Ações de Azul e Gol caem mais de 10%; Petrobras tem queda de 8% com petróleo em forte baixa

Ações de Azul e Gol caem mais de 10%; Petrobras tem queda de 8% com petróleo em forte baixa

A sessão é mais uma vez de fortes quedas para a bolsa brasileira, com destaque mais uma vez negativo para as aéreas, com Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) caindo mais de 10% com os impactos prolongados de coronavírus sobre o turismo. A CVC Brasil (CVCB3) vê seus papéis caírem mais de 12%.

A Moody’s rebaixou o rating da Azul e da Latam de B1 para Ba3 em razão da “rápida e crescente disseminação do surto de coronavírus”. Já o rating da Gol entrou em revisão para um possível rebaixamento.

“O setor de transporte aéreo de passageiros tem sido um dos setores mais afetados, dada a sua exposição a restrições de viagens e sensibilidade à demanda e sentimento do consumidor”, afirma. A nível macro, a Moody’s destaca a queda do preço do petróleo e dos preços dos ativos, que criam um choque de crédito. De acordo com a agência, as três companhias aéreas devem ter redução de tráfego de 70% em seus voos no segundo trimestre, enquanto o recuo anual deve ser de 30%, “com cancelamentos de voo parciais ou completos e aeronaves com todas as regiões afetadas globalmente”.

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Os contratos futuros do petróleo também operam em forte queda nesta quarta-feira, com o brent em baixa de 6% e o WTI em derrocada de quase 12%, na casa dos US$ 23 o barril, no menor patamar em 18 anos, em meio a temores sobre o impacto que a pandemia de coronavírus terá na demanda pela commodity e na economia global. Assim, após a recuperação da véspera, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) voltam a cair forte, com baixa de 8,5% para as duas classes de ações.

No radar corporativo, várias empresas da indústria e do comércio comunicaram ontem que reduzirão o horário de atendimento ao público ou que determinaram aos funcionários que trabalhem em home office por causa da pandemia do coronavírus. Entre elas, estão Minerva (BEEF3), Suzano (SUZB3) e Multiplan (MULT3).

Minerva (BEEF3

O frigorífico Minerva comunicou na noite de ontem que liberou o home office para a maioria dos seus funcionários administrativos na sede em Barretos (SP) e no escritório da capital paulista, devido à pandemia do coronavírus. O Minerva também anunciou que a partir de 23 de março dará férias coletivas para funcionários de quatro plantas frigoríficas, uma em José Bonifácio (SP), outra em Janaúba (MG) e duas em Mirassol d’Oeste e Paratininga, no Mato Grosso. “A decisão também está alinhada à piora dos cenários doméstico e global, que inclui queda na demanda do segmento de food service e limitações logísticas em diversas partes do mundo”, comunicou  a empresa.

A Suzano Papel e Celulose fechou totalmente os escritórios centrais na capital paulista e determinou o home office para todos, para protegê-los do Covid-19. A Suzano, maior produtora brasileira de papel e celulose, informou que também liberou o home office para parte dos funcionários administrativos em outras cidades brasileiras e no exterior. A capital paulista entrou em estado de emergência no último dia 16.

Multiplan (MULT3

A Multiplan comunicou na noite de ontem que a partir de hoje todos os seus 19 shopping centers no Brasil funcionarão das 12h às 20h. O objetivo da restrição de horário é evitar uma possível contaminação dos funcionários e consumidores pelo coronavírus. A medida abrange shoppings importantes, como o Morumbi em São Paulo, o Barra no Rio, o Minas em Belo Horizonte e o Barigui em Curitiba.

Brasil Properties (BRPR3)

A Brasil Properties lançou ontem um programa para recomprar quatro milhões de ações ordinárias que estão no mercado. A empresa comunicou que a operação de recompra, coordenada pelas corretoras dos bancos Itaú e Credit Suisse, irá até 17 de setembro de 2021. A BR Properties não informou se pretende alienar os papéis no futuro ou simplesmente guardá-los em tesouraria.

