Petrobras, Suzano, Azul e JBS tiveram os maiores prejuízos da história no 1º tri: é para se preocupar?

Petrobras, Suzano, Azul e JBS tiveram os maiores prejuízos da história no 1º tri: é para se preocupar?

SÃO PAULO – Apesar de a quarentena no Brasil só ter início na segunda quinzena de março, os impactos do novo coronavírus foram fortes nas empresas, e isso se refletiu nos resultados do primeiro trimestre.

Enquanto alguns setores, como varejo, sofreram com as lojas fechadas, as operações online cresceram, favorecendo as companhias de e-commerce. Mas algumas empresas também foram impactadas por efeitos secundários da pandemia, como a forte desvalorização do real e a derrocada do petróleo.

E diante destes problemas, estes três primeiros meses do ano acabaram marcando 4 dos 20 maiores prejuízos já apresentados por empresas brasileiras, segundo um levantamento da Economatica.

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Segundo a consultoria, o prejuízo de R$ 48,5 bilhões da Petrobras (PETR3; PETR4) foi o pior já registrado desde o Plano Real – quando teve início a série histórica -, tanto em valores nominais quanto ajustados pela inflação.

A Economatica aponta ainda que outras três empresas entraram para o grupo de maiores prejuízos: Suzano (SUZB3), R$ 13,4 bilhões; Azul (AZUL4), R$ 6,15 bilhões; e JBS (JBSS3), R$ 5,93 bilhões.

Segundo o analista da Rico Investimentos, Matheus Soares, este primeiro trimestre foi apenas um “aperitivo” e os reais impactos da pandemia devem ser mais sentidos a partir de abril.

Ele cita os efeitos da disparada do dólar, que deve pesar para empresas com custos na moeda americana, como as aéreas, e também algumas companhias que se beneficiam do dólar, mas que têm um impacto contábil grande, como aconteceu com a Suzano.

Para ele, estes são apenas alguns impactos vistos até agora e a tendência é de uma piora nos balanços das companhias brasileiras a partir do segundo trimestre.

Confira abaixo como Petroras, Suzano, Azul e JBS sofreram com a pandemia no primeiro trimestre e o que esperar para estas empresas daqui para frente:

Petrobras

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Quem olhar apenas para o prejuízo recorde de R$ 48,5 bilhões, pode ficar assustado com o desempenho da estatal. Mas é importante ter em mente que este resultado ocorreu por uma baixa contábil, ou impairment, de R$ 65,3 bilhões feito pela companhia e que abalou a linha do lucro.

Isso se deu porque a Petrobras fez uma reavaliação de ativos, principalmente de exploração e produção, considerando preços mais baixos do petróleo, devido a crise global causada pela pandemia do novo coronavírus, que reduziu a demanda pela commodity.

Para os analistas, porém, o balanço da petrolífera no primeiro trimestre foi bem forte, com destaque positivo o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de R$ 37,504 bilhões, alta de 36,4% frente os R$ 27,4 bilhões de igual período de 2019.

“A alta qualidade dos ativos do pré-sal da Petrobras é evidente em um trimestre em que, mesmo após uma grande baixa contábil, o fluxo de caixa ainda aumenta. A liquidez parece abundante e, com preços do petróleo aparentemente se recuperando do fundo do poço, continuamos confortáveis com a nossa recomendação de exposição acima da média (overweight) para as ações da companhia”, avalia o Morgan Stanley.

O banco também pontuou que a empresa está em situação de liquidez mais confortável na comparação com outros períodos de baixa do preço do petróleo no passado.

O JPMorgan foi além: “não se preocupe com os impairments: o que realmente importa é o forte fluxo de caixa e o sólido desempenho de exploração e produção”. Segundo os analistas, os investidores devem se concentrar nos números operacionais, recomendando a compra dos papéis da estatal “em caso de qualquer fraqueza nas ações”.

Em uma videoconferência realizada nesta semana, Roberto Castello Branco, presidente da estatal, disse que o impairment foi um “banho de sangue”, mas que não foi uma surpresa para ninguém no mercado. “A revisão dos nossos ativos foi um banho de sangue, mas foi necessária”, disse ele.

