim, os ativos fecharam o dia a US$ 1.124,1, com perdas de 5,83%.
Vale destacar que a empresa argentina foi uma das grandes vencedoras do segundo trimestre na bolsa americana, com suas ações valorizando 101,8% entre abril e junho e ficando atrás apenas da Tesla – que saltou 106,1% – entre as 100 empresas que fazem parte do Nasdaq.
Seguindo a arrancada das ações, na última quinta-feira (6), o Mercado Livre ultrapassou a mineradora brasileira Vale (VALE3) e se tornou a companhia mais valiosa da América Latina, avaliada em US$ 60,6 bilhões, segundo dados da consultoria Economatica.
Nesta terça-feira (11), Stelleo Tolda, diretor de operações do Mercado Livre, e Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago, participarão de uma live no InfoMoney, como parte da série Por dentro dos resultados. Eles vão comentar os resultados do ano e responder dúvidas de quem estiver assistindo. Veja como participar.
Para os analistas Andrew Ruben, Fernando Donega e Alexandre Namioka, do Morgan Stanley, a companhia entregou um resultado forte, mesmo com as já altas projeções que haviam para o balanço.
Segundo eles, os números apresentados mostram que para os ganhos de e-commerce do Mercado Livre (e para o setor em geral) estão fortes, com aceleração em maio e junho mesmo em um cenário de crise econômica e volta da concorrência com a reabertura das lojas físicas.
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Durante teleconferência com analistas, Pedro Arnt, diretor financeiro do Mercado Livre, destacou a estratégia logística da companhia durante a pandemia. No segundo trimestre, a Mercado Envios, unidade de logística do Mercado Pago, despachou 157,7 milhões de itens, alta de 124,2% em um ano.
“[No Brasil] Conseguimos diminuir nossa dependência dos Correios porque estamos incrementando nossa divisão Meli Logistics. A ideia é depender cada vez menos de grandes empresas de transporte e mais de pequenas transportadoras e dos serviços do tipo last-mile“, disse ele.
Em geral, a companhia superou as expectativas do mercado, registrando números melhores em receita e no lucro. Porém, houve quem apontou uma preocupação com a queda da margem líquida, que ficou em 48,6% no segundo trimestre, contra 50% um ano antes.
Durante a tarde, as companhias brasileiras do setor acompanharam no movimento negativo, mas no fim apenas o Magazine Luiza (MGLU3) registrou queda, de 4,34%, enquanto Via Varejo (VVAR3) e B2W (BTOW3) viraram para leve alta, sendo que elas também subiram forte nos últimos meses. As ações da Lojas Americanas (LAME4), controladora da B2W, tiveram queda de 1,48%.
Magazine Luiza divulga seu balanço dia 17 de agosto e Via Varejo apresenta seu resultado do segundo trimestre nesta quarta-feira (12), ambas após o fechamento do mercado. B2W e Lojas Americanas divulgam seus números na quinta-feira (13), também após o fechamento da B3.
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