Ibovespa cai com renovados temores de coronavírus e perde os 116 mil pontos; dólar vai a R$ 4,21

Ibovespa cai com renovados temores de coronavírus e perde os 116 mil pontos; dólar vai a R$ 4,21

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (29) com renovados temores acerca do coronavírus. O Ministério da Saúde informou que monitora nove casos suspeitos no Brasil, ao mesmo tempo em que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, mostrou preocupação com a doença.

Mais cedo, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) manteve as taxas de juros nos Estados Unidos entre 1,5% e 1,75% ao ano. No comunicado está escrito que a política monetária atual é apropriada.

O Ibovespa registrou baixa de 0,94%, a 115.384 pontos com volume financeiro negociado de R$ 19,823 bilhões.

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Segundo, Ari Santos, operador da Commcor, o medo ainda é o sentimento que prevalece no mercado. “Não vi nada diferente nas falas do presidente do Fed, mas o mercado precisa de força compradora para subir, e isso não está acontecendo. Ainda há receio no ar e os investidores não foram às compras”, comenta.

Já o dólar comercial subiu 0,59%, a R$ 4,2182 na compra e R$ 4,219 na venda, no maior patamar de fechamento em dois meses. O contrato futuro de dólar com vencimento em fevereiro, por sua vez, avança 0,83%, a R$ 4,231.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 teve alta de quatro pontos-base a 4,95%, o DI para janeiro de 2023 caiu dois pontos-base a 5,45% e o DI para janeiro de 2025 ficou estável a 6,17%.

Os integrantes do Fomc reafirmaram hoje a visão anterior de que a inflação está baixa e a economia está se expandindo a uma “taxa moderada”. A autoridade monetária destacou ainda o mercado de trabalho forte, com aumento na criação de vagas e taxas baixas de desemprego. Além disso, o comunicado reforçou a visão de que o consumo é moderado, enquanto investimento e exportações ainda estão fracos.

Powell lembrou que os fundamentos da economia americana estão sólidos, mas a produção industrial e as exportações estão mais fracas e as incertezas permanecem, inclusive aquelas relacionadas ao coronavírus.

Por outro lado, Powell afirmou esperar que a inflação chegue mais perto dos 2% nos próximos meses. Ele ressaltou ainda que os salários estão aumentando, principalmente para empregos que pagam menos. “Consideramos que a política está bem posicionada para apoiar os americanos”, explicou.

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Hoje, a American Airlines cancelou alguns voos para China, citando declínio na demanda, o que ajudou a derrubar o ânimo dos mercados.

O governo chinês informou que o número de pessoas infectadas ultrapassou seis mil, das quais 132 morreram. A bolsa de Hong Kong, que reabriu hoje, caiu 2,82%, menos do que o que se esperava diante da ameaça do vírus. O mercado da região se beneficiou do anúncio de que o BC chinês prometeu prover liquidez.

No Brasil, o Ministério da Saúde informou que monitora nove casos suspeitos de coronavírus, mas nenhum deles foi confirmado ainda como infecção pela doença.

Enquanto isso, nesta sessão, os números da economia americana não agradaram: as vendas residenciais em curso nos EUA registraram o maior declínio desde 2010.

Os investidores também repercutem as falas de Gustavo Montezano, presidente do BNDES, que explicou durante a manhã a polêmica auditoria de R$ 48 milhões para abrir a “caixa-preta” do banco em operações com o grupo J&F, sem encontrar nenhuma irregularidade.

Montezano, disse que “não há nada mais esclarecer” em relação às operações passadas da instituição de fomento. Segundo ele, as investigações internas do banco não encontraram nenhuma irregularidade nas operações com o grupo J&F ou em quaisquer outras operações. “Não houve nada de ilegal”, frisou.

Agenda econômica e reformas

Já  na agenda econômica, o Banco Central divulgou o movimento de crédito em dezembro e em 2019. A taxa média de juros cobrada no cheque especial caiu em dezembro, depois de ter registrado alta em novembro, de acordo com o Banco Central. A taxa passou de 306,6% ao ano para 302,5%.

O governo federal também apresentou o resultado primário de dezembro e de 2019. As contas do governo apresentaram um déficit primário de R$ 95,065 bilhões em 2019. Foi o sexto ano seguido em que as contas ficaram no vermelho.

Pela série histórica do Tesouro Nacional esse também foi o menor rombo fiscal desde 2014, ou seja, em cinco anos. Em 2018, o déficit somou R$ 120 bilhões. Em dezembro, o déficit foi de R$ 14,6 bilhões, ante estimativa, segundo o consenso Bloomberg, de resultado negativo de R$ 1,6 bilhão.

Na política, o relator da reforma tributária na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), defendeu nesta terça-feira (28) um esforço conjunto de deputados e senadores para que a proposta seja votada em texto único até junho na Câmara e no Senado.

O governador de São Paulo, João Doria, disse ontem em evento no Credit Suisse estar confiante de que reforma tributária do governo federal será aprovada e que será seguida pela reforma administrativa.

Noticiário corporativo

O Santander Brasil (SANB11) teve lucro líquido de R$ 3,748 bilhões no quarto trimestre deste ano, alta de 3,9% frente aos três meses anteriores, quando o ganho havia ficado em R$ 3,608 bilhões. Já o lucro gerencial, que exclui fatores extraordinários, ficou em R$ 3,726 bilhões nos últimos três meses do ano passado, enquanto o lucro societário foi de R$ 4,75 bilhões no período.

No acumulado de 2019, o lucro líquido foi de R$ 14,181 bilhões, alta de 16,6% na comparação com 2018 (quando foi de R$ 12,166 bilhões). Já o lucro gerencial alcançou R$ 14,55 bilhões, 17,4% superior.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
MRVE3 5.56937 21.23
RADL3 2.72283 128.27
HYPE3 2.5732 34.68
RENT3 2.55198 54.25
KLBN11 1.53625 21.15

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
FLRY3 -4.12308 31.16
AZUL4 -4.06986 59.87
MRFG3 -4.06223 11.1
CIEL3 -4 6.96
BRKM5 -3.86304 32.85

O Banco do Brasil comunicou à CVM, na noite de ontem, que fez três repasses à Cassi, seu fundo previdenciário, que superaram R$ 998 milhões. Os repasses ocorreram no dia 20 de janeiro e foram feitos em três transações no mesmo dia.

Após realizar assembleias em sindicatos associados de todo País, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) definiu pela greve a partir do dia 1º de fevereiro (sábado). A Petrobras já foi comunicada.

Na pauta de reivindicações está o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) e, segundo a federação, o descumprimento do acordo coletivo do trabalho. O conselho deliberativo da entidade se reúne às 9h para definir os detalhes da paralisação.

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