Ações de Usiminas, Gerdau e CSN saltam mais de 10% com expectativa por China; Petrobras zera apesar de queda do petróleo

Ações de Usiminas, Gerdau e CSN saltam mais de 10% com expectativa por China; Petrobras zera apesar de queda do petróleo

SÃO PAULO – A sessão desta quarta-feira (27) é de alta expressiva para o índice, com o ambiente internacional positivo ainda por conta da expectativa de reabertura da economia de diversos países. Por aqui, os investidores aguardam pelo veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste de servidores, o que também animar o mercado apesar de operação da Polícia Federal envolvendo inquérito sobre fake news atingir aliados do presidente.

Subindo durante toda a sessão, mas ganhando um forte impulso durante a tarde, estão as ações de siderúrgicas, com destaque para a Usiminas (USIM5), com disparada de mais de 14% em meio à expectativa por novos embarques de aço para a China. A ação da Vale (VALE3) também sobe, cerca de 3%, também em meio a restrições de oferta do minério, enquanto Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) saltam 10%.

Já as ações da Copasa (CSMG3), que abriram com ganhos superiores a 10% (chegando a 13,8%) e entraram logo em leilão após a companhia estatal informar na noite da véspera que recebeu ofício da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico autorizando a realização de consulta ao mercado visando à contratação de serviços técnicos necessários à estruturação e implementação do processo de desestatização. Após sair do leilão, o ativo CSMG3 continuava em alta de mais de 10%, mas foi amenizando durante o pregão, para ganhos de cerca de 7%.

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Na esteira dessa alta, as ações de companhias do mesmo setor, principalmente Sabesp (SBSP3), sobem forte. Conforme aponta o Itaú BBA, há mais chances de privatização da companhia paulista, reforçando preferência pelos ativos SBSP3.

Também em destaque, as ações da Marfrig (MRFG3) sobem forte, entre 4% e 5%, após a companhia anunciar uma parceria com a empresa de nutrição americana ADM para a criação da PlantPlusFoods, “joint venture” que atuará na produção e comercialização de produtos de base vegetal.

Caminhando para ser uma das maiores altas de maio do Ibovespa, os ativos da Braskem (BRKM5) também sobem forte na sessão desta quarta, com ganhos de até 9%. Em meados de maio, o UBS elevou de venda para compra a recomendação para ação, com preço-alvo de R$ 28, em meio à forte queda dos preços da nafta petroquímica e com a desvalorização cambial.

A Petrobras (PETR3;PETR4), por sua vez, vê suas ações perto da estabilidade apesar do dia de forte queda do petróleo, de cerca de 5% para o brent e WTI em meio a rumores de que a Rússia estudaria reverter os cortes de oferta acertados com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep +). O grupo se reunirá nos dias 9 e 10 de junho. Soma-se a isso o temor do efeito da tensão crescente entre EUA e China na retomada da demanda por petróleo.

Arezzo (ARZZ3), C&A (CEAB3) e Rumo (RAIL3) divulgam seus resultados após o fechamento dos mercados.

Confira os destaques:

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O Governo de Minas Gerais deu um passo no processo de privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

A companhia estatal informou que recebeu ofício da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico autorizando a realização de consulta ao mercado visando à contratação de serviços técnicos necessários à estruturação e implementação do processo de desestatização da Copasa, segundo comunicado. A Copasa diz que manterá o mercado informado a respeito dos desdobramentos do assunto.

Contudo, de acordo com o Itaú BBA, a privatização é improvável, dada a falta de apoio político: o governo de MG teria que ter 60% dos votos de deputados para eliminar a exigência constitucional de realizar um referendo para aprovar a privatização. “Acreditamos que ele não tem apoio político suficiente”, avaliam os analistas.

O banco também aponta que a aprovação da lei de saneamento é crucial para a privatização da Copasa: “esperamos que a lei de saneamento seja aprovada no Senado nas próximas semanas”.

Na mesma linha, a XP Investimentos também aponta que considera muito remota a possibilidade de privatização da companhia. “O motivo é que tal processo depende de (i) aprovação do novo marco regulatório de saneamento básico (PL 4162/2019), (ii) alterações na constituição estadual de Minas Gerais para autorizar processos de privatização e (iii) alterações em cláusulas do contrato mais relevante da Copasa (Belo Horizonte) que afirmam explicitamente que sua validade depende da manutenção da Copasa sob controle estatal”, afirma.