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Sul América (SULA11)

A Sul América comunicou na noite de ontem que pagará juros sobre o capital próprio no valor de R$ 80 milhões aos acionistas. A seguradora informou que farão jus ao pagamento os acionistas que mantiverem papéis da empresa até o dia 20 de março. O pagamento será feito a partir de 16 de abril.

A Hypera Pharma informou na manhã de hoje que vendeu a patente de 12 produtos farmacêuticos e medicamentos sem prescrição para a Eurofarma na Argentina, Peru, Equador, Colômbia, Panamá e México. Segundo a Hypera, o valor da transação é de US$ 161 milhões (R$ 813 milhões). Segundo a Hypera, os ativos “fazem parte da recente aquisição com a Takeda Pharmaceuticals International e o preço da aquisição é proporcional à relevância dos ativos em relação ao negócio adquirido da Takeda”. Com a venda dos 12 produtos para a Eurofarma, a Hypera reforça o seu objetivo de manter o foco no mercado brasileiro.

O Bradesco BBI avaliou a operação como positiva, destacando que a Hypera vendeu os remédios para a Eurofarma na Argentina Peru, Equador, Colômbia e México, países que não fazem parte do seu foco de atuação, que é o Brasil.

Além disto, o BBI ressalta que com a venda a Hypera poderá reduzir seu endividamento, cuja relação dívida líquida sobre o Ebitda está em 2,1 vezes (2,1x) para 1,7 vezes (1,7x). O endividamento da Hypera cresceu porque recentemente a empresa comprou o portfólio dos remédios Buscopan por R$ 1,3 bilhão e os remédios da japonesa Takeda no Brasil por R$ 4 bilhões.

“Nós acreditamos que a estratégia de manter o foco no Brasil é positiva porque após as recentes aquisições existe bastante trabalho a fazer nas sinergias. Além disto, a receita nos países latino-americanos seria de apenas 3% do faturamento da Hypera”, destaca o BBI. O banco manteve a recomendação neutra para a ação HYPE3, com preço-alvo de R$ 43,00.

Segundo informações do Valor, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em reunião com líderes partidários, demonstrou irritação com a equipe econômica do governo e afastou a possibilidade de a proposta de privatização da Eletrobras avançar.

Alliar (AALR3

A rede de laboratórios Centro de Imagem Diagnósticos, ou Alliar, publicou balanço e informou lucro líquido de R$ 7,4 milhões no quarto trimestre de 2019, uma queda de 54,9% sobre igual período de 2018. No consolidado do ano de 2019, contudo, o lucro líquido da Alliar avançou 3% sobre o ano anterior para R$ 41,3 milhões.

O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) avançou 4,7% no quarto trimestre de 2019, sobre igual período de 2018, para R$ 59,9 milhões. No consolidado de 2019, o Ebitda da Alliar cresceu 18,5% sobre 2018 para R$ 260,5 milhões.

A empresa informou que no quarto trimestre houve expansão de 4,3% nas vendas no conceito mesmas lojas, mas a operação sofreu o impacto por causa da venda da operação no Hospital São Rafael na Bahia. A Alliar, que congrega dezenas de laboratórios de exames e medicina diagnóstica em vários estados, destacou o avanço de 5% na receita da operação no Estado de São Paulo com a marca de laboratórios CDB.

O Itaú BBA avaliou como neutro o balanço do quarto trimestre de 2019 e do ano passado inteiro divulgado pela empresa. “Os resultados da Alliar vieram estritamente em linha com as nossas estimativas. Embora os esforços da empresa para reduzir custos sejam bem-vindos, o declínio do tíquete médio ainda é um obstáculo para um maior crescimento”, destacou o banco. O BBA manteve o preço-alvo de R$ 21,00 para ação em 2020, uma alta de 78,7% sobre o fechamento de ontem na B3.

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