Novo “block trade” deixa ação da BRF congelada por mais de uma hora; papéis saem do leilão em alta

Novo “block trade” deixa ação da BRF congelada por mais de uma hora; papéis saem do leilão em alta

SÃO PAULO – Após passarem por leilão na reta final da sessão da última terça-feira (1) em meio a um block trade (leilão agendado por um grande investidor para se desfazer de uma quantidade de ações), as ações da BRF (BRFS3) passam novamente por essa operação no pregão desta quarta-feira (2), que durou mais de uma hora.

As ações entraram em leilão às 11h17 e saíram por volta das 12h25. De acordo com informações da Bolsa, o movimento ocorreu devido à negociação de 1,72% do capital das ações ordinárias. Ao entrar em leilão, os ativos BRFS3 subiam 2,23%, aos R$ 28,85 e, ao saírem do leilão, por volta das 12h25, seguiram também em alta. Às 12h38, os ativos subiam 1,59%, a R$ 28,67.

A operação foi em respeito à operação de compra e venda 13.980.000 ações, com preço de R$ 28,75. A corretora na compra e na venda é do JP Morgan, a mesma usada na véspera e a que  foi usada pela Marfrig (MRFG3) para levar a sua exposição ao capital da BRF em 24% do capital social.

Ontem, após a operação de block trade, que fez a BRF disparar 9,55%, surgiram mais especulações de que a Marfrig estaria aumentando sua participação na companhia.

Cabe destacar que, de acordo com informações da Reuters, a Marfrig solicitou formalmente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a aprovação da compra de quase um quarto das ações circulantes da BRF pela companhia, anunciada em 21 de maio – e após muitas especulações de mercado (veja mais clicando aqui).

Uma porta-voz da Marfrig disse à agência que o pedido, que deve ser analisado em um procedimento “fast-track”, foi realizado em 28 de maio e poderá ser processado em até 30 dias. Os papéis da Marfrig subiam mais de 4% na tarde desta quarta-feira.

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A decisão da Marfrig de buscar a análise do órgão antitruste à aquisição de uma fatia de 24% da BRF, maior processadora de carne de frango do Brasil e proprietária de marcas como a Sadia, ressalta a sensibilidade do investimento, apesar de a Marfrig insistir que não pretende influenciar a gestão da BRF. A companhia de carne bovina afirmou que a operação, que ocorreu quase dois anos após o fracasso de negociações para uma fusão das duas empresas, tem caráter passivo e visa diversificar seus investimentos.

Em e-mail enviado à Reuters, o Cade afirmou que até o momento não houve qualquer menção no Diário Oficial da União ao pedido feito pela Marfrig ao órgão.

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Conforme destaca a Levante Ideias de Investimentos, sem uma aprovação por parte do Cade a respeito da transação ocorrida, a Marfrig fica vedada de qualquer movimentação em relação à Administração e tomada de decisões na BRF.

“Porém o órgão não deve dificultar um aval, dado que as companhias operam em mercados distintos, além de a JBS (JBSS3) ter debaixo de sua operação a Seara e a JBS Brasil, o equivalente à BRF e a Marfrig, em uma comparação mais imediata”, avaliam os analistas.

Os analistas lembram que a regra da “pílula de veneno” (poison pill) da BRF, ou seja, gatilho de obrigatoriedade de uma oferta pública de aquisição (OPA) é de 33,33% da participação, o que obrigaria o comprador a realizar uma oferta para os demais acionistas para a compra da companhia toda com um prêmio de 40% sobre o preço médio de mercado.

Com relação às operações da companhia, embora não haja sinergias operacionais relevantes, há uma complementaridade em termos de resultados, dado que o ciclo do frango e dos suínos tende a ter correlação inversa à do boi.

(Com Reuters)

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