O Credit Suisse, por sua vez, aponta que a notícia é obviamente como positiva e abre espaço para que a empresa pode esteja com um estudo pronto ou bem encaminhado no momento que o PL do Saneamento seja aprovado.

“Muitos investidores acreditavam que este assunto estava “engavetado” e o sinal nos parece bastante positivo, não só para a Copasa, mas para potencialmente outros ativos. De toda forma, acreditamos que pode demorar algum tempo e depende de vários fatores”, apontam os analistas do banco.

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira que irá fazer uma oferta de títulos no mercado externo por meio da subsidiária Petrobras Global Finance B.V..

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Em comunicado, a Petrobras não detalha prazo ou valores, mas afirma que os “títulos serão emitidos com garantia total e incondicional da Petrobras”.

Os coordenadores da oferta são BNP Paribas Securities, BofA, Itau BBA, J.P. Morgan Securities, Scotia Capital e SMBC Nikko Securities Americas.

A processadora de carnes Marfrig e a empresa de nutrição americana ADM anunciaram, na terça-feira à noite, uma parceria para a criação da PlantPlusFoods, “joint venture” que atuará na produção e comercialização de produtos de base vegetal.

A Marfrig ficará com 70% da nova companhia e será responsável pela produção, venda e distribuição da PlantPlusFoods. A ADM ficará com 30% da empresa.

A expectativa é que a empresa atue no varejo e segmento de “food service” (voltado para alimentação fora do lar) nos mercados da América do Sul e América do Norte. Segundo informações do “Valor Econômico”, a ADM informou que esses dois mercados têm um potencial de US$ 2 bilhões.

As duas empresas já atuaram juntas no desenvolvimento de produtos, como os hambúrgueres Rebel Whopper, do Burger King, e o Aussie Plant Burger, do Outback Steakhouse.

Na avaliação dos analistas do Bradesco BBI, a parceria está alinhada à estratégia da Marfrig de aumentar a exposição a alimentos processados. No entanto, destacou que faltam detalhes sobre a criação da nova empresa. A recomendação para os papéis da empresa segue como neutra.

A Justiça decidiu que os irmãos Joesley e Wesley Batista podem voltar a ocupar cargos executivos na J&F, holding que controla a JBS. Eles estão afastados desde 2017.

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A decisão foi anunciada na terça-feira à noite pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre os motivos que justificam o fim da proibição, está o acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões assumido pela J&F.

No radar de recomendações, a Cosan teve a recomendação reduzida a manutenção pelo HSBC, com preço-alvo de R$ 66.

A Vale afirmou, em fato relevante divulgado nesta quarta-feira, que apresentará sua defesa na ação da Justiça mineira que exige da mineradora garantias de R$ 7,932 bilhões em processo do desastre de Brumadinho (MG).

Em ação, o Ministério Público de Minas Gerais entende que os funcionários da mineradora atuaram para dificultar a atividade de órgãos público de fiscalização em Brumadinho.

Na terça-feira, a 1ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da Juventude da Comarca de Brumadinho deferiu parcialmente o pedido de liminar do MPMG, e pediu que a Vale apresente em até dez dias garantias no valor de R$ 7,932 milhões a “fim de garantir eventual aplicação de sanção de multa ou perdimento de bens, direitos e valores”.

No entendimento dos analistas do Morgan Stanley, a Vale pode recorrer da decisão em segunda instância. “Embora as notícias de hoje provavelmente pesem sobre as ações da Vale hoje, achamos que o pior cenário já está precificado nas ações”, disseram. Essa penalidade, nos termos da lei anticorrupção, seria de 20% das receitas em 2018, o que daria aproximadamente US$ 7 bilhões.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou, na terça-feira, a prorrogação da concessão da Malha Paulista, administrada pela Rumo. A assinatura do contrato irá ocorrer nesta quarta-feira.

