JBS tem recordes no 2º tri, mas ações caem na Bolsa: o que esperar para os próximos trimestres

JBS tem recordes no 2º tri, mas ações caem na Bolsa: o que esperar para os próximos trimestres

SÃO PAULO – A maior produtora de proteína animal e alimentos processados do mundo, a JBS (JBSS3) reportou mais um trimestre de crescimento recorde, com forte geração de caixa.

Com desempenho impulsionado pelas operações na América do Norte, a JBS apurou lucro líquido de R$ 4,4 bilhões entre abril e junho deste ano, alta de 29,7% em relação ao mesmo período de 2020 e o maior lucro trimestral da história da companhia.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado também foi recorde, em R$ 11,7 bilhões, uma alta de 10,3% na comparação anual.

Mesmo com resultados que animaram analistas do mercado financeiro, levando à manutenção da recomendação de compra pelas casas, investidores parecem ter pesado um pouco mais os ventos contrários do último trimestre.

Por volta das 13h desta quinta-feira (12), as ações JBSS3 apresentavam queda de 3,6% na Bolsa brasileira, negociadas a R$ 31,81. Na mínima do dia, os papéis caíram 4,1%, a R$ 31,67.

Em relatório, o Itaú BBA destaca que os resultados da marca Seara continuaram a sofrer compressão de margem em meio à forte inflação de custos nos últimos meses, enquanto a divisão de carne bovina da JBS no Brasil também foi impactada negativamente pela disponibilidade de gado significativamente menor e preços de insumos mais altos.

“O desempenho da margem negativa pode ser atribuído aos preços mais altos dos grãos, que foram mais do que suficientes para compensar os fortes aumentos de preços”, escreve o time de análise.

As operações da Austrália também foram adversas, uma vez que a oferta de gado na região permanece escassa, destaca o banco.

Mesmo com os ventos contrários no período, o Itaú reforça que as margens Ebitda da divisão de carne bovina nos EUA permaneceram robustas, com recorde de 20,7%.

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O Itaú BBA tem recomendação outperform (acima da média do mercado) para os papéis da companhia e preço-alvo de R$ 47.

Entre os principais riscos para o setor no qual a JBS atua, a XP também destaca a baixa disponibilidade de gado e os altos preços dos grãos.

Mas perspectivas seguem otimistas

Ainda que a companhia tenha enfrentado um cenário desafiador no último trimestre, os analistas reforçam que a JBS conseguiu entregar fortes resultados e que as perspectivas são otimistas para os próximos meses.

Em relatório, a XP destaca como positiva a busca da JBS pela diversificação geográfica e de portfólio, aproveitando o momento positivo nas operações dos EUA para expandir em novas frentes, enquanto mantém uma alavancagem historicamente baixa (de 1,73 vez em dólar).

Para os analistas, a companhia é a principal escolha dentro do setor. A casa tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 40 por ação JBSS3.

Olhando para a frente, a XP espera que a sazonalidade favoreça a performance da JBS na América do Sul nos próximos trimestres, e que a forte demanda continue contribuindo para uma boa performance das proteínas nos EUA.

A avaliação é compartilhada pela casa de análise Levante, que diz ver a ampla diversificação geográfica, liderança nos mercado de atuação e o amplo portfólio de produtos da JBS como as principais justificativas para a sua consistência na geração de caixa e forte crescimento de receita.

Já o Bradesco BBI chama atenção para o anúncio de dividendos de R$ 2,5 bilhões a serem pagos em agosto (equivalente a 3% do dividend yield) pela companhia.

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O banco manteve sua recomendação outperform (acima da média do mercado) para os papéis da JBS e preço-alvo de R$ 38.

O Credit Suisse, por sua vez, projeta que o momentum operacional da companhia de alimentos permanecerá sólido, com a divisão de carne bovina nos EUA se beneficiando da oferta de gado e da recuperação do “food service” no país.

Na visão dos analistas, a marca “Pilgrim’s Pride” provavelmente continuará sendo uma surpresa positiva para os investidores em 2021, com a recuperação dos spreads devido ao aumento dos preços das aves.

Já no Brasil, a expectativa é de que o patamar mais depreciado do real ajude a compensar parcialmente a pressão de custos na Seara e na JBS Brasil (bovinos).

Assim como as demais casas, o Credit Suisse tem recomendação outperform e preço-alvo de R$ 45 para as ações da JBS na Bolsa.

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