Dividendos x Selic a 4,25%: as ações que devem pagar proventos acima da taxa básica de juros

Dividendos x Selic a 4,25%: as ações que devem pagar proventos acima da taxa básica de juros

ações bolsa gráfico índice mercado (Shutterstock)

SÃO PAULO – Como esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 0,75 ponto percentual, para 4,25% ao ano, mas como novidade retirou a indicação de “ajuste parcial” dos juros, deixando a sinalização que irá elevar novamente a taxa em pelo menos 0,75 p.p. em agosto.

Com esse cenário, investidores se questionam agora como esse avanço da Selic – que segundo analistas deve fechar o ano em torno de 6,25% – irá impactar o Ibovespa e se afetará a renda fixa também.

Apesar da decisão do Copom, a equipe da XP aponta que os juros reais (juros nominais subtraído da inflação) devem continuar próximos de zero, o que mantém um baixo retorno real para a renda fixa. Ao mesmo tempo, o dividend yield (rendimento de dividendos) das empresas do Ibovespa continua em níveis bem competitivos, segundo os analistas.

A XP fez um levantamento com 18 ações de cobertura dos analistas da casa que podem pagar um dividend yield acima dos 4,5%, ganhando do atual nível da Selic.

Destas, 8 devem pagar um dividend yield acima de 6,25%, que é a projeção dos economistas para a taxa de juros no fim do ano, segundo o mais recente relatório Focus do BC. Confira a lista completa das ações:

A XP aponta ainda que investir em ações com foco em dividendos é uma boa oportunidade, pois os investidores possuem uma “garantia” de retorno, além de seus possíveis ganhos com a performance da ação. Ou seja, além da possibilidade de ganho de capital, o investidor conta também com uma rentabilidade adicional na forma de proventos.

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Vale lembrar que as companhias têm a obrigatoriedade, por lei, de remanejar pelo menos 25% seus proventos para os acionistas.

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Confira as recomendações da XP para as 10 maiores pagadoras de dividendos:

Copel (CPLE6) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 15,49%

A XP destaca que a companhia divulgou uma nova e robusta política de dividendos em janeiro de 2021. De acordo com a nova política as propostas de dividendos regulares serão calculadas conforme os critérios: (i) alavancagem abaixo de 1,5 vez igual a 65% do Lucro Líquido Ajustado, (ii) alavancagem entre 1,5 vez e 2,7 vezes igual a 50% do Lucro Líquido Ajustado e (iii) alavancagem acima de 2,7 vezes igual a 25% do Lucro Líquido Ajustado.

Com isso, a estimativa é de um dividend yield de 12,4% no biênio de 2021-2022 para CPLE6. “Mantemos nossa recomendação de compra nas ações da Copel, com um preço-alvo de R$ 7,50 por ação”, aponta.

CSN Mineração (CMIN3) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 12,9%

Os analistas da XP enxergam em um forte potencial de valorização das ações da CSN Mineração, sendo a empresa a top pick do setor de mineração. “Na nossa visão, a forte geração de caixa, aliada à manutenção do preço do minério de ferro em patamares elevados e alavancagem baixa deverá render altos dividendos aos acionistas”, avaliam.

Para este ano, a estimativa do retorno com dividendos considera um preço de minério de ferro médio em US$ 135 por tonelada (contra US$ 220/t atualmente). “Em termos de valuation, também vemos as ações em patamares atrativos, negociando a 3,2 vezes EV/EBITDA 2021 (contra média do setor em 5,5 vezes)”, diz a XP. A recomendação é de compra para as ações CMIN3, com preço-alvo de R$ 14 por ação.

Engie Brasil (EGIE3) – recomendação neutra e dividend yield esperado de 9,63%

A Engie Brasil, avalia a XP, tem destaque por sua capacidade diferenciada de se proteger de efeitos hidrológicos adversos, somada a sua diversificação de portfólio com a entrada nos setores de transmissão de energia e transporte de gás.

“Acreditamos que a companhia deverá manter uma prática de distribuição de 100% do lucro líquido aos acionistas em 2021, assim como ocorreu em 2020. Estimamos um dividend yield de 9,6% em 2021. Temos recomendação neutra em EGIE3 com preço-alvo de R$ 44 por ação”, avalia.

AES Brasil (AESB3) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 8,16%

A XP destaca que a AES Brasil (antiga AES Tietê) usualmente apresenta lucros consistentes, embora possa haver um certo grau de volatilidade dependendo da incidência de chuvas.