A outorga a ser paga é de R$ 2,9 bilhões e os investimentos devem chegar a R$ 6 bilhões.
Os analistas do Bradesco BBI acreditam que a Rumo irá agora se concentrar na renovação do contrato da Malha Norte. “Com a conclusão da renovação da concessão da Malha Paulista, a Rumo agora pode conseguir a aprovação para a extensão da Malha Norte até Lucas do Rio Verde.”

Iguatemi (IGTA3)

A administradora de shoppings Iguatemi registrou no primeiro trimestre do ano um lucro líquido de R$ 12,45 milhões, queda de 77,5% ante igual periódo do ano passado. O resultado reflete a pandemia do coronavírus, que levou ao fechamento de shoppings e aumento da inadimplência. A empresa suspendeu os “guidances” (projeções) para 2020.

A receita líquida ficou em R$ 156,8 milhões, queda de 9,4% na mesma base de comparação. Já o Ebitda somou R$ 102,9 milhões, recuo de 20,5%. Já a margem Ebitda caiu para 65,6% entre janeiro e março de 2020, ante 74,8% nos primeiros três meses do ano passado.

A companhia informou ainda que vai emitir R$ 300 milhões em debêntures.

Os analistas do Itaú BBA viram esses resultados como neutros e destacou a postura conservadora da empresa. “Não vemos isso como uma surpresa negativa, dado que as empresas de shopping centers precisarão, eventualmente, reconhecer um índice de para aluguéis não pagos, devido a maiores inadimplências decorrentes da crise da Covid-19”, disseram em relatório a clientes.

Também no radar da companhia, ela informou que retomará a operação do Shopping Center Iguatemi Brasília, em horário reduzido, das 13h às 21h.

Multiplan (MULT3)

A administradora de shoppings Multiplan anunciou na terça-feira à noite a retomada da operação do Park Shopping, em Brasília (DF), a partir desta quarta-feira.

A reabertura se dará em horário reduzido, das 13h às 21h, com base no decreto do Distrito Federal.

Stone 

A Stone, empresa de meio de pagamento listada na Nasdaq, divulgou que seu lucro ajustado no primeiro trimestre do ano foi de R$ 162,3 milhões, queda de 12,9%. O recuo no resultado já reflete as medidas para lidar com os impactos da pandemia do novo coronavírus.

Esse impacto no primeiro trimestre ficou em R$ 61 milhões, sendo R$ 35,8 milhões em despesas financeiras e R$ 25,2 milhões em ajuda financeira a clientes e inadimplência.

A companhia, que possui capital aberto nos Estados Unidos, anunciou que apesar da queda do volume das operações em março, os montantes voltaram a subir (9% em abril e 22,9% em maio até o dia 26).

Os analistas do Bradesco BBI viram com cautela essa recuperação, uma vez que a empresa demitiu 20% de sua equipe no início deste mês. “Nós tememos na expectativa de uma deterioração no segmento de pequenas e médias, com muitos comerciantes fechando as portas entre junho e julho, o que pesaria sobre o volume total de pagamentos”, disseram em relatórios a clientes.

Dado o cenário de incerteza, os analistas do Itaú BBA reforçar a importância das informações diárias sobre o mercado de meios de pagamento. “Nesse contexto, a Cielo fornece informações diárias sobre o ICVA (Índice Cielo do Varejo Ampliado), com detalhamentos interessantes por setor. Esperamos que essas informações ajudem os investidores a prever melhor o desempenho do volume da PagSeguro, Stone e Cielo nos próximos trimestres”, explicaram.

Portobello (PTBL3)

A fabricante de revestimentos cerâmicos Portobello registrou um lucro líquido de R$ 21,678 milhões no primeiro trimestre do ano, ante prejuízo de R$ 17,209 milhões nos primeiros três meses de 2019.

A receita líquida atingiu R$ 274,2 milhões, alta de 15% na mesma base de comparação e recorde para o período, apesar da empresa ter sido afetada pelo recuo das vendas na segunda quinzena de março.

Já o Ebitda passou de R$ 2,735 milhões para R$ 36,028 milhões na mesma passa de comparação. A margem passou de 1% para 13%.

Guararapes (GUAR3)

A Guararapes, controladora da Riachuelo, tomou ciência do deferimento pela Receita Federal do pedido de habilitação de crédito tributário no valor de R$ 140,9 milhões, disse a companhia em comunicado.