Apesar dos elogios, o Credit Suisse fez algumas ponderações, ressaltando principalmente que, com o forte impairment, tudo indica que a petroleira não deva pagar dividendo neste ano. “A empresa parece bastante conservadora com relação às perspectivas de preço para petróleo”, reforçando a previsão do brent a US$ 25 o barril neste ano, chegando a US$ 50 somente em 2025. Para eles, na prática, essa menor expectativa com relação ao preço da commodity deve indicar que a companhia só irá aprovar investimentos em projetos world class.

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Além disso, apesar da recuperação do petróleo neste trimestre, a expectativa é de que tempos bastante desafiadores prossigam para a empresa, o que deve levar à adoção de novas medidas pela estatal.

Durante a apresentação de resultados, Castello Branco apontou que a pandemia está trazendo ainda aprendizados e ajudando a acelerar uma estratégia que já estava em curso, de corte de custos e desinvestimentos. “Estamos planejando várias outras medidas para o futuro, inclusive quando sairmos dessa crise da Covid-19”, afirmou, destacando, por exemplo, mais cortes de custos.

De acordo com o Bradesco BBI, a teleconferência da Petrobras reforçou a avaliação de que, do lado operacional, a Petrobras está superando o desempenho de seus pares na América Latina.

O analista Vicente Falanga aponta que, embora os resultados da Petrobras se deteriorem com o impacto total do novo coronavírus, a expectativa é de que as ações reajam aos bons fundamentos de pesquisa e desenvolvimento da empresa e à curva futura do petróleo, que tem apresentado recuperação.

Suzano

A companhia de papel e celulose Suzano acabou sofrendo com a desvalorização do real, que pesou na dívida em moeda estrangeira dela, levando a um prejuízo líquido de R$ 13,4 bilhões entre janeiro e março deste ano.

A linha de variação cambial da empresa foi negativa em R$ 12,4 bilhões em meio à valorização de 29% do dólar ante o real do período. A Suzano ressaltou que o impacto sobre o resultado terá “efeito caixa somente nos respectivos vencimentos” da dívida de empresa. Houve também um impacto do câmbio nas operações com derivativos negativo de cerca de R$ 9 bilhões.

Estes impactos acabaram minimizando o crescimento de 10% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, que ficou em R$ 3,03 bilhões no primeiro trimestre, superando as projeções.

Segundo Yuri Pereira, analista da XP, a Suzano reportou resultados operacionais acima do esperado no primeiro trimestre. Os principais destaques foram: (1) volumes mais altos de celulose seguindo o movimento de desestocagem da Suzano e demanda saudável de tissue (papeis sanitários em geral) e (2) preços realizados mais fortes (alta de 7% na base trimestral) devido a um dólar mais alto. Do lado negativo, a alavancagem continua sendo uma preocupação.

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Durante teleconferência, o CFO da Suzano, Marcelo Bacci, destacou: embora o resultado financeiro líquido da companhia no primeiro trimestre tenha sido uma perda de R$ 22,4 bilhões, o desembolso de caixa atingiu R$ 200 milhões. Em um cenário de dólar a R$ 6,00, a geração de caixa compensaria as despesas financeiras, resultando em ganho líquido de caixa de R$ 1,9 bilhão até o quarto trimestre.

Sobre os efeitos do coronavírus, a companhia destacou quatro impactos: (i) significativo aumento na demanda por celulose em função principalmente do aquecimento do segmento de papéis sanitários; (ii) redução da demanda de papel de imprimir & escrever, o que levou a uma parada de produção nas unidades de Mucuri e Rio Verde; (iii) restrições de oferta pelo setor e alteração nos calendários de paradas programadas; e (iv) a forte desvalorização da moeda nacional frente ao dólar, que beneficia a geração de caixa da companhia.

Apesar do prejuízo no resultado, os analistas do Itaú BBA mantiveram a recomendação “outperform” para as ações, apontando que a incorporação de estimativas mais fracas para o real para 2020 e 2021 levou a um aumento das projeções para o Ebitda da companhia para esses dois anos em quase 28%.

“Acreditamos que o patrimônio da empresa poderia se beneficiar de um ritmo mais rápido de desalavancagem em 2021, considerando que em 2020 o impacto negativo em caixa dos derivativos da Suzano poderia superar R$ 5 bilhões, afetando a conversão do forte desempenho do Ebitda em geração de caixa”, avaliam os analistas.

