Ações da Petz (PETZ3) fecham em queda de 5% após balanço, mas analistas seguem otimistas

Ações da Petz (PETZ3) fecham em queda de 5% após balanço, mas analistas seguem otimistas

A rede de pet shops Petz (PETZ3), que estreou na Bolsa em setembro de 2020, viu suas ações caírem mais de 5% nesta terça-feira (11) após a divulgação do resultado: os ativos PETZ3 fecharam em baixa de 5,16%, a R$ 23,35.

O lucro líquido da companhia teve baixa de 40,7% na comparação anual, para R$ 11,48 milhões, e uma margem de 2,1%, com a queda relativa sobretudo pelos efeitos não recorrentes de exclusão dos créditos tributários, obtidos no primeiro trimestre de 2020, para fins de comparação.

A receita bruta subiu 52,8% na comparação anual, a R$ 537,5 milhões, sendo 33,9% desse crescimento proveniente das Vendas em Mesmas Lojas (Same Store Sales), ou seja, de lojas já abertas em trimestres anteriores. O restante veio do crescimento das vendas digitais (235,5% ano contra ano), alcançando R$ 155,5 milhões no trimestre, equivalente a 28,9% da receita bruta, além da abertura de mais 5 lojas, totalizando 138 na rede.

A margem bruta apresentou melhora de 0,5 ponto percentual, chegando a 40% da receita bruta total, com maior participação de produtos de marca própria “PETZ” no mix de vendas, além de antecipação de compras e reposição de estoque, contornando o reajuste mais forte de preços da indústria.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 40 milhões no primeiro trimestre, um crescimento de 36,3%, com margem de 7,5% em relação à receita bruta, uma piora de 0,9 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2020.

A Levante Ideias de Investimentos aponta que o resultado veio bom e acima do esperado em termos de receita bruta e crescimento das vendas brutas, com forte crescimento de 2 dígitos, mas com Ebitda abaixo do esperado, explicado pelo aumento das despesas com vendas com o crescimento da participação das vendas através do canal digital e da menor circulação de pessoas devido à pandemia.

A queda no Ebitda vem de uma maior participação das vendas digitais na base de comparação anual (de 13,2%  para 28,9% da receita bruta), com aumento forte de despesas de vendas (crescimento da participação de 22,9% para 24,7% das receitas totais), além de menor efeito de diluição de despesas fixas pela menor frequência de clientes nas lojas e nos centros de estética/veterinária da rede.

Apesar da queda da rentabilidade poder gerar um impacto negativo no preço das ações da companhia no curto prazo, sobretudo pelo fato da forte alta acumulada de 29% desde o início do ano (até o fechamento da véspera) poder desencadear um movimento de realização de lucros nas ações, a expectativa é de que a baixa não persista.

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“Acreditamos que essa queda na rentabilidade seja temporária, sobretudo pelos efeitos da pandemia que limitou a circulação de pessoas no primeiro trimestre de 2021, gerando uma menor alavancagem operacional por meio de suas lojas físicas”, avalia a Levante.

Os analistas apontam que a companhia segue em ritmo forte de expansão, com ambição de chegar de 30 a 35 aberturas de lojas por ano daqui em diante. A Petz realizou a abertura de 31 lojas nos últimos 12 meses, com ritmo mais forte no segundo semestre de 2020 que registrou 23 aberturas. Nesse sentido, a empresa não deve encontrar grandes dificuldades, com projetos e modelo de loja já padronizadas, o que reduz o tempo de construção e ativação dos imóveis, além da integração mais fácil com o sistema de gerenciamento da companhia.

Para o longo prazo, o setor ainda segue bastante pulverizado e ainda há uma avenida grande de crescimento e consolidação, com espaço para concorrentes como PetLove, Cobasi e PetLand crescerem sem gerar canibalização de consumidores por ora.

A equipe de análise da Levante segue com visão positiva para a companhia no longo prazo, com um modelo de expansão de baixa necessidade de capital e alto retorno, além de iniciativas no campo de novos negócios (Petz Solution), que se torna um complemento na estratégia de crescimento da companhia, mapeando e integrando potenciais empresas com tecnologia e inovações complementares à plataforma Petz.

Na mesma linha, os analistas do Bank of America continuam “excepcionalmente otimistas” com a Petz, apontando que o segmento de animais de estimação favorecem os segmentos premium e as propostas de valor da companhia.

Com relação ao resultado, o banco aponta que, apesar da base de comparação mais difícil, o crescimento acumulado nas vendas acelerou sequencialmente no primeiro trimestre de 2021.

“As vendas digitais cresceram mais de 3 vezes na comparação anual e parecem se estabilizar em níveis mais altos, à medida que o e-commerce expande as áreas comerciais da Petz e acelera a maturação de novas lojas. Também esperamos novas funcionalidades do aplicativo e melhorias no gerenciamento de relacionamento com o consumidor, que provavelmente aumentem o engajamento e a conversão”, destacam os analistas Robert Aguilar, Melissa Byun, Vinicius Strano e Guilherme Vilela.

A Petz também deve introduzir uma marca própria em alimentos e espera que a oferta crie diferenciação incremental e aumento de margens. “A geração de caixa acima do plano permite uma potencial aceleração do crescimento. Também percebemos uma oportunidade considerável de construir clínicas veterinárias e hospitais do Centro Veterinário Seres em uma rede de afiliados muito maior e explorar outros temas de saúde”, destacam os analistas. A recomendação do BofA é de compra para a ação PETZ3, com preço-alvo de R$ 28, potencial de valorização de 14% em relação ao fechamento da véspera.

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O BTG Pactual aponta que os resultados trimestrais reforçam a visão estrutural positiva sobre o caso de investimento da Petz, principalmente com base na exposição a um mercado de alto crescimento e ainda fragmentado de produtos e serviços para animais de estimação no Brasil (no qual a Petz tem 6% de participação de mercado), uma plataforma omnichannel em expansão, tornando a Petz mais competitiva versus os players regionais e marketplaces horizontais, bem como expansão nacional com melhores retornos.

Apesar de um valuation exigente, a expectativa de crescimento sustenta a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 20. Contudo, o preço-alvo representa uma queda de 19% em relação ao fechamento da véspera.

De acordo com compilação da Refinitiv, as sete casas que cobrem a ação possuem recomendação de compra, mas com preço-alvo de R$ 24, uma queda de 2,5% em relação ao fechamento da véspera.

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