O anúncio ocorre após decisão judicial transitada em julgado oriunda de ação em que discutiu a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, conforme tese adotada pelo STF em
caráter de repercussão geral.

O acionista controlador da Wiz, CNP Assurances, foi absolvido pela CVM. O processo foi instaurado pela
Superintendência de Relações com Empresas da autarquia para apurar a responsabilidade de CNP Assurances, na qualidade de acionista controladora da Wiz, por ter oferecido à Caixa Seguridade a formação de uma joint venture, desconsiderando os impactos que teria sobre a Wiz, segundo nota da CVM.

Após análise do caso, o presidente da CVM, Marcelo Barbosa, relator do processo, votou pela absolvição de CNP Assurances, sendo acompanhado, na integralidade, pela diretora Flávia Perlingeiro.

O diretor Gustavo Gonzalez apresentou manifestação acompanhando as conclusões do relator e tecendo considerações acerca da matéria.

A Oi foi rebaixada de B- para CCC+ pela agência de classificação Fitch. O rebaixamento reflete fracas tendências operacionais da empresa e deterioração do ambiente operacional brasileiro, o que dificultará o retorno da Oi ao crescimento, diz a agência.

Embora a empresa tenha liquidez adequada em 2020, modelo de negócios e o desempenho financeiro são insustentáveis em relação aos requisitos de capex e serviço da dívida em 2022 e além, diz
a agência.

O Grupo Fleury informou que desenvolveu, por meio da sua área de Pesquisa e Desenvolvimento  um novo teste diagnóstico inédito no mundo para a COVID-19.

“O novo teste para COVID-19 está baseado no método de proteômica direcionado por espectrometria de massas, tecnologia já utilizada há quase 20 anos no Grupo Fleury, e analisará proteínas do novo coronavírus diretamente de amostras clínicas do trato respiratório”, afirma a companhia em comunicado.

Segundo o grupo, o novo teste passa a ser uma alternativa para falta de insumos do teste RT-PCR, considerado padrão-ouro, possibilitando mais rapidez no processamento, menor custo e garantindo uma maior estabilidade de amostras, que podem ser transportadas em temperatura ambiente, tornando-se uma melhor alternativa para ampliar o acesso ao teste em regiões mais remotas.

O novo teste para COVID-19 baseado no método de proteômica já está disponível por meio do segmento de Laboratório de Referência para hospitais, laboratórios e clínicas em regiões distantes dos grandes centros do País.

IRB Brasil (IRBR3)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu dois inquéritos para investigar possíveis irregularidades envolvendo a IRB Brasil.

O primeiro envolve suposto conflito de interesse envolvendo a Squadra Investimentos. Já o segundo inquérito tem origem em suspeitas levantadas pela Squadra sobre a conformidade das demonstrações financeiras do IRB.

Triunfo Participações (TPIS3)

A Triunfo Participações informou, na terça-feira à noite, que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foi favorável ao pedido de relicitação de Viracopos apresentado pela Aeroportos Brasil Viracopos, que é responsável pela administração do aeroporto em Campinas (SP).

O processo foi remetido ao Ministério da Infraestrutura, “que se posicionará sobre a compatibilidade da relicitação com as políticas públicas formuladas para o setor”.

Aneel e distribuidoras

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a abertura, na terça-feira, de uma audiência pública para discutir auxílios de curto prazo às distribuidoras de energia que estão sendo afetadas pela pandemia do coronavírus.

O empréstimo ao setor está estimado em R$ 15,8 bilhões. O valor leva em conta queda no volume das vendas e aumento da inadimplência.

“Assumindo que os cálculos da Aneel estão corretos, o impacto direto no valor das ações será em média 5% menor que a capitalização de mercado pré-Covid”, explicaram os analistas do Bradesco BBI.

Eles ressaltaram, no entanto, que as medidas propostas na fase inicial da audiência pública visam apenas a preservação da cadeia de pagamentos do setor. No entanto, viram como positivo os comentários da Aneel sobre uma revisão extraordinária de tarifas.

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(Com Bloomberg e Agência Estado)

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