Segundo o Bradesco BBI, a demanda de celulose no primeiro trimestre foi sólida nos principais mercados e particularmente forte na segunda quinzena de março, impulsionada pelo mercado de tissue, que tem conseguido compensar a queda na demanda por P&W.

Além disso, os analistas reforçaram a recomendação “outperform” citando também que a administração da Suzano se mostrou confortável com o nível atual dos estoques, que eles estimam ser em 1,5 milhão de toneladas. Apesar dos efeitos negativos no primeiro trimestre, em geral o mercado tem uma boa visão para o futuro da empresa.

O ponto que mais preocupou os investidores, o prejuízo de R$ 9 bilhões com derivativos, foi explicado pela Rico Investimentos, deixando um alerta também para quem acredita que a Suzano é uma opção de investimento 100% dolarizado.

Os analistas Thiago Salomão e Matheus Soares explicam que a companhia faz hedge (operação de proteção) de sua dívida e de 75% do excedente de dólares de seu fluxo de caixa para os próximos 18 meses.

Se de um lado a proteção da dívida faz sentido, pode ser mais complicado entender o hedge do fluxo de caixa, o que preocupou muita gente. Mas a Rico aponta que isso não é novidade no mercado: “É muito mais fácil ter uma previsibilidade de curto prazo dos fluxos de caixa do que de longo prazo. Muitas exportadoras fazem isso de modo a minimizar a volatilidade da geração de caixa da sua empresa”, afirmam os analistas.

Diante disso, eles destacam que o impacto contábil de R$ 9 bilhões que a Suzano teve que arcar em apenas um trimestre, foi por conta da
marcação a mercado dos derivativos para os próximos 18 meses. Porém, o impacto caixa foi de apenas R$ 173 milhões. “Ou seja, quem só está olhando o impacto contábil ignora a geração de caixa que será gerada ao longo dos próximos 18 meses”, explicam.

Eles apontam ainda que realmente seria “muito melhor” se a empresa não tivesse feito o hedge e se beneficiado 100% com o dólar, mas vale lembrar que 18 meses atrás “o cenário era completamente diferente”.

“Quem tem Suzano no portfólio por acreditar que ela é uma opção 100% dolarizada dentro da carteira deveria repensar a estratégia, já que a própria empresa mostrou que vai sacrificar parte do ganho com dólar de modo a garantir a estabilidade de seus fluxos de caixa futuros”, conclui a Rico.

Azul

Dentro do setor mais impactado até agora com a pandemia, a companhia aérea Azul registrou um prejuízo líquido de R$ 6,135 bilhões no primeiro trimestre, revertendo um lucro de R$ 125,3 milhões do mesmo período do ano passado.

Os números foram impactados principalmente pelas variações monetárias e cambiais, que afetaram o resultado financeiro da empresa em R$ 4,23 bilhões, em meio à disparada do dólar por conta do coronavírus. Os instrumentos financeiros e derivativos tiveram impacto de R$ 1,28 bilhão.

“Com a implementação de medidas de restrição de viagens e do distanciamento social a partir da segunda quinzena de março, a economia brasileira ficou paralisada, levando a uma queda brusca na demanda de passageiros. Além disso, no final do trimestre, o real desvalorizou 33% comparado ao mesmo período no ano anterior, o que pressionou ainda mais nossos resultados”, afirmou a empresa no release de resultados.

Já o resultado operacional ficou positivo em R$ 173,6 milhões, queda de 50% frente os R$ 347,2 milhões do mesmo período do ano anterior. O Ebitda, por sua vez, foi a R$ 654,2 milhões, queda de 9,7% na comparação anual.

O prejuízo líquido excluindo variação cambial e marcação a mercado totalizou R$ 975,3 milhões, principalmente relacionado com o ajuste do valor justo da participação na TAP de R$ 618,5 milhões e as perdas com hedge de combustível.

Normalizando pelo impacto do COVID-19 e pela depreciação média do real de 18% em relação ao ano anterior, a margem operacional seria de 14,9%, um crescimento de 1,2 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2019, informa a companhia.

