Por que Wall Street não se anima apesar dos resultados fortes das big techs?

Por que Wall Street não se anima apesar dos resultados fortes das big techs?

New York Stock Exchange nyse bolsa americana mercado ações wall street (Getty Images)

SÃO PAULO – Amazon, Apple, Facebook, Google, Microsoft e Tesla. Todas reportaram resultados considerados muito positivos pelos analistas do mercado, com lucros e receitas recordes depois de um ano de pandemia.

No entanto, nesta semana o principal índice acionário dos Estados Unidos, o S&P 500, registra apenas leves ganhos de 0,12%. Já o Nasdaq, que é um índice focado nas ações de empresas de tecnologia, caminha para encerrar a semana praticamente estável.

A pergunta que fica diante disso é: se os números vieram melhor do que o esperado, por que isso não se refletiu em um otimismo maior nas bolsas americanas?

Segundo Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch, atualmente as preocupações com a inflação nos EUA e o ritmo da vacinação globalmente limitam qualquer possibilidade de uma euforia desencadeada pelos resultados corporativos.

Para ele, o número forte do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA divulgado na véspera acabou aumentando as preocupações com a inflação no país. A economia americana cresceu 6,4% no primeiro trimestre, acima dos 6,1% esperados pelos economistas do mercado financeiro de acordo com dados compilados pela Refinitiv.

“Esse PIB provocou a alta de taxas de juros longas e impediu que o mercado refletisse os espetaculares resultados de Apple e outras tech. Ou seja, vamos agora para o verdadeiro teste de fogo dos mercados: inflação”, afirma Attuch.

Com a aceleração econômica do país movida principalmente pelo gasto estatal em programas de estímulo trilionários que o presidente Joe Biden conseguiu aprovar no Congresso é esperado que a inflação aumente, principalmente se somarmos esse movimento interno dos EUA com a valorização internacional das commodities.

“O Federal Reserve [banco central dos EUA] já deixou absolutamente claro que vai deixar a inflação acima de 2% por alguns anos. A pergunta de US$ 1 trilhão é qual o nível de inflação que começa a incomodar a autoridade monetária. Muitos falam de algo próximo a 3%. Tão ou mais importante que isso é o que acontecerá com expectativas e principalmente se as camadas da população com menor poder de barganha começarem a ter aumentos de salários”, explica o economista.

Para saber mais escute no Telegram do InfoMoney o áudio de Roberto Attuch sobre as bolsas internacionais. O economista faz boletins todas as segundas e sextas-feiras no nosso canal. Inscreva-se gratuitamente para receber uma cobertura do mercado em tempo real.

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