Ministério da Economia tem proposta pronta para acabar com juros sobre capital próprio, diz jornal

Ministério da Economia tem proposta pronta para acabar com juros sobre capital próprio, diz jornal

Assunto que sempre vem à tona quando o assunto é reforma tributária, o fim dos juros sobre o capital próprio e a tributação de proventos voltaram ao noticiário em meio à possibilidade de avanço do tema no Congresso Nacional.

Segundo informações do jornal Valor Econômico desta terça-feira (25), o Ministério da Economia tem pronta uma proposta para acabar com os juros sobre o capital próprio, alternativa usada por empresas para distribuir recursos aos seus acionistas e que reduz o Imposto de Renda a pagar sobre o lucro da companhia.

O ministério também pretende reduzir a alíquota do imposto de renda sobre a pessoa jurídica dos atuais 15% para 10% em dois anos. Há também a proposta de taxar a distribuição de dividendos em 15% e, posteriormente, elevar a alíquota para 20%.

Em curta avaliação, o Bradesco BBI destaca que a medida, se vingar, pode impactar empresas que pagam muitos proventos em forma de JCP.

Entre as ações de cobertura do banco, a B3 (B3SA3) poderia ser a mais impactada, com até 9% de impacto negativo na projeção que os analistas possuem para o lucro líquido de 2022 da operadora da Bolsa (expectativa de lucro por ação de R$ 2,85 no próximo ano) e com um impacto entre 6% e 7% do preço-alvo atual, de R$ 69 por ativo, não presumindo compensação em qualquer outra frente de tributação.

Com a compensação, o impacto poderia ser reduzido em 5 pontos percentuais, implicando em um impacto negativo do lucro líquido de 2022 de 4% e entre 2% e 3% do Valor Presente Líquido (VPL), com todo o resto das condições mantido constante.

Em relatório posterior, Gustavo Schroden, analista do BBI, também destacou como as ações do setor bancário podem ser impactadas caso a proposta passe (também destacando a taxação de distribuição de dividendos).

“Os bancos brasileiros pagaram significativo montantes de dividendos e JCP nos últimos anos, resultando em benefícios fiscais e uma menor alíquota efetiva de imposto, beneficiando seu lucro líquido recorrente. Na verdade, os bancos relataram uma taxa de imposto efetiva de cerca de 25% versus a taxa de 45% sobre a renda das instituições”, afirma.

Cabe ressaltar que, na véspera, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou um acordo entre Câmara e Senado para a divisão das etapas da reforma tributária e uma “comunhão de esforços” para a aprovação do tema nas duas Casas.

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A Câmara iniciará as discussões sobre unificação do PIS Cofins, IPI e tributação sobre renda.

O Senado tratará de alterações constitucionais – usando como base o relatório da comissão mista, para as PECs 110 e 45, que abrange ICMS e ISS – e do programa de refinanciamento de dívidas. Sobre a PEC da reforma administrativa, as discussões continuam na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, e a votação pelos deputados dever acontecer na sequência.

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