Por outro lado, a receita líquida subiu 10,3%, a R$ 2,8 bilhões, principalmente devido à forte demanda em janeiro e fevereiro, e ao crescimento de 12% da capacidade, afirmou no release de resultados. A Azul entrou nessa crise apresentando um aumento de sua receita unitária ajustada pela etapa média no primeiro trimestre de 2020, mesmo com a significativa expansão da capacidade antes da crise chegar no Brasil, apontou.

Entre as medidas para preservação de caixa, ela destaca que está negociando adiar os pagamentos de aluguel de aeronaves de forma que acompanhem a retomada da demanda esperada para os próximos 18 a 24 meses. “Aproximadamente 90% de nossa frota está sob arrendamento operacional, o que nos dá mais flexibilidade para trabalhar com nossos parceiros durante esse ambiente de incerteza”, afirma.

Além disso, espera reduzir suas despesas com salários em mais de 50% no segundo trimestre, informando que mais de 10.500 tripulantes aderiram ao programa de licença não remunerada da companhia, o que representa 78% do total de funcionários da Azul em 31 de março de 2020, e mostra uma adesão maior do que outros programas similares lançados por qualquer outra companhia aérea no Brasil.

Apesar do momento complicado para a companhia, o Bradesco BBI manteve sua recomendação outperform para os papéis. Segundo os analistas, o fator mais importante do resultado da Azul foi a atualização do plano de contingência.

Eles destacam que, com a rede essencial já instalada e uma margem de contribuição positiva, a empresa está começando a aumentar seu número de vôos diários de 70 para 115 (eram 950 antes de março).

“Em relação à taxa de queima de caixa, a Azul está negociando pagamentos de leasing de aeronaves, enquanto reduziu em 50% a folha de pagamento do segundo trimestre, com 10.500 funcionários em licença não remunerada mais a redução temporária de salários fixos e suspendeu todas as entregas de aeronaves”, destaca o Bradesco BBI.

Segundo os analistas, se a companhia conseguir implementar seu plano de recuperação, que envolve redução de despesas, renegociação de contratos de leasing e com fornecedores e reestruturação de dívida e pagamentos, somado ainda com a liquidez de caixa de R$ 3,1 bilhões, a Azul conseguirá superar a crise e aumentar sua lucratividade.

Contudo, vale destacar, o cenário de curto prazo segue bastante desafiador para a companhia. A agência de classificação de risco Standard & Poor’s mostrou as preocupações com a companhia ao rebaixar seu rating de B para CCC+, com perspectiva negativa.

A S&P disse que revisou as premissas para a recuperação do tráfego aéreo nos próximos anos e agora espera que as companhias aéreas brasileiras enfrentem uma contração de demanda de cerca de 50% em 2020, mantendo cerca de 40% da frota da Azul aterrada até o fim do ano, o que reduzirá os fluxos de caixa e a liquidez da empresa, diz a agência em relatório.

A agência também ressalta que a Azul possui pagamentos significativos de arrendamentos operacionais no curto prazo, o que requer discussões contínuas sobre o gerenciamento da frota para permitir o cumprimento de obrigações.

A perspectiva negativa ainda reflete possível rebaixamento adicional nos próximos 6 a 12 meses, se a recuperação mais lenta do que o esperado do setor reduzir o acesso da Azul a financiamento de longo prazo, o que poderia pressionar as negociações com locadores e outras partes interessadas, aumentando o risco de reestruturação da dívida que consideraríamos angustiado, disse a S&P.

Nesse cenário, no curto prazo, a companhia espera pela ajuda do governo ao setor, enquanto busca aos poucos retomar as suas operações. A aérea anunciou que ampliará o número de voos e destinos domésticos em junho, mesmo com redução de 80% da capacidade. A companhia realizará 168 decolagens diárias nos dias de pico, sendo que a média registrada em maio foi de 115 decolagens por dia. A empresa também anunciou que pretende voar para 57 cidades brasileiras, contra 38 em maio e 25 em abril.

JBS

Enquanto isso, a JBS passou de lucro para prejuízo no primeiro trimestre, afetada pela forte alta do dólar que atingiu sua linha financeira. A companhia teve prejuízo de R$ 5,9 bilhões entre janeiro e março, contra lucro de R$ 1,09 bilhão um ano antes.