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Em 2020 a companhia apresentou um dividend payout de 88% que se traduz em um dividend yield de 5,4% no ano, o que reforça a visão dos analistas de que a AES Brasil é uma das preferidas como pagadora de dividendos. “Estimamos um dividend yield de 8,5% em 2021-2022 para as ações. Temos recomendação de compra em AESB3 com preço-alvo de R$ 18 por ação”, destacam.

Cesp (CESP6) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 7,64%

A Cesp vem reforçando sua sólida geração de caixa nos últimos trimestres, avalia a XP. Com isso, a expectativa é de que a companhia deve continuar a distribuir pelo menos o dividendo mínimo de R$ 1,85 por ação previsto pelo seu estatuto.

“Em 2020 a companhia atingiu uma distribuição de 49% sobre o lucro líquido, reforçando a nossa visão de que a CESP é uma das nossas preferidas como pagadora de dividendos. Estimamos um dividend yield de 7,6% entre 2021 e 2022. Reiteramos nossa recomendação de Compra na CESP, com um preço-alvo de R$ 36 por ação”, reforçam.

Banco do Brasil (BBAS3) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 7,15%

Na avaliação da equipe de análise, o banco combina: i) preço atrativo, pela sua carteira de crédito defendida e pela soma das partes atraente; e ii) uma frente digital competitiva. “Desta forma, acreditamos que haja poucas avenidas de crescimento de valor ao banco, tornando a distribuição de dividendos uma alternativa atrativa”, aponta.

Devido ao limite de distribuição de dividendos imposto pelo Banco Central em 2020, a XP estima um divend payout (dividendo sobre o lucro) de 50% em 2021 e um dividend yield de 7,1%. A recomendação é de compra para Banco do Brasil e preço-alvo de R$ 43 por ação.

Vale (VALE3) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 6,80%

Destacando seguirem otimistas com Vale, considerando um cenário de manutenção dos preços de minério de ferro em patamares elevados, com uma demanda saudável por conta dos estímulos econômicos na China, e um cenário mais desafiador para a oferta, os analistas esperam um retorno com dividendos mínimo de 6,0% em 2021, considerando um preço de minério de ferro médio em US$ 135 a tonelada (versus US$ 220 a tonelada atualmente).

Em termos de valuation, as ações estão em patamares atrativos, negociando a 3,3 vezes (versus média do setor em 5,5 vezes), abaixo de sua média histórica. Os analistas reiteram recomendação de compra para a Vale, com preço-alvo de R$ 122 por ação.

BB Seguridade (BBSE3) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 6,67%

Os analistas esperam que a BB Seguridade se beneficie principalmente de: i) crescimento de prêmios impulsionado pela retomada da atividade econômica; e ii) da capacidade de distribuição pelas agências do Banco do Brasil. Desta forma, dada a baixa necessidade de capital, a BB Corretora apresenta margens altas impulsionando os retornos da companhia.

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Portanto, veem um dividend yield de 6,7% para 2021 e possuem recomendação de compra para a ação com preço-alvo de R$ 35.

Cyrela (CYRE3) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 5,68%

A XP enxerga a Cyrela bem posicionada para o ciclo imobiliário positivo previsto para os próximos anos, diante da combinação de três fatores: i) extenso banco de terrenos; ii) execução sólida e executivos com vasta experiência no mercado imobiliário; e iii) exposição a diversos segmentos (da baixa até alta renda).

Além disso, os analistas afirmam que a combinação de forte geração de caixa e balanço patrimonial sólido deve “continuar alimentando as robustas distribuições de dividendos para os próximos anos”. Com isso, eles colocam uma recomendação de compra para os papéis e preço-alvo de R$ 33.

CTEEP (TRPL4) – recomendação neutra e dividend yield esperado de 5,49%

Para a CTEEP, os analistas lembram que o segmento de transmissão de energia é baseado em receitas fixas corrigidas pela inflação e margens elevadas, proporcionando um estável fluxo de dividendos.

Além disso, a companhia recebe elevados fluxos de caixa como indenizações relacionadas a ativos não amortizados existentes até maio de 2000 (denominados RBSE).

“Também notamos que a CTEEP tem, desde 2018, uma política de dividendos que prevê a distribuição de, no mínimo, 75% do lucro a acionistas, desde que o endividamento se mantenha sob controle”, aponta a XP ressaltando que a CTEEP é uma companhia com poucas dívidas, elevando a chance de pagamento de dividendos extraordinários no futuro.

A recomendação para as ações é neutra, com um preço-alvo de R$ 25.

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