Isso porque houve resultado negativo de R$ 8,2 bilhões na linha “variações cambiais ativas e passivas”, que também tinha ficado no vermelho, mas em “apenas” R$ 172 milhões, em igual período de 2019.

“O resultado foi impactado pela tradução da dívida em dólar para reais. Se descontamos o efeito da variação cambial, teríamos reportado um lucro de 800 milhões de reais”, disse Guilherme Cavalcanti, diretor financeiro da companhia, em teleconferência de balanço.

A receita líquida, por outro lado, subiu 27,3%, a R$ 56,5 bilhões, com destaque para JBS USA Beef (+21,8%), Pilgrim’s Pride (+33,5%), impactadas pela variação cambial, e Seara (+39%). O Ebitda ajustado, por sua vez, subiu 22,6%, a R$ 3,9 bilhões.

A JBS comentou que os efeitos da pandemia, como interrupções na cadeia de suprimentos e escassez de mão de obra “podem impactar unidades produtivas, gerando redução no processamento de proteínas, bem como impactando o preço da matéria prima”.

A empresa adotou férias coletivas entre 19 março e 9 de abril em algumas unidades, enquanto a unidade de processamento de frango da Seara em Passo Fundo (RS) teve as operações suspensas em 24 de abril. “Nesse trimestre os impactos decorrentes destas ações não são representativos nos números e indicadores consolidados e, para os futuros trimestres, ainda estão sendo apurados pelas respectivas unidades de negócio”, disse a companhia.

Com o efeito cambial, a dívida líquida foi de R$ 48,7 bilhões a R$ 57 bilhões, enquanto a alavancagem caiu de 3,2 vezes para 2,77 vezes, no comparativo anual. A companhia fechou março com R$ 18,5 bilhões em caixa.

No setor, vale destacar ainda a Marfrig, que também reverteu um lucro de R$ 4,3 milhões para prejuízo líquido contábil de R$ 136,9 milhões no primeiro trimestre de 2020. Resultado que também foi impacto pela variação cambial, de R$ 632 milhões, e baixa contábil de R$ 169 milhões dos custos de amortização dos títulos de dívida no exterior que foram recomprados no período (e que leva a um lucro ajustado de R$ 32 milhões).

Os analistas elogiaram o balanço, com a XP Investimentos destacando números fortes, com o Ebitda ajustado 10% acima da expectativa, enquanto a margem Ebitda ajustada ficou acima em 8%, principalmente devido a: (i) forte demanda nos EUA; (ii) preços mais altos e fortes exportações, especialmente para a China; (iii) ganhos de eficiência operacional e reduções de custo na América do Sul e (iv) depreciação cambial.

A JBS seguiu a mesma linha, sendo mais uma companhia que apesar dos números negativos no início de ano, teve uma visão positiva para o futuro por parte dos analistas.

Para a XP Investimentos, a JBS divulgou resultados em linha com a expectativa, mas sólidos. Seara e JBS Brasil (Friboi) foram os principais destaques, aponta, destacando manter a recomendação de compra.

Já o Bradesco BBI avaliou como positivos os resultados trimestrais da JBS, embora a empresa, a maior produtora de carnes do mundo, tenha apresentado um prejuízo maior que o esperado, devido a um forte impacto negativo nas despesas financeiras e à desvalorização do real.

“O Ebitda da JBS chegou 10% acima das nossas estimativas e a receita líquida, de R$ 56 bilhões, 1% abaixo. Notamos que a Seara no Brasil teve um forte crescimento de vendas. A marca também se beneficiou no mercado externo por causa da depreciação do real”, comentou o BBI.

“O prejuízo de R$ 5,9 bilhões chegou bem acima da nossa estimativa de R$ 1,2 bilhão, principalmente pelo impacto negativo de R$ 8,2 bilhões nas despesas financeiras”, avaliou o banco.

O Bradesco BBI mantém uma visão positiva sobre a JBS, ressaltando que as exportações da JBS cresceram 39,9% no 1º trimestre e este movimento deverá continuar no trimestre atual, por causa da crescente demanda chinesa. O Bradesco BBI reafirma a recomendação outperform – acima da média de mercado.

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